Juliet, Nua e Crua (Juliet, Naked, 2018) conta a história de Annie (Rose Byrne), uma mulher de meia idade que está disposta a ter um filho. No entanto, a única coisa que importa para seu parceiro Duncan (Chris O’Dowd) é Tucker Crowe (Ethan Hawke), rockeiro desaparecido há 20 anos. Após um dia de trabalho, Annie chega em casa e encontra no meio das correspondências um pacote para Duncan. Há na embalagem um recado que diz que o presente o agradará, dando a entender que seria de algum acompanhante de seu website dedicado ao ídolo.
O presente era um CD com faixas das primeiras gravações do álbum Juliet, o favorito de Duncan. Esse, ao chegar após o trabalho, briga com Annie por dois motivos, por ela ter ouvido antes dele e por não ter gostado. A moça, no dia seguinte, faz uma crítica às músicas no fórum de seu marido e o inesperado acontece. O próprio Tucker Crowe envia um e-mail para Annie concordando com suas críticas e daí em diante, iniciam uma amizade e, mais tarde, um envolvimento amoroso.
A relação criada entre os dois cativa o público e faz aumentar a torcida pelo novo casal, ainda mais pelo fato de Duncan ser do tipo paspalhão e ter traído Annie, além de não dar a ela a devida atenção. Os assuntos de suas primeiras correspondências tratam justamente da vida conturbada de ambos. Durante os anos que passou longe da mídia, Tucker teve quatro filhos, não possuindo boa relação com três deles. Vê no mais novo, com o qual vive, a chance de mudar sua imagem como pai e se redimir diante das dificuldades enfrentadas com as crianças anteriores.

A protagonista também apresenta grande mudança durante o enredo. Inicialmente, era apenas uma mulher conformada com seu emprego “temporário” de anos e sua vida matrimonial. Inclusive, Annie comenta que a melhor fase de sua vida foi quando estudou artes em Londres. Ao fim, muda-se de vez para Londres e começa um novo trabalho, pensando ainda em fazer inseminação e ter seu filho sozinha.
Annie nunca foi dependente e esse é um ponto interessante em Juliet, Nua e Crua. Em sua relação com Duncan ou Tucker, ela sempre se manteve pé no chão e com atitudes racionais. O filme foge do esperado pois não mostra uma relação de adolescentes apaixonados, mas sim dois adultos maduros que se auxiliam e criam intimidade e parceria. Isso fica evidente na cena da primeira noite do casal. Não acontece de forma natural e romântica, não tem ao menos um primeiro beijo. Annie apenas pergunta, na inauguração de sua mostra no museu da cidade, se Tucker sentia-se atraído por ela e faz o convite.

Apesar de ter uma boa premissa, o filme traz uma situação ficcional, afinal, será que o ídolo do seu marido mandaria uma mensagem para você? Mostra-se assim mais um filme sessão pipoca, ideal para quem quer apenas se distrair e dar algumas risadas, pois os alívios cômicos não deixam a desejar.
O filme será lançado no dia 4 de outubro. Confira o trailer:
por Carolina Fioratti
carolinafioratti@usp.br