Famoso por escrever inúmeros best-sellers, sendo o maior deles o consagrado Os Pilares da Terra (Rocco, 498 páginas) – narrativa que se ambienta em torno da construção de uma catedral na Inglaterra do século XII, Ken Follett começou um grande e novo desafio: escrever uma ficção ambientada no breve século XX, do início ao fim. Um único livro não conseguiria abrangir todo este espaço e, por isso, Follett – que já mostrou saber fazer romances históricos com maestria -, anunciou que trataria do assunto em uma trilogia de nome “O Século”. Em 2010, o primeiro volume foi lançado e intitulado Queda de Gigantes (Sextante, 912 páginas).
Nele, conhecemos o universo fictício criado pelo autor dentro do plano de um contexto histórico real. O livro começa anos antes de 1914, que data o início da primeira grande guerra. Cinco famílias de nacionalidades distintas são apresentadas ao leitor: os Williams, galeses; os Fitzherbert, ingleses; os Dewar, americanos;os von Ulrich, alemães e os Peshkov, russos.
Ao longo da trama, Follett entrelaça brilhantemente a vida das personagens destas famílias, nos mostrando como eles eram antes e durante Primeira Guerra Mundial e como esta mudou a sociedade como um todo.
Ao longo das páginas, Follett conduz a história sem perder o fio narrativo. Para conseguir isso, o autor planejou a trilogia com todos os detalhes antes de começar a escrever e isso é perceptível, pois ele maneja todos o personagens com louvor; nenhum deles é deixado de lado, todos brilham em algum momento e suas histórias cruzam-se de maneira lógica. Questões como a luta dos operários, o movimento feminista, a decadência da nobreza britânica e a Revolução Russa são contadas por eles próprios dando, portanto, um olhar próximo e particular dos fatos. Usando deste artifício, Follett faz com que o leitor veja como um indivíduo que vivenciou determinada situação enxergava o que estava acontecendo.
É interessante notar a preocupação do autor em ser fiel à História. Sua obra foi revisada por inúmeros historiadores, para que fosse o mais verossímil possível. Figuras que realmente existiram, como Lênin, Woodrow Wilson, Winston Churchill aparecem na trama e dialogam com as figuras imaginárias de Follett e nessas passagens, o cuidado foi redobrado: pesquisou os hábitos e características de tais ícones, para que houvesse a possibilidade do encontro ter realmente acontecido – por exemplo, em uma passagem, Churchill visita a casa de campo dos Fitzherbert, família nobre da Inglaterra, e Ken averigou que o ex-primeiro ministro britânico realmente possuia o hábito de fazer isso.
Em 2012, foi lançado o segundo volume da trilogia, chamado de Inverno do Mundo (Arqueiro, 880 páginas). Ele começa exatamente onde o primeiro terminou: após o tratado de Versalhes. Ficando de acordo com a passagem do tempo, os protagonistas mudam; agora serão os filhos daqueles que foram os personagens principais em Queda de Gigantes. O segundo volume é ainda mais sombrio que o primeiro, pois trata do período entreguerras – o que envolve a ascensão do nazismo, a Guerra Civil Espanhola, a grande depressão e o o governo de Stalin – e da Segunda Guerra Mundial.
O terceiro ultimo livro da saga, cujo nome ainda não foi divulgado, tem previsão de lançamento para 2014 e tratá a Guerra Fria à tona e deve dar outra boa dose do que Queda de Gigantes e Inverno do Mundo trouxeram.
Por Luiza Fernandes
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