Por Bruna Arimathea e Henrique Votto
O esporte viu 2018 surpreender com feitos históricos nas diferentes modalidades. Da consolidação de campeões, como Roger Federer, a arrancadas admiráveis, como a do Palmeiras na segunda metade do Brasileirão, o ano foi muito além das emoções da Copa do Mundo. E, se houve espaço para tanta surpresa, 2019 promete chegar com ainda mais expectativa. Afinal, superar o ano que consagrou gigantes não é tarefa fácil. Relembre os momentos mais marcantes dessa temporada esportiva com o Arquibancada!
Allez les Bleus, a Copa do Mundo na Rússia
O tão aguardado hexa não veio na Rússia. Os comandados de Tite não convenceram, apresentaram deficiências técnicas pontuais e caíram diante da forte geração belga. Mas a Copa do Mundo de 2018 produziu momentos inesquecíveis e eletrizantes, foi um grandioso espetáculo futebolístico que ficará guardado no coração de cada amante do esporte.
Para nós, a febre da taça se transformou em ilusão; para os talentosíssimos franceses, numa realidade absoluta. Das favoritas ao pódio, a França de Antoine Griezmann, Paul Pogba e Kylian Mbappé foi a mais cirúrgica e fez a festa no dia 15 de julho. Em Moscou, no gigantesco estádio Luzhniki, um 4 a 2 memorável sobre uma surpreendente Croácia, que atingiu sua melhor campanha em Copas, e festa do bicampeonato dos Bleus. Uma final à altura do Mundial e com participação especial do estreante inusitado: o árbitro de vídeo.
Sediar a maior competição de futebol do mundo já seria um belo sonho por si só para os russos. Acompanhar a chegada heroica de sua limitada seleção às quartas de final, desbancando a forte Espanha nas oitavas, com direito a uma disputa de pênaltis sofrida e um salvador improvável, Igor Akinfeev, foi uma fantasia inigualável. Por pouco, a Rússia não chegou à semifinal, caindo para a Croácia, também nas penalidades, depois de um 2 a 2 fantástico em Sochi. Denis Cheryshev foi o grande craque e artilheiro dos anfitriões, com quatro gols – com direito a três golaços, contra Arábia Saudita (2) e a própria Croácia.
Em contraste com a utopia russa, três campeãs mundiais viveram um verdadeiro pesadelo em 2018. A Alemanha, defendendo o título de 2014, enterrou sua participação logo na fase de grupos, com desempenho vexatório após derrotas para México e Coréia do Sul.
Espanha e Argentina, por sua vez, enfrentaram problemas antes mesmo do início da Copa. A Fúria Roja demitiu o treinador Julen Lopetegui a poucos dias do pontapé inicial, o que desequilibrou o grupo, enquanto os hermanos já sofriam com os maus desempenhos da equipe de Jorge Sampaoli e a extrema “Messidependência”. Ambas decepcionaram com a eliminação nas oitavas, apesar de protagonizarem belos momentos no torneio.
As surpresas positivas ficaram por conta de Croácia e Bélgica, segunda e terceira colocadas, respectivamente. Os belgas, empurrados por Hazard, Lukaku e De Bruyne, derrotaram o Japão em uma batalha épica, decidida nos acréscimos, e foram os carrascos do Brasil. Do lado croata, destaque para Rakitić, Mandžukić, Vida e, claro, o meio-campista Luka Modrić, escolhido pela Fifa como melhor jogador da Copa e, posteriormente, melhor futebolista do ano, superando Cristiano Ronaldo e Mohamed Salah. A arrumada equipe do uniforme ‘toalha de mesa’ sobreviveu a três prorrogações seguidas, mas não aguentou o ritmo da máquina francesa.
E não foram só as atividades dentro de campo que deixaram a Copa da Rússia na História. A presença das mulheres no jornalismo esportivo abriu portas para que o reconhecimento feminino na área seja cada vez mais constante. Pela primeira vez, uma mulher pôde narrar um jogo de Copa do Mundo na televisão brasileira. A mineira Isabelly Morais foi a escolhida para abrir as transmissões pelo canal Fox Sports, no primeiro jogo do mundial. Junto com ela, Vanessa Riche, Renata Silveira e Manuela Avena também fizeram parte da cobertura durante o evento, além das várias repórteres que trabalharam no período. Um gol de placa para o jornalismo brasileiro.
No embalo de Felipão, o Brasil é do Verdão
O Brasileirão parecia muito distante do Palmeiras, que teve um início de temporada conturbado com o técnico Roger Machado. Logo após a Copa, o São Paulo, sob o embalo da torcida e de seu ataque decisivo, parecia colocar uma mão na taça, graças a uma campanha surpreendente. Isso durou até o segundo turno, porque a metade final do campeonato foi completamente diferente.
Felipão assumiu o Verdão na 17ª rodada, e, desde então, o Palestra não perdeu mais nenhuma partida no campeonato, superando Flamengo, Internacional e o Tricolor, com direito a quebra de um tabu de 16 anos na casa do rival. Foram 16 vitórias e seis empates, com 82% de aproveitamento sob o comando de Scolari, eleito melhor treinador do torneio. Dudu, com sete gols e nove assistências, foi o destaque da equipe e faturou o prêmio Bola de Ouro.
Com o título, o Palmeiras superou o trauma do Campeonato Paulista, no primeiro semestre, quando foi derrotado pelo Corinthians. A decisão foi levada ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, sob acusação de interferência externa, e à época, o presidente Maurício Galiotte afirmou que “o Palmeiras é muito maior que o Paulistinha”. No segundo semestre, os papéis dos rivais paulistanos se inverteram, uma vez que o Corinthians encarou uma temporada bastante conturbada e chegou a brigar contra o rebaixamento. Ao menos, saiu do ano com o título paulista e o vice da Copa do Brasil, na qual foi derrotado pelo Cruzeiro.
Uma Libertadores a la Conmebol
Pela final da Libertadores, um confronto inédito e mais que especial: Boca Juniors e River Plate, as duas equipes mais tradicionais do futebol argentino, chocaram-se em busca do título sul-americano. Apesar da (quase) impossibilidade de se manchar uma partida deste calibre, não é possível subestimar a Conmebol. A edição de 2018, divisor de águas na história da competição, terminou com uma enorme mostra de desorganização e descaso da entidade. Foram dias de indefinição após o ônibus do Boca ser atacado a caminho da segunda partida da decisão, no Monumental de Nuñez.
Por fim, a final das finais veio a ser disputada no Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, na Espanha, com cota de ingressos para torcedores argentinos. Longe da festa, do bom senso e de qualquer simbolismo que traz o nome da competição. Após um 2 a 2 no caldeirão xeneize de La Bombonera, o River Plate superou o rival por 3 a 1 na Espanha, em jogo decidido na prorrogação. Gols marcados por Pratto, Quintero e Martínez para o River; Benedetto, como de praxe, diminuiu para os xeneizes. Foi o quarto título dos Millonarios – o mais especial, com certeza.
A Europa é Real, pela 13ª vez
Na Liga dos Campeões, a dinastia perdurou com mais um título europeu na conta do Real Madrid. Os espanhóis faturaram a terceira conquista seguida, derrotando o Liverpool na final, por 3 a 1. Na partida, um herói e um vilão: Gareth Bale entrou no segundo tempo para fazer os dois gols decisivos para os merengues. Pelo lado inglês, o goleiro alemão Loris Karius encerrou a temporada da pior forma possível, sendo responsável por duas falhas imperdoáveis que custaram a derrota da equipe em Kiev.
O trio de ataque fenomenal dos ingleses, formado por Roberto Firmino, Sadio Mané e Mohamed Salah, sofreu um duro golpe ainda no primeiro tempo. A estrela egípcia, de 44 gols e 16 assistências na temporada, saiu de campo lesionada após lance com o zagueiro Sergio Ramos. Um golpe melancólico para os torcedores dos Reds, que se encantaram com uma temporada impressionante do time de Jürgen Klopp. O Liverpool deixou Porto, Manchester City e Roma pelo caminho, após uma semifinal de altas emoções com os italianos.
Marta, rainha mais que reconhecida
No futebol feminino, o ano de 2018 foi coroado com a alegria da rainha Marta ao ser eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa. A alagoana recebeu o prêmio, aos 32 anos, pela sexta vez na carreira, feito inédito na premiação individual da entidade. Ela superou a dinamarquesa Ada Hegerberg (que, posteriormente, venceu a premiação da revista France Football) e a alemã Dzsenifer Marozsan.
Em mais uma temporada de gala, Marta chefiou a seleção brasileira para a incontestável conquista de sua sétima Copa América, além de ter feito excelente temporada na liga norte-americana (NWSL), em 2017, atuando pelo Orlando Pride. Foram 13 gols marcados e nove assistências, sendo peça-chave para a chegada do time na fase mata-mata.
Nos EUA: Philly Special, varrida californiana e o ano das meias vermelhas
O implacável New England Patriots chegava ao Super Bowl pela oitava vez desde que Tom Brady assumiu a titularidade da equipe, em 2001. Na 52ª edição da final da NFL, porém, a história seria diferente da trama vitoriosa do ano anterior. Os comandados de Bill Belichick sucumbiram à forte equipe do Philadelphia Eagles por 41 a 33, em partida que colocou um ponto final majestoso em uma temporada recheada de momentos históricos.
O surpreendente destaque do Super Bowl LII foi Nick Foles, que levou o prêmio de Most Valuable Player (MVP) da partida para casa. Contra os Patriots, o quarterback reserva, que substituiu o lesionado Carson Wentz ainda na temporada regular, passou para 373 jardas, três touchdowns e uma interceptação. Ele também se tornou o primeiro jogador da posição a marcar um TD aéreo na história do Super Bowl, ao receber, na endzone, um passe do tight end Trey Burton ainda no 2º quarto. A especial e ousada trick play, batizada de ‘Philly Special’, foi fundamental para a primeira conquista do troféu Vince Lombardi pelos Eagles.
Outro momento marcante da temporada foi protagonizado pelo Minnesota Vikings. No Divisional Round da NFC, a equipe de Minneapolis perdia para o New Orleans Saints, de Drew Brees, por 24 a 23. Tudo mudou quando,– já com o cronômetro zerado,– na última jogada da noite, Case Keenum encontrou um passe espetacular de 61 jardas para Stefon Diggs. O wide receiver aproveitou a trapalhada da defesa dos Saints e marcou o touchdown da vitória, para o delírio do caldeirão roxo. A festa acabaria na partida seguinte, com a derrota acachapante para os Eagles.
No universo da bola laranja, nenhum espaço para surpresas. Os Golden State Warriors e sua dinastia imparável conquistaram mais um título da NBA, novamente sobre o Cleveland Cavaliers de LeBron James. Desta vez, com direito a varrida: série sem sustos e 4 a 0 para o time da Califórnia, liderado por Stephen Curry, o ‘brinquedinho assassino’.
Em seu último ano pela franquia, LeBron só não fez chover em Cleveland, carregando os Cavaliers nas costas durante os playoffs. O superastro atuou uma média de quase 42 minutos por jogo na fase eliminatória e teve exibições monstruosas, especialmente no jogo 7 da final da Conferência Leste, contra o Boston Celtics. Na ocasião, levou a equipe às finais ao anotar 35 pontos, 15 rebotes e nove assistências, isso sem descansar um mísero segundo no banco.
No entanto, para tudo (até para James!) há limites, e, talvez, o limite de LeBron tenha chegado na jogada inexplicável de seu companheiro J.R. Smith, nos últimos segundos da primeira partida. Quando o placar marcava 107 a 107, Smith recuperou o rebote de um lance livre de Cleveland e, ao invés de buscar os dois pontos para fechar o jogo, desperdiçou o tempo. Na prorrogação – e nas três partidas seguintes –, impossível parar os Warriors, amplos favoritos, com os gigantes Kevin Durant, Klay Thompson, Draymond Green e, claro, Curry.
Apesar da temporada espetacular de LeBron, que chegou à sua oitava final seguida na NBA, o prêmio de MVP da temporada foi dado a James Harden. O “Barba” conduziu o Houston Rockets a uma campanha avassaladora na liga, com 65 vitórias e 17 derrotas.
Por fim, em outubro, na Major League Baseball, o tradicional Boston Red Sox confirmou o favoritismo e desbancou o Los Angeles Dodgers para a conquista do seu 9º anel da World Series. Os “Meias Vermelhas” dominaram durante toda a temporada regular, obtendo a melhor campanha de toda a liga – 108 vitórias e 54 derrotas – e liderando o ranking de corridas (runs) a favor, com 876.
O diferencial da equipe de Boston, com um fortíssimo grupo de arremessadores e rebatedores, foi o desempenho de gala de Mookie Betts. O right fielder de 26 anos, em 520 aparições no bastão na temporada regular, conseguiu 180 rebatidas (aproveitamento de 34,6%), 129 corridas, 80 corridas impulsionadas e 32 home runs. Tudo isso rendeu à jovem estrela o título de MVP da American League, além de outros cinco prêmios.
Na pós-temporada, destaque para o massacre do Red Sox sobre o maior rival, New York Yankees, por 16 a 1, na terceira partida da série divisional da American League. E, claro, para o interminável jogo 3 da World Series, que teve 7 horas e 20 minutos de duração. Max Muncy foi o nome do desempate no Dodger Stadium, ao rebater um belíssimo home run para os azuis de L.A. na 18ª entrada. Placar final: 3 a 2, única vitória dos Dodgers na série.
36 anos, número 1 do mundo
Com o prestígio dos Grand Slams de 2018 no tênis masculino, as conquistas tiveram muito significado para os campeões. Todas as vitórias dos quatro maiores torneios do circuito ficaram nas mãos do Big Four — com a exceção de Andy Murray, que passou por cirurgia e perdeu metade da temporada — , mas passaram longe de um ano sem emoções.
Aos 36 anos, Roger Federer quebrou mais um recorde ao se tornar o jogador mais velho a ser o número 1 do mundo. A marca antes pertencia ao americano Andre Agassi, que alcançou o topo do ranking aos 33 anos, em 2003. O suíço também bateu a marca de 20 títulos de Grand Slam na carreira, vencendo em todas as superfícies de quadra. Federer terminou o ano como 3º na ATP (Association of Tennis Professionals).
Outro Big Four que teve um importante ano foi Novak Djokovic. O sérvio conquistou dois Grand Slams — Wimbledon e US Open — e voltou ao topo, em uma grande recuperação de lesões e de baixa na performance. Depois da bela temporada de títulos, Djoko subiu ao ponto mais alto novamente. Lesionado, Rafael Nadal deixou de defender os últimos pontos do ano e abriu caminho para a ascensão do sérvio.
Nas quadras femininas, foram quatro campeãs de Grand Slam ao longo do ano. Simona Halep finalmente levou um dos títulos mais importantes e terminou como a número 1 do ranking da WTA (Women’s Tennis Association) com folga. A romena já era a primeira na tabela antes de conquistar o título de Roland Garros, e coroou o ano após levar o primeiro título de Grand Slam da carreira. Além disso, Halep também disputou a final do Australian Open com a dinamarquesa Caroline Wozniacki, e conquistou três títulos de simples, além de um nas duplas.
Os outros dois títulos também ficaram com campeãs distintas: Angelique Kerber e Naomi Osaka, conquistando Wimbledon e US Open, respectivamente. Osaka anotou o primeiro título da carreira em solo americano aos 20 anos. Já Kerber, com 30, somou o troféu com as conquistas do Australian Open e US Open, ambos em 2016.
O retorno de Serena também esteve sob os holofotes neste ano. Após a gravidez, a ex-número 1 e vencedora de 23 Grand Slams voltou às quadras com dificuldades, mas logo recuperou a forma. A americana foi implacável e chegou em duas finais de Grand Slam. Além da técnica, Williams figurou entre polêmicas durante 2018. Na decisão do US Open, a tenista foi multada em cerca de US$ 17 mil por insultar o árbitro Carlos Ramos.
O episódio aconteceu depois que o português advertiu a atleta por estar recebendo informações de seu técnico Patrick Mouratoglou. Do outro lado, Williams também protagonizou um caso durante o torneio de Roland Garros, desta vez por ser proibida de usar um macacão preto de mangas e pernas compridas, inspirado no filme Pantera Negra. O dirigente do Roland Garros, Bernard Giudicelli, foi o autor da reprovação e acusado de perseguição. A americana explicou que o traje (catsuit) era uma homenagem às mães — que assim como ela — tiveram dificuldade ao dar à luz, além de ajudar na coagulação e na recuperação pós-parto. Diversos jornalistas, além da própria Nike, que fabricou a peça, demonstraram apoio à tenista.
Já o Brasil não pode celebrar conquistas. Com a lesão de Beatriz Haddad Maia, o país não esteve bem posicionado em nenhum momento em ambos os rankings de simples. Ao fim da temporada, a melhor colocação no tênis masculino é de Thiago Monteiro,123º colocado. Maia já se recuperou da última cirurgia nas costas, mas ainda ocupa a 185ª posição. Para o ano que vem, nenhum brasileiro está garantido nas chaves dos principais torneios, e terão de passar pela fase de qualifying – já no Australian Open, primeiro Grand Slam do ano – para conquistar uma vaga na disputa. Nas duplas, Bruno Soares aparece em 7º lugar e Marcelo Melo em 9º.
Juan Manuel Fangio, Lewis Hamilton
No esporte a motor, o ano de 2018 foi de consolidação e pouca mudança entre os campeões dos últimos anos. Ainda assim, títulos importantes foram conquistados em marcas memoráveis para a história das principais categorias.
A Fórmula 1 viu, mais uma vez, Lewis Hamilton levantar a taça de campeão do mundo. Com uma Mercedes imbatível, o inglês sentiu os vermelhos da Ferrari se aproximarem mais do que nos últimos cinco anos, mas não deu chance à competição e encerrou a temporada com a melhor forma que já apresentou em toda a sua carreira. Dono de quatro dos últimos cinco títulos na categoria, Hamilton terminou o ano com 11 vitórias, 17 pódios e igualou a marca de Juan Manuel Fangio, com cinco títulos mundiais. O inglês está, agora, atrás apenas de Michael Schumacher, com sete.
Enquanto isso, Sebastian Vettel, que também estava na disputa pelo pentacampeonato pela Ferrari, viveu quase o oposto de seu rival. Com um bom começo de temporada, Vettel viu os erros de estratégia da equipe e seu nervosismo na pista distanciá-lo cada vez mais do título. O desafio agora é para o ano que vem, ainda na busca da marca alcançada por Hamilton. Dessa vez, o alemão contará com um empurrão interno: o monegasco Charles Leclerc, de 21 anos, chega na Scuderia para ocupar o lugar de Kimi Räikkönen com moral alta e a promessa de um ótimo desempenho em 2019.
Na MotoGP, Marc Márquez ficou com o título também pela quinta vez, se tornando o piloto mais jovem na história da categoria a atingir o feito, com 25 anos, superando a marca de Valentino Rossi. A temporada contou com domínio da Honda e entregou ao espanhol nove vitórias, dentro das 18 etapas realizadas. Apesar da competitividade com as Ducati de Andrea Dovizioso – segundo colocado no mundial de pilotos – e Jorge Lorenzo, não deu outra e Márquez cravou o título antes mesmo da temporada acabar.
Em idas e vindas no mercado, a categoria verá uma dupla muito interessante na próxima temporada. Sem renovar contrato com Dani Pedrosa, a Honda terá Jorge Lorenzo como companheiro de equipe de Márquez, em um acordo de 34 milhões de reais em dois anos. A parceria vale a pena colocar a MotoGP no calendário esportivo de 2019.
Fernando Alonso deu adeus à Fórmula 1 depois de 17 temporadas e dois títulos mundiais. O espanhol disputou a sua última temporada com a McLaren e não obteve muito êxito com o carro problemático da equipe inglesa, mas se tornou campeão das 24h de Le Mans, no mundial de endurance, com a Toyota. Sem se desvincular das atividades de pista, o “Príncipe das Astúrias” já planeja o próximo ano, confirmado novamente nas 500 Milhas de Indianápolis, em parceria com a McLaren. O objetivo é alcançar a Tríplice Coroa, título dado ao piloto que conquista o GP de Mônaco, 500 Milhas de Indianápolis e as 24h de Le Mans.
Medina é bicampeão no Havaí
Parecia filme repetido. Na verdade, foi um remake de qualidade. Quatro anos depois de vencer o campeonato mundial de surfe, a WSL, em Pipeline, o brasileiro Gabriel Medina abocanhou o bicampeonato também nas emblemáticas ondas do Havaí.
Medina liderava o ranking com ampla vantagem antes da prova, apenas Filipinho e Julian Wilson corriam por trás. O paulista de 25 anos levantou o troféu ao superar, de forma emocionante, o sul-africano Jordy Smith nas semifinais de Pipe Masters, com 16,27 pontos a 15,83 de Jordy. Ele ainda encerrou o dia com chave de ouro, sem ressaca de campeão, ao derrotar Julian Wilson, seu algoz na onda em 2014, e conquistar sua primeira vitória em Pipeline.
O título coroa um ano de domínio brasileiro no circuito da Championship Tour, em que nove das 11 provas disputadas foram vencidas por surfistas tupiniquins. Medina e Ítalo Ferreira triunfaram em três, Filipinho, em duas, e Willian Cardoso ficou com a restante.
2018 olímpico
As Olimpíadas de Inverno em PyeongChang marcaram não só a primeira edição dos jogos na ásia, mas também a aproximação entre as Coreias do Sul e do Norte. As duas delegações adentraram a cerimônia de abertura unidas e sinalizaram um diálogo entre as duas penínsulas que, tecnicamente, ainda estão em guerra. O contato possibilitado pelos jogos realizados na Coreia do Sul, levantou a possibilidade de diminuir a tensão e a assinatura de um acordo de paz, em abril deste ano.
No quadro de medalhas, a Noruega despontou e terminou os jogos com 14 medalhas de ouro e 39 no total. Depois do escândalo de doping da Rússia, o país foi proibido de competir com nacionalidade própria e participou com a denominação de “Atletas Olímpicos da Rússia”, sob bandeira e hino olímpico nas cerimônias. O Brasil levou uma delegação de nove atletas, nas modalidades bobsleigh, esqui alpino, esqui cross-country, patinação artística e snowboard, mas não conquistou nenhuma medalha.
Outro evento olímpico de destaque foram os Jogos da Juventude, realizados em outubro, na cidade de Buenos Aires. Ao todo, cerca de 3997 atletas de 206 países participaram das competições na capital argentina. A terceira edição trouxe importantes inovações no programa desportivo, como a disputa de breakdancing, kitesurf e BMX freestyle, por exemplo, como esportes olímpicos. O Brasil encerrou o evento em 28º lugar no quadro de medalhas liderado pela Rússia.