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Por Beatriz Cristina (beatrizcristina.sg2000@gmail.com)
Em uma noite fria na cidade de Estocolmo, um jovem é encontrado vagando próximo à ferrovia. Por conta da hipotermia e de seu estado debilitado, é levado ao hospital e lá é descoberto que seu nome é Mikael Kohler-Frost, filho de um famoso escritor e dado como morto há mais de sete anos. Na época do caso, Mikael e sua irmã Felicia desapareceram de forma que a investigação chegou até Jurek Walter, um perigoso serial-killer que agora tem sua real condenação criminal posta em xeque.
Com essa reviravolta, Joona Linna, o detetive responsável pelo caso, precisa retomar uma série de questões que o assombram. Onde o garoto estava, como sobreviveu, onde estava esse tempo todo? Além disso, Joona e sua equipe de investigação altamente treinada tentam todos os meios possíveis para entrar na mente perigosa e insana de um serial killer que estaria cometendo os crimes – mesmo que preso numa instituição psiquiátrica de segurança máxima?
O Homem de Areia (2018) é o quarto livro da série do detetive Joona Linna e o primeiro a ser publicado pela Editora Alfaguara. Mas isso não significa que é preciso ter lido as edições anteriores, já que as obras possuem certa independência que não prejudicará o entendimento.
Apesar de ter 460 páginas, o leitor consegue ter uma leitura fluida e ágil. Os capítulos são curtos e cheios de suspense, de forma que ficamos totalmente envolvidos e alertas com o que está por vir, através dos sustos e tensões muito bem dosados pelos autores. Autores? Sim! Lars Kepler é, na verdade, pseudônimo do casal de escritores suecos Alexandra e Alexander Ahndoril. Junto com outros escritores, como Stieg Larsson, fazem parte do time de literatura de suspense e terror escandinavos, que chegaram recentemente às livrarias brasileiras e conquistando nosso público.
Outro ponto importante da obra é a cronologia utilizada: transitando entre o passado e o presente, dá a impressão de que tudo está ocorrendo ao mesmo tempo. Essa mudança se assemelha ao que estamos acostumados a assistir nas séries televisivas de investigação, mas pode confundir alguns leitores desatentos porque, muitas vezes, há um enfoque em outros personagens que acabam sendo cruciais para o desenvolvimento do enredo.
De maneira geral, O Homem de Areia é uma sugestão para os amantes dos suspenses e histórias envolvendo crimes, de forma que você não vai querer terminar a leitura até obter as respostas para o caso.
“É madrugada. O vento sopra a neve a partir do mar. Um rapaz atravessa uma ponte ferroviária rumo a Estocolmo. Seu rosto é tão pálido quanto vidro embaçado. A calça jeans está endurecida com sangue congelado. Ele caminha entre os trilhos, pisando de dormente em dormente. Cinquenta metros abaixo é possível ver o gelo na água, como uma tira de pano. Um manto de neve cobre as árvores.”