Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Sonho americano?

Dirigido por Michael Bay e baseado nos artigos do jornalista Pete Collins sobre a história real de fisiculturistas que se tornaram criminosos, Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, 2013) chega às telonas do Brasil nessa sexta com uma sequência de ação e muito bom humor. Sem Dor, Sem Ganho conta a história de Daniel Lugo …

Sonho americano? Leia mais »

Dirigido por Michael Bay e baseado nos artigos do jornalista Pete Collins sobre a história real de fisiculturistas que se tornaram criminosos, Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, 2013) chega às telonas do Brasil nessa sexta com uma sequência de ação e muito bom humor.
Sem Dor, Sem Ganho conta a história de Daniel Lugo (Mark Wahlberg), um fisiculturista que, além de trabalhar em uma academia, é um patriota “fanático”. Como outros norte americanos, ele apenas deseja viver o “sonho americano”: ter uma vida confortável, com um belo carro e uma mansão com um extenso gramado para aparar. Após conhecer Johnny Wu (Ken Jeong), um “incentivador” que dá palestras motivacionais por todo o país, Lugo se cansa de ter uma vida medíocre e começa a acreditar cegamente no seu papel como um “realizador”.

Com a ajuda de seu amigo e colega de trabalho, o também aficionado por músculos, Adrian Doorbal (Anthony Mackie) e de um ex-presidiário marombado e atual cristão arrebatado, Paul Doyle (Dwayne Johnson), ele trama o sequestro de Victor Kershaw (Tony Shalhoub), empresário presunçoso que é seu aluno na academia. Durante a execução do plano, muitas coisas dão errado, evidenciando a burrice dos criminosos e tornando louvável a atuação dos protagonistas. As confusões nas quais eles se envolvem arrancam gargalhadas sinceras da plateia. Quem assiste fica dividido entre a incredulidade no fato da história ser real, tamanha a falta de noção dos meliantes, e ao apego aos três “gigantes”, uma vez que, de tão bobos e ingênuos, despertam o afeto do espectador.

Quem espera um filme sobre fisiculturismo e malhação sairá do cinema decepcionado.Conforme a história vai se desenrolando, fica clara a proposta do filme: uma paródia a alguns valores norte americanos, como o fanatismo patriótico de Lugo e a entronização do dinheiro como o ideal do “sonho americano”.Tirando o detetive Ed Du Bois III (Ed Harris), exemplo de retidão moral no filme, os demais, até mesmo o lesado sequestrado Victor, são motivados pelas cifras.

Mesmo sem a presença de robôs alienígenas, Michael Bay conseguiu dar sua “cara” ao filme. Através de uma montagem acelerada com o uso de diferentes estilos de câmeras pra filmagem, como películas, digitais, GoPros, e o uso de cores vibrantes (às vezes até um pouco estouradas), o diretor conseguir transformar um projeto de baixo orçamento que já estava em sua lista de desejos há mais de 10 anos em uma sátira divertida sobre a própria América.

Com essa obra, Bay traz um novo panorama para sua filmografia, revelando talento para a sátira ácida e mostrando sua vontade e capacidade de desenvolver projetos que envolvam uma ligação com o espectador de caráter moral e reflexivo, além das grandes produções e dos efeitos especiais.

Por Mirella Kamimura
mirellask317@gmail.com

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima