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Por Bianca Muniz (biancamuniz@usp.br)
A divulgação do lineup do Lollapalooza Brasil sempre vem acompanhada de questionamentos sobre quais artistas estrangeiros tocarão no Autódromo de Interlagos. Apesar disso, ainda há uma grande expectativa a respeito dos intérpretes brasileiros que vão subir nos palcos de um dos maiores festivais de música do mundo. O Lolla virou uma vitrine para os artistas que estão começando por aqui, bem como uma afirmação da popularidade de outros. Confira o que o Sala 33 espera de algumas dessas atrações que tocarão em casa!
- BRVNKS

De Goiás, a banda liderada pela vocalista Bruna Guimarães, BRVNKS, tem músicas com letras e arranjos despretensiosos, que nadam em referências do rock alternativo dos anos 1990.
O estilo lo-fi (abreviação para a expressão low-fidelity, usada para gravações de baixa qualidade, seja por falta de verba ou pelo estilo do artista) de seu primeiro EP, “Lanches” (2016), lançado de forma independente, chamou a atenção da gravadora Sony, que lançará seu próximo álbum no primeiro semestre de 2019.
BRVNKS abrirá a sequência de shows no palco Budweiser, no primeiro dia de festival.
- Liniker e os Caramelows

A aparição de Liniker e os Caramelows no lineup do Lollapalooza pelo segundo ano consecutivo pode ser considerada uma reparação. Sua apresentação em 2018 foi marcada por falhas técnicas e a interrupção do show quando ainda faltavam três músicas no setlist. Ainda assim, isso não diminuiu a performance de “Zero”, em coro pela plateia.
O que se espera da performance de Liniker e os Caramelows nesse segundo Lollapalooza é a grandiosidade do grupo no palco, afirmada pela voz potente da vocalista Liniker Barros combinada com a da backing vocal Renata Éssis. Intensifica-se pela instrumentação pesada com Eder Araújo no saxofone, Fernando TRZ no teclado, Márcio Bortoloti no trompete, Marja Lenski na percussão Pericles Zuanon na bateria, Rafael Barone no baixo, William Zaharanszki na guitarra.
Esperamos ver Liniker cantar as letras que combinam amor, empoderamento e liberdade do primeiro álbum, “Remonta”, e ouvir as músicas do “Goela Abaixo”, álbum recém lançado em março no Spotify com o apoio do edital Natura Musical.
Liniker e os Caramelows sobem no palco Onix no segundo dia de festival, às 13h15.
- Duda Beat

Chamada por algumas mídias de “Dua Lipa brasileira”, Eduarda Bittencourt, a Duda Beat vem fazendo sucesso com o seu ritmo brega e letras de amor, sobretudo, por si mesma.
Nascida em Pernambuco, a cantora lançou seu primeiro álbum “Sinto muito” no ano passado. O álbum é um grito em defesa do amor desmedido e contra a fluidez das relações modernas, como dito na letra de “Todo carinho”: “Beijei ontem à noite/Mas acordei sozinha/Difícil de falar dessas relações/Eu sou de outro tempo”. Duda se refere ao álbum como um processo de cura de suas decepções amorosas, e é perceptível a entrega e exposição da cantora nas músicas.
Seu estilo mistura diversos gêneros, como tecnobrega, manguebeat e synthpop, que certamente fará a plateia dançar enquanto se identifica com a “sofrência pop” de músicas como “Bixinho” (que acaba de ganhar uma versão remixada por Tomas Tróia e Lux Ferreira), “Bolo de Rolo” e uma das mais pedidas, “Chapadinha na Praia” (uma versão em português e não-oficial de “High by the Beach” da cantora Lana Del Rey).
Duda Beat pisará no palco Adidas no sábado, dia 5.
- E a terra nunca me pareceu tão distante

Com um nome tão grande que fica difícil de caber no cartaz. A banda E a terra nunca me pareceu tão distante (ou EATNMPTD) levará ao palco Onix seu rock instrumental, com guitarras distorcidas capazes de promover para a plateia uma viagem para fora do festival, dentro de suas próprias interpretações do arranjo sem vozes.
A banda paulistana é experiente em festivais e deverá colocar em seu set os sucessos de seus EPs “E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante” (2014), “Vazio” (2014), “Medo de Morrer | Medo de Tentar” (2016) e do álbum “Fundação” (2018).
A EATNMPTD começará as apresentações no palco Onix no domingo, às 11h55.
- Silva

Silva não é estreante no mundo da música, nem nos palcos do Lolla. Entretanto, espera-se um Silva bem diferente daquele participou da edição de 2014: o cantor capixaba, que na época celebrava os álbuns “Claridão” (2012) e “Vista Pro Mar” (2014), abusava dos sintetizadores e visual sóbrio emprestados de um estilo europeu, característica atenuada em seus últimos trabalhos que buscam um retorno à “brasilidade”.
Além disso, a popularidade de Silva cresceu desde aquela apresentação, ocupando uma posição de maior destaque no lineup.
O show de Silva acontecerá no dia 6, no Palco Onix, às 15h.