Até onde fé pode interferir no direito à vida? Pais podem decidir se seus filhos morrerão ou viverão com base em sua religião? Em que ponto as crenças de alguém “passam dos limites” e se torna necessário uma intervenção judiciária?
Em Um Ato de Esperança (The Children Act, 2017) a juíza Fiona Maye (Emma Thompson) se vê diante de diversas situações complexas nas quais deve decidir entre a vida e a morte de crianças e adolescentes, levando em conta pais devotos que acham crime os métodos capazes de salvar seus filhos e o que está na Constituição.
A personagem se vê trabalhando quase o dia todo e sem tempo para a sua vida pessoal e seu marido Jack Maye (Stanley Tucci), que reclama constantemente do afastamento da esposa e tenta reacender a chama há muito apagada a todo custo.
Fiona é uma mulher forte, empoderada e toda sua caracterização é feita de modo a mostrar o quão decidida ela é. A personagem demonstra uma força feminina extremamente importante nos dia atuais. Ela sabe exatamente o que quer e quais são suas prioridades, não se deixando levar nem pelo seu companheiro.
A trama é muito bem desenvolvida, explorando diversos traços dos personagens. Vida profissional, amorosa e pessoal são muito bem usadas para o espectador criar laços com os protagonistas do longa. Isso prende a atenção do início ao fim e arranca lágrimas até nos menos emotivos.
A história não perde sua leveza e jeito natural do curso das coisas. O final é impactante e provavelmente quem assistir se manterá durante algum tempo na sala de cinema para se recompor antes de retornar ao mundo. O quão breve é a vida? Por que temos tanta dificuldade em aceitar a morte? Você deixaria pessoas morrerem em nome da sua fé?
Esses são alguns dos inúmeros questionamentos que acompanham quem se aventura a assistir Um Ato de Esperança. O longa emociona, impressiona, impacta, faz refletir e atrai o olhar.
O filme chega aos cinemas no dia 21 de fevereiro. Assista aqui o trailer:
por Thaislane Xavier
thaislanexavier@usp.br