Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Um guia para o mochileiro das galáxias

Entenda um pouco mais do universo antes que ele acabe Por Rúvila Magalhães (ruvila.m@gmail.com) O fascínio pelos mistérios do Universo é antigo. O estudo das estrelas começou em aproximadamente 3.000 a.C. e foi desenvolvido especialmente na Grécia Antiga. Nesta época, diversas constelações foram listadas e descobertas, representando guias para a sociedade grega. O aparecimento de …

Um guia para o mochileiro das galáxias Leia mais »

Entenda um pouco mais do universo antes que ele acabe

Por Rúvila Magalhães (ruvila.m@gmail.com)

O fascínio pelos mistérios do Universo é antigo. O estudo das estrelas começou em aproximadamente 3.000 a.C. e foi desenvolvido especialmente na Grécia Antiga. Nesta época, diversas constelações foram listadas e descobertas, representando guias para a sociedade grega. O aparecimento de uma determinada constelação no horizonte era sinal de que a época das colheitas estava chegando, por exemplo.

Fascinante, o universo traz surpresas sem fim. Na foto, Vênus (Imagem: Divulgação Nasa)

Com a criação e aprimoramento de instrumentos para observação estelar, foram feitas descobertas importantíssimas, como a de Galileu Galilei, em 1610. Ao observar o céu noturno, com um telescópio, Galilei pôde enxergar Júpiter e, orbitando ao seu redor, as suas quatro maiores luas: Calisto, Europa, Ganímedes e Io.

As luas descobertas por ele são conhecidas como Luas de Galileu e foram essenciais para a derrubada do Geocentrismo, teoria elaborada por Aristóteles na Grécia Antiga que afirmava ser a Terra o centro do Universo, uma vez que os outros astros giravam em torno dela. Esse pensamento era apoiado pela igreja católica e perdurou até meados do século XVI, quando foi contestado por Johannes Kepler, dando lugar à teoria do Heliocentrismo, que também deixou de ser aceita anos depois.

Mais tarde, a corrida espacial – estimulada pela Guerra Fria e ocorrida entre os anos 1950 e 1980 – trouxe diversos benefícios para a sociedade, não só na engenharia espacial ou em descobertas científicas, mas também no campo de aplicações relacionadas ao cotidiano. Chips de silício, aparelhos portáteis para aferir a pressão arterial, detectores de fumaça, trajes anti-chamas (usados por pilotos de Fórmula 1), asa-deltas, ligas metálicas que compõem os aparelhos odontológicos são exemplos de como a ambição de enviar o homem ao espaço proporcionou intensas (e importantes) descobertas.

No ano de 1961, o russo Yuri Gagarin, primeiro homem a orbitar no espaço, disse uma das mais famosas frases da história do interior de sua cápsula espacial: “A Terra é azul”. Mas os esforços para mandar o homem ao espaço não pararam por aí. Em 1969, durante a missão Apollo 11, os astronautas norteamericanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram na Lua. Armstrong, falecido em 2012, foi responsável por proclamar outra frase lembrada até hoje: “Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”.

Lançamento da Apollo 17
Lançamento da missão tripulada Apollo 17, em 1972 (Foto: Divulgação Nasa)

A vida, o Universo e tudo mais

As estrelas diferem-se dos planetas por serem constituídas de muito mais massa e uma temperatura imensamente alta, o que – junto a outros fatores como pressão e composição química – é responsável pela sua produção de energia e o motivo pelo qual as estrelas tem “brilho próprio”. Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, as estrelas morrem.

Ao explodirem e morrerem, as estrelas espalham os seus restos pelo espaço. A partir desses “restos” podem surgir novos astros, como as anãs brancas, as estrelas de nêutrons e os buracos negros.

As anãs brancas são compostas pelo núcleo restante da estrela que morreu e que, devido à explosão, ainda permanece excessivamente quente, esfriando aos poucos até se tornar uma anã negra (o processo demora bilhões de anos e por isso não se conhece nenhuma anã negra). A explosão de uma estrela é o fenômeno conhecido como supernova. As supernovas são clarões que podem ser vistos durante muitos dias e a longas distâncias, o que facilita o estudo do universo.

A Via Láctea, galáxia à qual a Terra pertence, possui apenas uma estrela, o Sol. Ela é vizinha da famosa galáxia Andrômeda e é orbitada por duas galáxias anãs, as Nuvens de Magalhães. Além disso, é composta por 8 planetas, 172 luas, diversos protoplanetas (como Plutão) e incontáveis asteroides e cometas. Os quatro primeiros planetas (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) têm a superfície rochosa, enquanto Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são planetas gasosos. Vênus é o planeta mais quente da Via Láctea, porque Mercúrio, apesar de estar mais próximo ao sol, não tem uma atmosfera capaz de reter o calor que recebe.

Galáxia vista por Hubble
Galáxia vista a partir de um telescópio Hubble (Foto: Divulgação Nasa)

Júpiter é o maior planeta do sistema solar – para efeito de comparação pode-se dizer que Júpiter tem o mesmo volume de quase 122 Terras – e possui pelo menos 60 satélites naturais como a Lua. Saturno é o segundo maior planeta do sistema solar, é o menos denso e possui os únicos anéis visíveis da Terra. Os seus anéis são compostos por rochas e poeira e estão sendo lentamente puxados para o centro do planeta, o que leva a crer que um dia eles desaparecerão.

Plutão foi colocado no centro de diversas discussões devido à polêmica em torno de suas características. Em 2006, o corpo celeste foi reclassificado e suas condições o levaram à categoria de protoplaneta ou planeta anão por descumprir um dos pré-requisitos. Segundo Tassiana Carvalho, pesquisadora em ensino de ciências pela USP, em alguns momentos a órbita de Plutão confunde-se com a de Netuno. Dessa forma, ele não é o planeta dominante em sua própria órbita, o que é necessário para um planeta. Essa reclassificação gerou muitas controvérsias e ainda divide opiniões.

Marte é o quarto planeta do sistema solar. O Planeta Vermelho, como é conhecido, já esteve em um passado distante na chamada “zona habitável” do sistema solar – é o local no qual a Terra encontra-se no momento –, por isso há tantas especulações e explorações que buscam vida em Marte. Sobre a zona habitável, Tassiana Carvalho explica: “Sabendo a distância de um planeta à estrela, eles (astrônomos) conseguem estimar o quanto de energia chega pra essa estrela alimentar o planeta e aí se cria uma zona, uma faixa, que seria ideal para a ocorrência de vida”.

Além de energia disponível, existem outras condições para a existência e a manutenção da vida em outros planetas. Para tentar descobrir se há (ou houve) vida em algum planeta, podem ser enviadas sondas espaciais à procura de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. Elementos esse que, quando misturados, configuram o material genético tal qual conhecemos hoje.

Sondas espaciais são naves não tripuladas equipadas com diversos tipos de aparatos necessários para testes físicos, químicos e transmissão de sinais, incluindo fotografias. O envio de sondas espaciais é bem comum, porém ainda encontra dificuldades. Enos Picazzio, professor do IAG USP (Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo), enumerou algumas delas: “A própria navegação e a aproximação do módulo cargueiro do planeta, a liberação da sonda, a descida controlada para evitar o choque com a superfície, o pouso, e o controle da sonda robótica”. A última sonda a atingir Marte foi a Curiosity.

Confira o infográfico a seguir para entender um pouco mais:

O futuro

Há algum tempo foram feitas pesquisas que visam criar condições para o envio de missões tripuladas  a Marte. Existem diversos perigos que ainda impedem essa conquista, porém Picazzio comenta: “Estima-se que essa viagem possa se transformar em realidade dentro de uma década e meia”.

Ainda há muito o que descobrir e é por isso que milhões de dólares são gastos em sondas e missões espaciais. A curiosidade e o fascínio pelo Universo movimentam uma indústria de alta tecnologia e know-how. Para o orgulho do país, segundo Picazzio, a “astronomia brasileira tem nível internacional”, apesar de ainda necessitar de investimentos em educação, para que o espaço esteja mais perto de seus habitantes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima