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Há 25 anos, o basquete perdia sua maior estrela europeia

Por Bruno Nossig Considerado o melhor jogador internacional da história, Drazen Petrovic jogava um basquete inovador para a sua época, encantando com assistência mágicas e arremessos que o tornaram em um dos melhores na história nesse quesito. Na Europa, deixou sua marca com atuações históricas e médias absurdas, chegando a fazer 112 pontos em uma …

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Por Bruno Nossig

Considerado o melhor jogador internacional da história, Drazen Petrovic jogava um basquete inovador para a sua época, encantando com assistência mágicas e arremessos que o tornaram em um dos melhores na história nesse quesito.

Na Europa, deixou sua marca com atuações históricas e médias absurdas, chegando a fazer 112 pontos em uma partida pelo Cibona, equipe Iugoslava. O jogador atraiu os olhos da NBA, com médias acima de 35 pontos por partida, que culminaram em diversos títulos internacionais para o time de Zagreb, que rebatizou o nome de seu ginásio para Drazen Petrović Basketball Hall, após sua morte.

Em 1986, Petrovic foi escolhido pelo Portland Trail Blazers na terceira rodada do Draft. O croata, porém, decidiu adiar a sua participação na liga americana e se juntou ao  Real Madrid, na temporada de 1988.

Depois de um ano com sucesso na equipe espanhola, o jogador optou por atuar na NBA, e assinou seu contrato com os Blazers. O ala-armador, que tinha sido apelidado de “Mozart croata” pela forma mágica como jogava, estava preparado para a maior liga de basquete do mundo. Mas, apesar da grande expectativa, Petrovic não obteve sucesso imediato.

A equipe de Portland possuía muitos jogadores talentosos na posição de Petrovic. Clyde Drexler, Danny Young e Terry Porter eram os nomes com quem disputava posição e, para a sua insatisfação, obteve pouco tempo em quadra, terminando com médias de doze minutos por jogo em sua primeira temporada.

Apesar da dificuldade que vivia na liga norte-americana, o ala-armador obtinha sucesso atuando por sua terra natal. Nos Jogos Olímpicos de Seul, ganhou a medalha de prata e, em 1990, liderou a Iugoslávia ao título mundial.

Além de obter a medalha de ouro sobre a União Soviética, o ano de 1990 foi crucial na história do jogador pela NBA. Portland havia acabado de contratar Danny Ainge, outro grande ala-armador, e a situação de Petrovic na equipe tornou-se inviável. A direção do Blazer decidiu, então,  trocá-lo para o New Jersey Nets.

Na nova equipe, a situação mudou. Na temporada de 1991-1992, o atleta se tornou titular e conseguiu jogar o basquete que o trouxe para a NBA. No documentário Once Brothers da NBA Entertainment, a mãe do jogador revela a mudança de postura do filho na equipe. “Ele sentia que tinha nascido novamente. Ele estava jogando, era aceito. Ele estava muito feliz. New Jersey estava feliz. Todos estavam felizes”.

Drazen Petrovic comemora em jogo pelo New Jersey Nets. (Imagem: Reprodução)

Entretanto, a alegria do jogador estava presente apenas na quadra. A guerra na Iugoslávia havia eclodido e o croata vivia com um constante medo de que algo acontecesse com sua família. Em diversas entrevistas, o atleta revelou que a quadra de basquete era sua maior terapia na época.

Seus antigos companheiros de seleção agora estavam em lados rivais, cada um defendendo sua nacionalidade. O período custou muitas amizades para o número 3, entre elas, a relação com o Vlade Divac, pivô sérvio do Los Angeles Lakers, foi a mais afetada.

Nas Olimpíadas de 1992, a Croácia passou a ter participação independente da Iugoslávia. O jogador, conhecido por ser um croata orgulhoso, conduziu a seleção à medalha de prata, na qual perdeu para o Dream Team. A conquista aumentou seu reconhecimento entre os jogadores da NBA e aumentou sua confiança para a temporada seguinte.

Logo em seu segundo ano em New Jersey, produziu médias de 20 pontos por jogo e liderou o time para os playoffs. No ano seguinte, a melhora de Petrovic se tornou evidente quando foi escolhido para o All NBA Third team (eleito para a seleção do terceiro melhor time da NBA). O jogador também liderou New Jersey para mais um playoffs da NBA, mas foi eliminado, novamente, na  primeira rodada.

No verão de 1993, Petrovic foi chamado para jogar um torneio qualificatório do Eurobasket pela Croácia. A seleção não precisava de seu melhor jogador para ganhar a competição, mas como Petrovic era o capitão e um nacionalista, logo optou por participar. Após conquistar o título com facilidade, decidiu voltar de Berlim de carro com sua namorada, ao invés de viajar de avião com sua equipe. No dia 7 de Junho, em uma estrada na Alemanha, o carro no qual Petrovic estava chocou-se com um caminhão e o jogador faleceu.

Após sua morte, o jogador se tornou um símbolo do esporte croata, e de todas as equipes pelas quais jogou. Em 11 de novembro de 1993, o New Jersey Nets aposentou camisa número três, em homenagem ao jogador. Mas, apesar de todas as memórias e momentos que Drazen Petrovic deixou na história do basquete, faltou tempo para que o jogador conseguisse se colocar entre os gigantes da NBA.

Reggie Miller, ex-jogador do Indiana Pacers, revela sua admiração pelo jogador em uma entrevista ao HuffPost. “Foi o cara mais duro que já enfrentei. Foi o melhor chutador que já vi. Nunca tinha visto nada igual. As pessoas falam do arremesso de Steph [Curry] ser o mais rápido da história, bem, Petrovic tinha o arremesso mais rápido que já vi” comentou.

Veja também a história de outros jogadores que morreram durante a carreira:

Reggie Lewis

Reggie Lewis é um caso à parte na NBA. Diferentemente da maioria dos jogadores que atuaram na liga, o antigo ala-armador do Boston Celtics não foi um atleta espetacular durante seu tempo em High School. Assim, sem muito destaque, ele acabou indo para a faculdade de Northeastern, que não possuía um grande programa dentro da National Collegiate Athletic Association (NCAA). O jogador se destacou no período universitário e, após grandes performances, foi draftado pela equipe de Boston na vigésima segunda escolha de 1987.

Seu começo na NBA foi difícil e, durante a primeira temporada, conseguiu pequenas médias de 8.3 minutos por jogo. Em entrevista à ESPN, Larry Bird, membro do Hall da Fama e antigo companheiro de Lewis, disse que “quando Reggie entrou na liga ele realmente não sabia como jogar o jogo. Ele só arremessava bem, era basicamente isso”.

Reggie e Drazen, frente a frente. A morte dos dois abalaria o mundo do esporte em junho de 1993. (Imagem: Reprodução)

Mas a partir da segunda temporada, sua evolução foi estratosférica. O jogador passou a ter mais de 30 minutos por partida e médias de 18 pontos por jogo. Nas temporadas posteriores, o americano se tornou um dos atletas mais importantes da equipe de Boston. No ano de 1992, após a lesão de Larry Bird nas semifinais de conferência contra o Cleveland, Lewis conduziu o Boston nos jogos três e quatro, ao pontuar, respectivamente, 36 e 42 pontos.

Em 1993, após a aposentadoria de Larry Bird, Lewis foi nomeado capitão do Boston Celtics. O ala-armador, que já havia sido eleito para o All-Star Team em 1992, fez mais uma grande temporada e liderou a equipe para os playoffs.

Porém, na primeira partida contra os Charlotte Hornets na pós-temporada de 1993, Lewis sofreu uma queda sem contato e foi retirado pelos médicos, após alegarem que o jogador estava com dificuldade de respirar e sentia tontura. Na sua última partida na NBA, o atleta registrou incríveis 17 pontos, em apenas 13 minutos jogados.

Lewis recebeu diagnósticos conflitantes diante de seu estado de saúde e foi advertido para não fazer muito esforço. Mas, em uma sessão de treino leve, na Universidade de Brandeis, o jogador sofreu um colapso e caiu no chão com dificuldade de respirar. Reggie Lewis faleceu duas horas depois, no dia 27 de junho de 1993.

Além de ser o capitão da equipe, ele era um líder comunitário, com grande importância para cidade. No dia 22 de março de 1995, Lewis recebeu uma merecida homenagem quando teve a camisa 35 aposentada pelo Boston Celtics

A morte de Reggie Lewis causou extremo impacto na equipe de Boston. O time, que já havia perdido Len Bias em 1986, perdeu também um jogador que poderia ser um dos melhores two-way players da NBA, por ser fenomenal tanto do lado ofensivo quanto do lado defensivo do basquete.

“Reggie era difícil de ser parado”, adicionou Larry Bird à ESPN. “Ele o tirava de sua zona de conforto o tempo todo. Tinha alguns jogadores na liga que eu odiava marcar porque nunca sabia o que eles estavam pensando. Ficava grato que Reggie era meu companheiro de equipe, porque ele era um desses jogadores”.

Rick Berry

Rick Berry foi considerado um steal do Draft de 1998. (Imagem: Reprodução)

O ala do Sacramento Kings foi escolhido pela equipe no draft de 1998 na primeira rodada, 18ª escolha daquele ano, após ser o cestinha da Universidade de São José. O jogador também compôs a seleção americana que conquistou a medalha de prata nos jogos Pan-Americanos de 1987.

Logo em seu primeiro ano na NBA, Berry se destacou. Sendo considerado um steal do seu draft, o jogador teve médias de 11 pontos em 22 minutos por jogo. O atleta também registrou 34 pontos em uma única partida e foi titular em 21 jogos na temporada.

Durante a pré-temporada, no dia 14 de agosto de 1989, Rick Berry cometeu suicídio e foi encontrado por sua mulher, com um tiro na cabeça e uma carta. Um dia antes, ele e sua esposa haviam brigado, e ela dormiu em outro lugar.  De acordo com jogadores próximos e familiares, Rick Berry não mostrava evidência de depressão.

Len Bias

Nunca ter defendido a NBA não impede de colocar Bias nessa lista. Na verdade, não ter atuado em um jogo sequer pela liga americana alimenta a pergunta: “O que poderia ter ocorrido?”.

Len Bias demonstrou toda sua capacidade física em sua passagem por Maryland. (Imagem: University of Maryland archives)

Len Bias era um jogador fenomenal durante o High School e na NCAA. O ala de 2.06m impressionava com sua capacidade física e salto vertical.

Durante seu período na Universidade de Maryland, Bias conquistou diversos prêmios individuais, entre eles, o de melhor jogador da Atlantic Coast Conference (ACC), enquanto disputava a temporada de 1985 e 1986. O ano de 1986 fez de Bias um dos jogadores mais desejados do Draft e, com a segunda escolha daquele ano, o Boston Celtics escolheu o ala.

O americano foi escolhido por uma equipe que acabou a temporada regular com um recorde de 67-15. Se tivesse se juntado aos grandes jogadores de Boston como Larry Bird e Kevin Mchale, Bias poderia formar um dos times mais dominantes na história da liga. Mas o destino interveio e o atleta nunca pisou no TD Garden.

No dia 19 de junho de 1986, ao voltar a Maryland, o jogador usou cocaína com  companheiros de time e acabou sofrendo uma overdose que resultou em uma arritmia, causa de  sua morte.

O técnico de Duke Mike Krzyzewski, em entrevista ao Boston Globe em 2003, revelou que Len Bias era um jogador espetacular. “Esse é meu vigésimo quarto ano como técnico de Duke e, nesse tempo, enfrentei dois jogadores que se destacaram dos demais: Michael Jordan e Len Bias. Len era um grande atleta, com grande competitividade. Acredito que ele teria sido um dos melhores atletas da NBA. Ele inventava maneiras de pontuar, e não tinha nada que podíamos fazer. Não importava como o defendíamos, ele convertia as jogadas” admitiu.

Len Bias se tornou um dos jogadores mais dinâmicos que nunca jogaram o nível profissional, e por muitos é considerado o melhor jogador que nunca vestiu a camisa de uma equipe da NBA.

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