Pela primeira vez no Oriente Médio, a Copa do Mundo FIFA de 2022 tem seu apito inicial marcado para o dia 21 de novembro. Em sua 22ª edição, o campeonato sediado no Catar será a despedida do modelo com a participação de 32 seleções – que será ampliado para contar com 48 equipes em 2026.

Entre os países que conquistaram sua vaga no campeonato está o Uruguai, uma das seleções mais tradicionais da América do Sul. Apesar de não estar entre as favoritas ao título mundial, a Celeste Olímpica é uma equipe com passado glorioso e craques conhecidos por suas qualidades inconfundíveis.

Uma história de glórias

O Uruguai foi uma das principais seleções de futebol do mundo no século 20. Ficou conhecido como a Celeste Olímpica após vencer os Jogos Olímpicos de 1924 e de 1928, nos quais jogaram com sua característica camisa azul-celeste. Na época, a Copa do Mundo ainda não havia sido criada pela FIFA, e os Jogos eram as competições mais importantes do futebol.

Em 1930, a Copa foi instaurada e os uruguaios sagraram-se como os primeiros campeões mundiais jogando em casa. Em uma final disputada no Estádio Centenário, a equipe uruguaia venceu por 4 a 2 os vizinhos argentinos, com quem mantiveram uma grande rivalidade futebolística. Nas duas edições seguintes, sediadas na Itália e na França, o Uruguai decidiu pela não participação em resposta à ausência de diversas seleções europeias na Copa em que foi país-sede.

Foi somente em 1950 que a Celeste repetiu seu feito de 30 e sagrou-se bicampeã. Na primeira Copa do Mundo realizada após a Segunda Guerra Mundial, o time uruguaio venceu por 2 a 1 os donos da casa — os brasileiros —, episódio que ficou conhecido como Maracanazo. O estádio Maracanã, um dos símbolos do futebol do Brasil, havia sido inaugurado no mesmo ano. A vitória brasileira era dada como certa, porém, mais de 170 mil pessoas — o maior público da história das Copas — presenciaram o trauma verde e amarelo ao perder a taça no palco em que construíram.

 

Depois de 50, a seleção uruguaia somente bateu na trave em torneios mundiais. Nunca mais foi campeã ou vice. Os melhores resultados após seu bicampeonato ocorreram em 1954, 1970 e 2010, em que conquistou o quarto lugar. Continentalmente, ganhou a Copa América algumas vezes — a última em 2011 —, mantendo o posto de maior vencedora do campeonato empatada com os rivais argentinos.

A conquista da vaga

A equipe uruguaia obteve um total de 28 pontos e a terceira melhor campanha nas eliminatórias sul-americanas, ficando atrás apenas dos brasileiros e dos argentinos. Ainda assim, a trajetória da seleção pode ser considerada dramática: foram somente 8 vitórias contra 4 empates e 6 derrotas — um aproveitamento pouco maior do que 50% —, e a participação na Copa do Mundo só foi garantida mesmo na penúltima rodada, em um jogo contra o Peru que terminou no 1 a 0.

O time Celeste não protagonizou muitas goleadas. As vitórias com números mais expressivos foram contra a Colômbia, na terceira rodada; e contra a Venezuela, na décima sexta — ambas com 3 gols de vantagem. Nas duas partidas, marcaram as estrelas mais famosas da atual seleção: Edinson Cavani e Luis Suárez.

A atuação de Suárez, atacante do Atlético de Madrid, merece destaque. O jogador foi vice-artilheiro das eliminatórias junto de Neymar, tendo cada um dos ex-Barcelona marcado 8 gols. Arrascaeta, que veste a camisa do Flamengo, ficou um pouco atrás do companheiro e marcou 5.

As expectativas para o mundial

O Uruguai foi sorteado para o grupo H e fará sua estreia no dia 24 de novembro, em uma partida contra a Coreia do Sul. É esperado que passe para as oitavas de final junto com Portugal. Apesar de estar em um grupo em que todas as equipes possuem chances de passar para a próxima fase, é esperado que Portugal e Uruguai superem seus adversários Gana e Coreia do Sul e avancem para as oitavas de final.

Nas últimas duas edições do torneio, a seleção uruguaia caiu logo nas oitavas — mas pode surpreender e refazer seu feito de 2010, em que jogou as semifinais.

Os principais craques

Sempre que se fala da equipe uruguaia, Luis Suárez e Edinson Cavani são apontados como as principais peças do time. Suárez é considerado como um dos melhores jogadores da história do futebol. No Atlético de Madrid desde 2020, anteriormente compunha o trio MSN com Neymar e Messi, no Barcelona. Já Cavani atua pelo time inglês Manchester United, mas já jogou em outras equipes relevantes no futebol europeu como o Napoli e o Paris Saint-Germain — em que também foi companheiro do 10 brasileiro.

A lista de convocados conta com alguns nomes mais conhecidos pelos torcedores do Brasil. Arrascaeta, ídolo no Flamengo, carrega a 10 uruguaia e foi o responsável por marcar o gol que garantiu a participação da Celeste no Catar. Diego Godín, zagueiro do Atlético Mineiro, joga com a braçadeira de capitão na seleção e é o jogador que mais vezes defendeu a camisa azul-celeste na história. Diego Méndez, pré-selecionado para defender pela primeira vez a equipe principal do Uruguai, atua emprestado no Internacional. Piquerez, por fim, joga no atual campeão da Libertadores, o Palmeiras.

O fim de uma era…

A Copa de 2022 poderá ser para alguns atletas a última atuação pela seleção principal em torneios mundiais. Suárez e Cavani, ambos com 35 anos, jogarão sua quarta Copa e encerrarão suas participações em partidas pelo Uruguai. Na mesma idade está Fernando Muslera, goleiro que estreou como titular na Copa de 2010. Diego Godín, o capitão, aos 36 anos também atuará pela quarta vez.

 

… e o início de uma outra!

Outros jogadores defenderão a Celeste principal pela primeira vez em solo catariano. Sebastian Cáceres, Juan Manuel Sanabria, Facundo Torres, Santiago Rodríguez e Bruno Méndez são alguns desses nomes. Manuel Ugarte, César Araújo, Facundo Pellistri e Martin Satriano, os caçulas nascidos em 2001, também foram pré-selecionados para o torneio.