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Wolfsburg abre 2 a 0, mas Barcelona se recupera, vira o jogo e é bicampeão da Champions League Feminina

Equipe alemã lutou até o fim, mas time catalão foi fatal no início do segundo tempo para garantir o troféu após o vice-campeonato da temporada passada

No último sábado (3), ocorreu, no Philips Stadion, em Eindhoven, Países Baixos, para mais de 33 mil pessoas, a final da Uefa Women’s Champions League. Frente a frente estavam Barcelona, da Espanha, em busca do bicampeonato, e Wolfsburg, da Alemanha, que tentava ser campeão pela terceira vez. 

O Barça chegou à final pela terceira vez, depois de ter sido campeão em 2020/21, contra o Chelsea, e vice em 2021/22, diante do Lyon. Já o Wolfsburg, que não vencia a Liga dos Campeões Feminina desde que conquistou o bicampeonato consecutivo, em 2012/13 e 2013/14, chegava à sua quarta final desde então. As Lobas, como são chamadas, foram vice-campeãs em 2015/16, em 2017/18 e em 2019/20 — todas contra o Lyon.

As campanhas: finalistas, com justiça

FC Barcelona

Com o bom retrospecto recente, o Barça chegou como um dos grandes favoritos ao título europeu. Na fase de grupos, a equipe não repetiu os 100% de aproveitamento de 2021/22, mas foi líder com 15 pontos em 18 disputados, classificando-se à frente do Bayern de Munique nos critérios de desempate — Benfica e Rosengård (Suécia) não conseguiram avançar.

Nas quartas de final, o time catalão não teve muitas dificuldades contra a Roma, vencendo fora por 1 a 0 e goleando em casa por 5 a 1. Mas essa facilidade não se manteve nas semis, diante do Chelsea. O Barcelona contou com um gol de Graham Hansen no início da partida de ida para vencer por 1 a 0, e outro na volta, em jogo que acabou empatado em 1 a 1.

VfL Wolfsburg

Após ser eliminado para o próprio Barcelona na temporada passada, quando teve uma fase de grupos difícil, o Wolfsburg passou com tranquilidade às oitavas de final dessa Champions. Com 14 pontos, a equipe foi líder do grupo B, que teve a Roma classificada em segundo, com 13 pontos — o St. Pölten (Áustria) e o Slavia Praga (Tchéquia) foram eliminados.

Uma vez no mata-mata, a equipe teve pela frente o Paris Saint-Germain, em dois jogos duros. Na ida, em jogo polêmico no Parc de Princes, as Lobas fizeram valer a vantagem numérica (o PSG teve uma jogadora expulsa) e venceram por 1 a 0. A volta na Volkswagen Arena terminou empatada em 1 a 1. 

Nas semis, contra o Arsenal, mais dois confrontos tensos. O time alemão chegou a abrir 2 a 0 na ida, em casa, mas sofreu o empate e foi à Inglaterra com tudo igualado. O jogo da volta foi emocionante: o Wolfsburg saiu atrás, virou o jogo, sofreu o empate e saiu vencedor somente aos 119’ da prorrogação, com um gol de Pauline Bremer.

Montagem das equipes: sem segredos

O Barcelona teve mudanças no time titular em relação ao segundo jogo contra o Chelsea. Torrejón, na lateral direita, e Oshoala (por lesão), no ataque, deram lugares a Bronze (que retornou de contusão) e Paralluelo, respectivamente. Isso fez com que Jonatan Giráldez trouxesse Mariona Caldentey para o centro do ataque, com Paralluelo atuando mais à esquerda. Geyse era a representante brasileira no banco de reservas. 

Já o Wolfsburg foi ao campo com a mesma escalação do jogo da volta contra o Arsenal. A diferença estava no posicionamento, especialmente das jogadoras de ataque: enquanto nas semifinais Huth jogou à direita, Jónsdóttir apareceu pela esquerda e Popp teve maior liberdade de movimentação para jogar atrás de Pajor, na final Popp foi a centroavante, com Huth centralizando o jogo atrás dela, Jónsdóttir à direita e Pajor à esquerda. Essa variação demonstra a versatilidade das atletas de Tommy Stroot, que as posiciona conforme o que cada jogo pede. 

Primeiro tempo: Barça mais ofensivo, Wolfsburg mais efetivo

Quem olha apenas as estatísticas da primeira etapa tem dificuldades em acreditar que o Wolfsburg saiu vencedor: foram 67% de posse de bola e 15 finalizações barcelonistas contra 33% de posse e apenas três tentativas da equipe alemã. A diferença está na efetividade: apenas dois chutes do Barça foram em direção ao gol defendido por Frohms, enquanto todas as finalizações do Wolfsburg foram na meta da goleira Paños. 

O primeiro lance de perigo do jogo (que foi também o primeiro gol) é a exemplificação perfeita do que foi o primeiro tempo: com menos de 3’, o Barcelona girou a bola no campo de defesa até que Bronze cedeu à pressão de Pajor e foi desarmada. A atacante polonesa avançou e finalizou, livre, de fora da área, e marcou um belo gol para as Lobas. 1 a 0.

Com 13’, a chance de empate do Barça: Após cobrança de escanteio, Paredes subiu sozinha na segunda trave para testar para fora. Aos 34’, Graham Hansen recebeu cruzamento e desviou, mas a bola não chegou à meta de Frohms. E no lance seguinte veio a punição: em jogada de velocidade, Pajor recebeu pela esquerda, cruzou de perna direita e encontrou Popp, que se desmarcou entre duas defensoras adversárias e tocou de cabeça para o fundo das redes para fazer 2 a 0. Foi o quarto gol da alemã em finais europeias — ela já havia marcado em 2014, 2016, 2020 e 2023. 

“O pedigree europeu nunca falha”. Foi assim que a narradora da CazéTV, Letícia Macedo, definiu o gol de Alex Popp. A atacante alemã é tricampeã europeia: venceu o bicampeonato da Champions Feminina pelo Wolfsburg e foi campeã da versão anterior do torneio, em 2008/09, quando atuava pelo Duisburg, da Alemanha. [Foto: Reprodução/Twitter @sportz_point]

Antes do término do primeiro tempo, mais uma oportunidade para o Barça: aos 45’+2, Lucy Bronze, que havia falhado no primeiro gol, fez linda jogada individual, tabelou com Rolfö e encontrou Paralluelo na cara do gol. Ela parou em Frohms, que fez a defesa.

Segundo tempo: Visca el Barça

Se no primeiro tempo o barcelonismo de manutenção da posse e de toque de bola no campo do adversário não surtiu efeito a favor da equipe catalã, na segunda etapa foi a efetividade alemã que não conseguiu triunfar. Logo aos 48’, após roubada de bola, Graham Hansen fez brilhante jogada individual sobre Rauch e só rolou para Patri Guijarro diminuir. 
E não deu tempo sequer de o Wolfsburg respirar: no lance seguinte, aos 49’, Bronze fez jogada individual e Mariona Caldentey tocou para Paralluelo chapar para fora. Na saída de bola alemã, o Barcelona fez pressão e recuperou a posse. Walsh lançou Aitana Bonmatí, que avançou pela direita, fintou e cruzou para ela, Patri Guijarro, marcar pela segunda vez na final e pela quarta vez na Champions. A vantagem que o Wolfsburg tinha construído com muita tática e inteligência se foi em cinco minutos diante da força do Barça.

Decisiva y recordista. Os dois gols em dois minutos de Patri Guijarro não só inverteram os ânimos da partida, como quebraram um recorde de finais europeias que pertencia a Alfredo Di Stéfano. O hispano-argentino marcou dois gols em três minutos na final da Liga dos Campeões de 1960, entre Real Madrid e Eintracht Frankfurt. [Foto: Reprodução/GoalEspana]

Com o empate catalão, a situação ficou difícil para as Lobas, que seguiram tentando, mesmo assim. Aos 68’, Huth recebeu de costas, girou e encontrou ótimo lançamento para Pajor. A camisa nove bateu, mas Sandra Paños defendeu em dois tempos. Jonatan Giráldez mexeu, então, e a Geyse entrou no lugar de Paralluelo.

No primeiro lance da brasileira, aos 70’, ela cruzou a bola na pequena área, Mariona Caldentey tentou bater e foi travada. A defesa do Wolfsburg não conseguiu afastar e, na rebatida, a bola sobrou para Rolfö tocar para o fundo do gol. Em vinte minutos, o Barcelona tinha virado um 2 a 0! 

Rölfem” os tambores: o Barça virou! A lateral sueca (destaque, à esquerda) fez o gol do 3 a 2 e foi comemorar com Alexia Putellas (destaque, à direita), craque e capitã da equipe. [Foto: Reprodução/Twitter @FridolinaRolfo]

A virada fez com que o Wolfsburg se lançasse ao ataque para tentar mudar o resultado e aos 71’, Lattwein entrou no lugar de Roord. Esse ímpeto, porém, tinha suas desvantagens: o time alemão deixava muitos espaços em sua defesa, o que poderia ser perigoso caso o Barcelona recuperasse a bola. Em um desses casos, aos 72’, Geyse avançou desde o meio de campo com a bola e acabou finalizando para longe do gol. 

O Brasil decide. Geyse (à esquerda) participou diretamente no lance do gol da virada do Barcelona segundos após entrar em campo na final da Uefa Women’s Champions League. [Foto: Reprodução/CazéTV]

Os treinadores fizeram mais alterações nas equipes: aos 79’, Jonatan Giráldez sacou Mariona Caldentey e Graham Hansen para as entradas de Clàudia Pina e de Crnogorčević. Do outro lado, aos 84’, Tommy Stroot tirou Pajor e Wilms e colocou Pauline Bremer e Hegering em busca do empate. 

A substituição que marcou a partida foi acontecer somente aos 90’, quando Alexia Putellas, atual melhor jogadora do mundo, entrou em campo no lugar de Aitana Bonmatí. A craque e capitã da equipe sofreu uma lesão gravíssima em julho de 2022 e retornou às condições ideais há pouco tempo. Ela voltou a jogar no fim de abril, mas ainda não pode atuar durante uma partida inteira. Giráldez também colocou Ingrid Engen em campo no lugar de Walsh.

Os minutos finais foram de grande pressão das Lobas, que lutaram até o fim e tiveram uma última chance com Pauline Bremer, de cabeça. Mas, ao contrário do que aconteceu contra o Arsenal, a tentativa parou na goleira Sandra Paños, aos 90’+9. Final de jogo: Barcelona 3, Wolfsburg 2 e Barça bicampeão europeu de futebol feminino!

Para além do bicampeonato…O público do Philips Stadion assistiu a um verdadeiro espetáculo de futebol, barcelonismo e superação, e pôde extravasar após o vice-campeonato do ano passado. [Foto: Reprodução/Twitter @FCBfemeni]

Destaques da competição

Após a final, a Uefa divulgou as premiações da edição de 2022/23. Barcelona e Wolfsburg dominaram todas as categorias.

Artilheira: Ewa Pajor (26, atacante, VfL Wolfsburg) — nove gols

Melhor jogadora jovem: Lena Oberdorf (21, meio-campista defensiva, VfL Wolfsburg) — uma assistência e 34 desarmes (2ª)

Melhor jogadora: Aitana Bonmatí (25, meio-campista ofensiva, FC Barcelona) — cinco gols e oito assistências (1ª em assistências e em participações totais para gol)

Time do campeonato: Frohms (VfL Wolfsburg); Bronze (FC Barcelona), Paredes (FC Barcelona), Mapi León (FC Barcelona), McCabe (Arsenal FC); Oberdorf (VfL Wolfsburg), Aitana Bonmatí (FC Barcelona), Patri Guijarro (FC Barcelona), Graham Hansen (FC Barcelona), Popp (VfL Wolfsburg) e Pajor (VfL Wolfsburg)

A melhor. Aitana Bonmatí (destaque, ao centro) foi uma das principais responsáveis por manter o Barcelona forte mesmo com a ausência de Alexia Putellas. [Foto: Reprodução/Twitter @FCBfemeni]

Com o título do Barcelona, fica assim a lista de títulos da Liga dos Campeões Feminina:

Lyon: 8

Frankfurt: 4

Barcelona: 2

Wolfsburg: 2

Potsdam: 2

Umea IK: 2

Arsenal: 1

Duisburg: 1

O Barcelona encerra a temporada 2022/23 como campeão da Liga F (Campeonato Espanhol Feminino) e da Europa, enquanto o Wolfsburg ficou com o vice tanto a nível nacional — o Bayern de Munique foi o campeão da Bundesliga Feminina —, quanto a nível continental. Ambas as equipes seguem, porém, com um plantel e um trabalho qualificado para lutarem pela hegemonia europeia nos próximos anos. 

Ficha técnica:

Barcelona (4-3-3): Paños; Bronze, Paredes, Mapi León, Rolfö; Aitana Bonmatí (Alexia Putellas, 90’), Walsh (Engen, 90’), Patri Guijarro; Graham Hansen (Crnogorčević, 79’), Mariona (Pina, 79’) e Paralluelo (Geyse, 70’). T.: Jonatan Giráldez.

Wolfsburg (4-2-3-1): Frohms; Wilms (Hegering, 84’), Hendrich, Janssen, Rauch; Roord (Lattwein, 71’), Oberdorf; Jónsdóttir, Huth, Pajor (Bremer, 84’); Popp. T.: Tommy Stroot.

Gols: Patri Guijarro (Graham Hansen, 48’, e Aitana Bonmatí, 50’) e Rolfö (70’) – BAR / Pajor (3’) e Popp (Pajor, 37’) – WOL

Cartões amarelos: Aitana Bonmatí (33’) e Paredes (90’+4) – BAR / Hendrich (22’), Jónsdóttir (77’) e Popp (90’+4) – WOL

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @FCBfemeni

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