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Brasil – Por que só país do futebol?

Questionamentos acerca dos motivos pelos quais o país não desponta no cenário esportivo mundial Por Tiago Medeiros (tiagosmedeiros@usp.br) O ano é 2018, e o imaginário esportivo da gigante maioria do povo brasileiro concentra-se em apenas uma coisa: a Copa do Mundo na Rússia. Esse evento esportivo que acontece de quatro em quatro anos mexe com …

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Questionamentos acerca dos motivos pelos quais o país não desponta no cenário esportivo mundial

Por Tiago Medeiros (tiagosmedeiros@usp.br)

O ano é 2018, e o imaginário esportivo da gigante maioria do povo brasileiro concentra-se em apenas uma coisa: a Copa do Mundo na Rússia. Esse evento esportivo que acontece de quatro em quatro anos mexe com a rotina e a vida de todas as pessoas inseridas no corpo social do país. Em dias de jogos, os jovens são dispensados das escolas e faculdades, o expediente de trabalho dos adultos é encurtado, o comércio e o movimento nas cidades desaquece. Mas as questões que surgem com toda essa mobilização são as seguintes – Por que um evento futebolístico gera tanta sensibilização? Por que as Olimpíadas, ou qualquer outro evento esportivo de grande magnitude, não têm tanta visibilidade?

Ao decorrer dessa matéria, veremos motivações burocráticas e culturais que incitam o estigma do Brasil como país do futebol, e não como um país da pluralidade esportiva. Devem ser considerados todos os campos englobados pelo cenário esportivo atual, além de suas origens, para que se compreendam as questões que dificultam um desenvolvimento mais igualitário do esporte brasileiro.

O início

As práticas esportivas são realizadas no Brasil pelos indígenas desde antes mesmo da chegada dos portugueses ao país. Nos primórdios, os nativos praticavam modalidades similares ao que conhecemos hoje como natação, tiro com arco, canoagem, corridas, lançamentos, etc. No entanto, considera-se que a primeira aparição de um esporte moderno em terras brasileiras aconteceu em 1810. Comerciantes ingleses organizavam-se próximos a praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, para praticar Turfe – espécie de corrida de cavalos que mais tarde inspirou a criação do hipismo moderno como se conhece hoje.

Em seguida, concomitantemente com o desenvolvimento da nação, cada vez mais novos esportes foram sendo introduzidos à esfera social brasileira durante os séculos XIX e XX. Diante dessa fatalidade, observou-se necessária a criação de um órgão que regulamentasse todas as modalidades, para que houvesse uma melhor organização do cenário esportivo que despontava no país.

Em 13 de março de 1937, através da criação da Lei n° 378, estruturou-se a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e da Cultura, que possuía um formato primitivo. Ela seria responsável pelas regulamentações e fiscalizações dos atletas brasileiros e das competições os envolvendo.

Porém, com o passar dos anos, a Divisão se mostrou insuficiente na administração dos esportes, assim, houve muitas modificações e inconsistência em relação a necessidade de um órgão público principal que servisse como modelo para as organizações referentes a cada modalidade. Uma questão relacionada a esse problema foi que, por muito tempo, a Divisão esteve ligada de forma intrínseca ao Ministério da Cultura, ou ao Ministério da Educação ou até ao Ministério do Turismo. Não existia uma instituição que possuísse autonomia para realizar suas próprias decisões, voltadas especificamente para o esporte brasileiro.

Essa inconsistência foi amenizada apenas em 2003, quando o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, separou o Ministério do Esporte e Turismo em dois ministérios próprios e autônomos, inaugurando uma instituição governamental propriamente voltada apenas para as práticas esportivas.

O Futebol começa a se destacar…

Diante do aparecimento de inúmeras modalidades esportivas, e essas começarem a ser praticadas e comentadas pelo povo, uma em especial destaca-se no que diz respeito às mesas de bar, à mobilização para ir aos estádios ou até mesmo ao acompanhamento dos jogos no rádio e, posteriormente, na televisão. O esporte de origem britânica, historicamente contado que fora trazido ao país pelo inglês Charles Miller, apresenta-se como um dos maiores entretenimentos encontrados pelos brasileiros a partir do início do século XX. Desde esse acontecimento, a modalidade adquire um potencial de mobilização jamais antes visto.

Essa realidade pode ser analisada através da quantidade de clubes futebolísticos fundados ao longo do século XX, do volume de atletas engajados na carreira profissional do esporte, além dos números de audiência detidos por eventos que envolvessem o tema Futebol.

Houve também quem se aproveitasse da euforia presente nesse tema para incentivar o público a continuar acompanhando o esporte. A política da Ditadura Militar, instaurada no Brasil durante 25 anos, utilizou toda atenção voltada à conquista da Copa do Mundo de 1970 para dar suporte ao regime totalitário. Ligando a vitória no esporte a um teórico sucesso no governo do país. Tudo isso aliado ao período de distração e anestesiamento do povo, gerados pelo levantamento da taça.

Sem a busca de promoção de outros esportes que poderiam despontar no cenário mundial, houve o decaimento do interesse público em outras modalidades. Em contraponto, o sucesso do futebol foi aproveitado pelo governo ditatorial que, com uma visão capitalista, interferiu na forma como a população obtia e escolhia seu lazer.

Situação atual do cenário esportivo brasileiro

Esses acontecimentos tiveram dissoluções muito fortes na forma como o povo brasileiro passou a consumir e praticar esportes em geral. O contexto experienciado por cada modalidade em relação a veiculação de informações sobre elas, aliado a mobilização pública e comoção nacional perante suas atividades, influenciou diretamente a distribuição de verba oferecida a cada esporte. Sendo assim, surge a taxação das inúmeras modalidades presentes no cenário nacional esportivo em “hiper valorizadas” ou “desvalorizadas”.

É percebida de quatro em quatro anos a ampliação do interesse público em um grupo maior de modalidades durante as Olimpíadas. Esse fenômeno pôde ser verificado em 2016, no Rio de Janeiro, em que houve a mobilização de milhões de espectadores para assistir e conhecer mais esportes que não estão presentes em seu imaginário esportivo.

A forma como a informação esportiva é tratada também sofre modificações nesse grande evento, pois reúne muitas modalidades sendo disputadas, transmitidas e comentadas em um curto de período de tempo, e em localidades próximas. O público recebe essas informações de modo muito mais prático e até mesmo mais didático. As emissoras sabem que provavelmente estarão provendo o primeiro contato daquela pessoa com determinado esporte e, para suprir as dúvidas da audiência, tratam de propor um caráter mais explicativo, cativando o povo a acompanhar outras modalidades durante o período olímpico.

No entanto, esse caráter didático e abrangente das transmissões esportivas, que poderia servir como porta de entrada para o público a muitos esportes, fica restrito às Olimpíadas. O que afasta as pessoas de modalidades menos populares por conta da falta de veiculação de informações em uma maior frequência, e também pela ausência de um viés mais acolhedor nas notícias a pessoas não-familiarizadas com essas atividades.

Por consequência, há a diminuição do contato de novas pessoas com um maior número de modalidades, seja como praticante ou como espectador. Assim, muitas modalidades são valorizadas e prestigiadas apenas por pessoas diretamente ligadas a elas, como atletas, técnicos e dirigentes. Esses não possuem recursos suficientes para manter o determinado esporte com boa infra-estrutura, nem como influente e popular no cenário brasileiro.

Para Victor Santos, atleta do Time Brasil na modalidade Esqui durante as Olimpíadas de Inverno – PyeongChang 2018, a falta de veiculação de notícias em relação ao esporte e de dados sobre Esqui realçam um falso imaginário de que, por se tratar de um esporte de inverno, a prática não aconteceria no Brasil. Para ele, a divulgação e o exercício de Esqui na Europa são muito regulares; competições, Copa do Mundo e Olimpíadas são muito assistidas. “Aqui no Brasil, o esporte apareceu um pouco na mídia quando começou a Olimpíada. Houve grande repercussão e eu espero que continue assim. Dessa forma, abrem-se mais portas para a modalidade, sua divulgação aumenta e mais pessoas o conhecem e o ajudam de alguma forma.”

Ao contrário do que se parece, Victor considera que as condições de treinamento dispostas a ele hoje são satisfatórias para que consiga desenvolver seu rendimento dentro do esporte. “As condições não são ideais, mas são boas. O local em que eu treino dentro da USP é espaçoso, oferece muitas subidas e descidas. No entanto, existem muitos carros e ônibus que atrapalham um pouco. Em São Carlos, há o Centro de Treinamento da equipe brasileira, e lá as condições são ideais, poucos carros e muito espaço.”

Como forma de melhorar a situação atual experienciada pelo Esqui em relação à popularidade, ao número de praticantes e aos competidores em campeonatos internacionais, Victor acha necessária a divulgação em redes sociais e a abertura de clínicas de roller pelo país. “É claro que com a conquista de bons resultados em competições na Europa, ou na própria América, as pessoas perceberão uma evolução no esporte e passarão a ver com bons olhos a modalidade.”

Condições Financeiras do Esporte Brasileiro

A distribuição de verba esportiva ocorre a partir de leis vigentes regidas pelo Ministério do Esporte que visam uma suposta equalização dos investimentos financeiros para cada modalidade. Porém, esses decretos muitas vezes desconsideram a importância do interesse público, da veiculação de informações diferenciada para cada esporte e do investimento privado particular a cada modalidade. Portanto, não conseguem fazer com que todas  possuam uma independência financeira e um desenvolvimento estrutural sem que haja influência do interesse privado.

A partir da Lei Agnelo-Piva, n° 10. 264, sancionada em 16 de julho de 2001, a distribuição de verba esportiva ficou definida de modo que 2% da arrecadação bruta das loterias federais fossem repassadas ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e ao CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) em percentuais de 85% e 15% respectivamente. Esses comitês decidem qual o percentual que cada modalidade receberá.

A mesma lei estabelece que do total arrecadado pelas duas comissões, 5% deve ser destinado ao esporte universitário e 10% deve ser destinado ao esporte escolar.

No entanto, esse modelo gera muitas discussões acerca da equidade presente nessa distribuição financeira. Muitos dirigentes de modalidades as quais não possuem uma grande veiculação de notícias por parte da “grande imprensa” e que não têm contrato com patrocínios privados fixos levantam a existência de um ciclo vicioso que ocorre privilegiando  esportes mais populares e com apoio financeiro externo.

Esse ciclo vicioso fundamentava-se na maior arrecadação das modalidades mais privilegiadas que, por conta dos maiores investimentos, teriam como consequência um maior sucesso em termos de conquistas. Dessa forma, esse sucesso é recompensado com ainda mais recursos.

Em contraposição, as modalidades com menos investimentos não teriam recursos para desenvolverem-se e alcançarem um grande sucesso dentro das competições que  as envolvem. Logo, o interesse de patrocinadores seria diminuído e, com a falta de sucesso dessas modalidades, ficaria cada vez mais distante e desinteressado.   

Essa disparidade entre os esportes foi agravada pela diminuição do montante repassado a cada modalidade, que foi diminuído para R$ 126 milhões. O corte feito pelo COB no ano de 2017, seguindo as alterações dos critérios de distribuição de verba da Lei Agnelo-Piva, levou à diminuição dos percentuais do valor total repassado a cada modalidade. O gráfico a seguir mostra em ordem decrescente os dez esportes mais afetados por essa diminuição da verba e a queda percentual em cada modalidade.

(Gráfico: Comunicação Visual – Thaislane Xavier)

Projetos de distribuição de verba no esporte brasileiro

O Ministério do Esporte apresenta alguns projetos que visam auxiliar a manutenção dos atletas brasileiros em condições hábeis, para que esses desenvolvam seu potencial ao máximo. Porém, infelizmente esses projetos são recentes e ainda deixam algumas lacunas em relação à totalidade de pessoas que levam o esporte como uma fonte de renda.

Como exemplo, há o Bolsa Atleta, programa criado pelo Ministério do Esporte para funcionar como patrocínio a atletas brasileiros, através de um suporte financeiro. As bolsas presentes no projeto variam de R$ 370,00 a R$ 15.000,00, e abrangem atletas da categoria estudantil até medalhistas olímpicos. O programa oferece bolsas para os esportes olímpicos, paralímpicos e outras modalidades, algo que aumenta a zona de alcance dos benefícios.

Porém, tem como principal requisito o bolsista ter ficado entre os três primeiros colocados em alguma competição relevante no cenário do esporte. Ou seja, atletas que ainda não tenham atingido o patamar de medalhistas em suas respectivas modalidades acabam por ser excluídos do programa, situação a qual distancia alguns praticantes de receberem auxílios financeiros para atingirem seu máximo potencial.

Sobre esse projeto e situação experienciada por jovens atletas, Ana Clara Machado, atleta do Tiro com Arco da antiga Seleção Brasileira, expõe fatalidades recorrentes nesse cenário. Em pleno ciclo olímpico para a competição mundial no Rio de Janeiro, Ana viu-se em condições não-ideais, apesar de nunca ter parado de treinar, em diversas ocasiões teve muita dificuldade. Em 2016, perdeu seu local de exercício e teve que treinar em sua própria casa. Em ano de seletiva para as Olimpíadas, Ana atirava a 5 e competia a 60 e 70 metros o que, segundo ela, a prejudicou muito. “Após isso, cheguei a me mudar para o Rio de Janeiro por 6 meses, em 2017. Porém, acabei voltando para Campinas, onde continuei a brigar para ter meu espaço de volta, e dessa vez consegui. Mas é bem restrito o treino, tem um horário que tenho que seguir.”

Ana Clara fala também sobre as condições de suporte financeiro oferecidas durante sua trajetória no esporte – “O que recebi e recebo é a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Fora isso, em 2015, recebi por cerca de 3 meses um salário da Seleção Brasileira, que agora não existe mais.” Além disso, Ana também tem apoiadores como o Instituto Mood (onde recebe tratamentos como fisioterapia, osteopatia, musculação entre outros sem nenhum custo), Beiter (uma marca de equipamentos que dá 50% de desconto à ela), e o Mr. Archer (que fornece descontos em equipamentos). O COB e a CBTARCO – Confederação Brasileira de Tiro com Arco – cedem, quando há disponibilidade, algum material, mas é esporádico.

Além disso, para a atleta a veiculação de notícias do Tiro com Arco é muito ruim –  “O esporte é muito pouco divulgado, teve uma época perto da Olimpíada do Rio em que ele chegou a ser mais divulgado mas, após o término dos Jogos, voltou ao esquecimento.” Segundo ela, na Ásia há uma melhor divulgação, tornando-o mais popular, algo que não é visto na América, principalmente na América do Sul, em que é pouco conhecido.

A última seção do projeto Bolsa Atleta, estruturado para auxiliar financeiramente atletas de alto rendimento, é o Bolsa Pódio. Essa parte do projeto visa recompensar os praticantes das mais diversas modalidades, com bolsas de R$ 5.000,00 a R$ 15.000,00. Para que se alcance esse patamar, o atleta deve estar presente entre os 20 primeiros colocados do ranking mundial de sua modalidade, algo que limita muito o alcance desse benefício. Esses valores, que podem parecer satisfatórios à renda dos atletas, caracterizam-se como inalcançáveis para grande maioria de esportistas. Assim, mostra-se ser um aspecto mais visual do que realmente recompensador para aqueles que necessitam da bolsa para seu sustento diário.

Problemas na gestão do esporte brasileiro

O cenário esportivo brasileiro é permeado por algumas polêmicas durante últimos anos, envolvendo os nomes de maior prestígio na administração do COB, principal órgão responsável pela distribuição de verba no esporte brasileiro.

O ex-presidente Carlos Arthur Nuzman ficou a frente da organização por 22 anos e acabou por comandar o comitê organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016. No entanto, seu mandato foi encerrado no dia 5 de outubro de 2017, quando fora preso pela Polícia Federal flagrado pela operação Unfair Play, braço da Operação Lava-Jato. Nuzman foi acusado de ter participado e ser um dos responsáveis pelo esquema de compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse eleito como sede das Olimpíadas e Paralimpíadas em 2016.

Com a ausência de Nuzman, COB optou por colocar em seu cargo máximo Paulo Wanderley, antigo vice-presidente e ex-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), porém, as controvérsias dentro do órgão mantiveram-se presentes.

Durante o mandato de Wanderley, o COB divulgou em seu site, após assumir um compromisso com o Ministério do Esporte, uma lista salarial de seus funcionários e uma comparação dessas quantias com a média do mercado, a qual acabou por demonstrar uma realidade muito acima do usual em relação a remuneração por parte do comitê.

Ademais, esses apontamentos de salários levantaram questões acerca do fato de que o COB e o ex-presidente Carlos Nuzman afirmaram em sua gestão que não havia remuneração salarial a seus dirigentes estatutários. Caso esses pagamentos fossem realizados, poderia ser caracterizado um desvio dentro da divisão do patrimônio destinado à distribuição de verba esportiva. Essa afirmação foi desmentida pelo documento que mostrava o recebimento de salário de R$  23.634,00 por parte de Nuzman e Wanderley.

Essa informação foi justificada pelo COB através de um comunicado o qual dizia que a partir da Lei Agnelo-Piva, dirigentes do comitê Paralímpico e do comitê de clubes, além dos dirigentes de outras confederações, teriam direito a recebimento de salários. Ou seja, o decreto dá margem para mais de uma interpretação, o que impede o tratamento desses pagamentos como algo ilegítimo.

Projeções Futuras

A partir da ótica de Guilherme Toldo, esgrimista brasileiro com participação em diversas competições no cenário mundial, o crescimento do esporte e o sucesso das próximas gerações depende, em sua essência, da ação voluntária dos atletas, que irão ter que buscar patrocínios e contribuições financeiras por conta própria.  – “Aguardar alguma iniciativa pública, ou da própria Confederação irá demorar muito porque, primeiro, é preciso trazer resultado para que talvez haja uma possível compensação. Infelizmente essa é a realidade de nosso país e não há muita esperança em termos de mudanças.”

Essa visão, que talvez possa parecer pessimista aos nossos olhos, é a forma mais sensata e realista de visualizar o futuro do cenário esportivo brasileiro. Não há ação alguma, por parte dos órgãos governamentais, que dê margem para que os praticantes de modalidades sem grande prestígio em nosso país tenham esperança de que, no futuro, haja uma equidade maior entre as modalidades.

Sendo assim, imagens de novos esportes com praticantes brasileiros aparecendo como entusiastas a um sucesso mundial se tornarão cada vez menos comuns aos olhos do público. À beira do Copa do Mundo, observamos com clareza toda a atenção voltada a ela e todo o impacto social que um evento esportivo pode causar. Ao mesmo tempo, é possível fazer um paralelo com a realidade de muitos esportistas brasileiros que lutam diariamente para terem o devido reconhecimento. Caso não haja uma mobilização da sociedade que incentive a busca por novas experiências, os estigmas permanecerão estagnados.

Concomitantemente a isso, o interesse empresarial será focado a atender às aptidões de modalidades que dão lucro e já possuem toda a atenção de um público já cativado, tornando a esfera esportiva brasileira totalmente previsível e confirmando estereótipos como Brasil: o país do futebol.

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