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Estados Unidos: quem pode pará-las?

Campeãs das duas últimas Copas do Mundo Femininas, atletas dos EUA vão em busca do tricampeonato seguido, inédito na competição

O time de futebol feminino dos Estados Unidos é, hoje, o líder do ranking mundial de seleções femininas da FIFA, colocação muito bem merecida pelas atletas: elas são as atuais campeãs do mundo, tendo conquistado o bicampeonato consecutivo em 2019.

Campeã de metade das edições de Copas do Mundo, a seleção americana nunca ficou fora de nenhum pódio na competição. São quatro títulos, um vice e três vezes o terceiro lugar. Além disso, a seleção também conta com quatro títulos das Olimpíadas e nove títulos do torneio da CONCACAF. Assim, o time vai à Austrália com muita moral, buscando o tricampeonato consecutivo da competição.

Apoio ao futebol feminino e início da seleção

Diferente de diversos países ao redor do  mundo, que por anos proibiram as mulheres de jogarem futebol, a legislação dos Estados Unidos foi criada visando estimular o esporte. Promulgada em 1972, a emenda “Title IX” proibiu qualquer descriminação de gênero nos programas educacionais apoiados pelo Estado federal americano.

A decisão revolucionou o sistema universitário, já que, na prática, a lei impôs às universidades e escolas a igualdade de bolsas de estudo em programas esportivos para homens e mulheres, além da igualdade na estrutura de treinamento para ambos os gêneros. “Antes do Title IX, as jovens não podiam praticar esporte no ambiente escolar […]. Essa lei claramente se tornou uma força motriz que abriu portas do esporte para as mulheres de todo o país”, afirma Neena Chaudhry, uma das responsáveis pela NWLC (National Women’s Law Center) – uma associação pela defesa dos direitos das mulheres.

O primeiro jogo oficial da seleção feminina dos Estados Unidos foi em 1985, no Mundialito, contra o país-sede da competição, a Itália. As norte-americanas perderam por 1 a 0. Além das outras edições desse torneio, elas também participaram de uma Copa do Mundo experimental, que ocorreu na China, em 1988, na qual perderam para a Noruega nas quartas de final.

Histórico da Seleção

Com o anúncio da FIFA sobre a primeira edição da Copa do Mundo Feminina em 1991, a CONCACAF criou um torneio para servir de classificação ao mundial. Com direito a goleada em todos os jogos, a seleção americana chegou à final contra o Canadá e venceu por 5 a 0. Em cinco jogos no torneio, os EUA ficaram a um gol de ter uma média de 10 gols por jogo. Michelle Akers foi a artilheira do campeonato, com 11 bolas na rede.

Classificados para a Copa do Mundo, os Estados Unidos ficaram no mesmo grupo que Suécia, Brasil e Japão. Apesar de um jogo difícil contra o time sueco, a seleção americana venceu os três jogos e se classificou com a melhor campanha, o que lhe rendeu o direito de enfrentar a pior campanha classificada, Taipé. Com uma vitória por 7 a 0, o time venceu com tranquilidade a partida e avançou para a semifinal, em que enfrentou o bom time da Alemanha, campeão europeu naquele ano. Mesmo sendo a segunda melhor campanha na fase de grupos e tendo Heidi Mohr, vice artilheira do campeonato (sete gols), a Alemanha não conseguiu equilibrar o jogo, que acabou com uma grande vitória americana, por 5 a 2. Na final, os EUA enfrentaram a Noruega. Com dois gols de Michelle Akers, os Estados Unidos venceram a primeira Copa do Mundo por 2 a 1. Akers foi a artilheira do campeonato, com 10 gols dentre os 25 dos EUA – o melhor ataque da competição.

Michelle Akers com a taça de campeã da Copa do Mundo de 1991 [Imagem: Reprodução/Twitter/@USWNT]

Em 1993 houve mais uma edição do torneio da CONCACAF, mas dessa vez sem contar como uma classificatória para o mundial. Assim, quatro times participaram – incluindo a Nova Zelândia, como convidada -, e cada um jogou contra o outro, todos em um mesmo grupo. Ao final da competição, os Estados Unidos saíram campeões novamente. No ano seguinte, a terceira edição do torneio voltou a servir para classificação ao mundial, no formato todos contra todos. O time norte-americano ficou em primeiro do grupo e se tornou tricampeão do torneio, classificando-se para a próxima Copa do Mundo.

A Copa do Mundo de 1995 foi o primeiro grande campeonato em que os Estados Unidos saíram sem o troféu. Em um grupo com a China, passou em primeiro – empatada em pontos com a seleção chinesa, superou-a pelo saldo de gols. Nas quartas, venceram do Japão por 4 a 0. A derrota por 1 a 0 contra a Noruega, na semifinal, acabou com o sonho americano do bicampeonato mundial e rendeu uma revanche à seleção norueguesa, que ainda saiu campeã do torneio. Na disputa pelo terceiro lugar, os EUA voltaram a enfrentar a China, mas diferente do empate na fase de grupos, o time americano venceu por 2 a 0 e entrou no pódio da Copa.

Em 1996, houve a primeira edição dos jogos olímpicos de futebol feminino. Os Estados Unidos novamente caíram no grupo da China e terminaram empatados na pontuação final. Pelo saldo de gols, a China passou em primeiro lugar e os EUA em segundo. Direto na semifinal, a seleção americana enfrentou a Noruega. Com uma virada na prorrogação, os Estados Unidos conseguiram eliminar sua carrasca na Copa do Mundo do ano anterior. Na final, o time voltou a enfrentar a China, que mais uma vez sucumbiu ao time americano e perdeu o jogo mais importante do campeonato, dessa vez por 2 a 1.

Anfitriões da Copa do Mundo de 1999 e com a sua vaga já garantida, os EUA não participaram da edição de 1998 do campeonato da CONCACAF. No mundial, venceram os três jogos da fase de grupos e avançaram para as quartas. Mesmo com a primeira colocação, que em tese lhes daria um adversário mais tranquilo, enfrentaram a campeã europeia Alemanha e venceram por uma diferença mínima, com o placar de 3 a 2. Na semifinal, encararam o Brasil da artilheira Sissi (sete gols, empatada com a chinesa Sun Wen).

A seleção americana venceu por 2 a 0 e foi a mais uma final. Nela, viu novamente a China como sua adversária. Em um jogo sem gols e decidido nos pênaltis, os Estados Unidos venceram novamente a China (5 a 4 nas penalidades) e conquistaram o seu segundo título de Copa do Mundo. Essa final foi, na época, o jogo de maior público da história do futebol feminino, com mais de 90 mil pessoas no estádio, e é até hoje o recorde entre partidas de seleções.

Seleção dos EUA levantando o seu segundo troféu de Copa do Mundo, em 1999 [Imagem: Reprodução/Twitter/@USWNT]

No ano 2000, além das Olimpíadas, houve também mais um campeonato da CONCACAF sem disponibilizar vaga para o mundial, para o qual Brasil e China foram convidados. Em mais uma final, os EUA ganharam da seleção brasileira por 1 a 0, com gol de Tiffeny Milbrett, grande destaque no ataque estadunidense nas últimas competições. Nos jogos olímpicos, as americanas passaram em primeiro lugar de um grupo com China e Noruega. Na semifinal, eliminaram o Brasil por 1 a 0. Porém, na final contra a Noruega, que havia perdido por 2 a 0 para os Estados Unidos na fase de grupos, as nórdicas conseguiram dar o troco, vencendo o time americano por 3 a 2 na prorrogação. Essa foi a primeira derrota dos EUA em uma final de grande campeonato. 

Em 2002, venceram o seu quinto título da CONCACAF, após ganharem do Canadá por 2 a 1, na final, com um gol de ouro de Mia Hamm, na prorrogação. Logo, a classificação para a Copa do Mundo veio antes da definição do país como anfitrião do torneio, o que lhe daria a vaga direta – isso aconteceu porque a sede pré-definida, a China, estava passando por uma epidemia de SARS.

Como anfitriãs de última hora, a seleção americana parecia não decepcionar até a semifinal: passou em primeiro lugar em um grupo com a Suécia, vice-campeã europeia, e venceu a Noruega nas quartas, em uma revanche pelas Olimpíadas. Mas na semifinal, contra a campeã da Euro, Alemanha, o time dos Estados Unidos sofreu a sua pior derrota da história até então, perdendo por 3 a 0. Na disputa para o terceiro lugar, ainda venceram o Canadá por 3 a 1 para ficar em mais um pódio da Copa do Mundo, ainda que não tenha apagado o sentimento vexatório por perderem a semifinal jogando em casa.

No ano de 2004, as Olimpíadas eram a oportunidade de redenção pela Copa anterior. Os EUA ficaram em primeiro lugar em um grupo com Brasil e Austrália, venceram o Japão por 2 a 1 nas quartas e se vingaram da Alemanha na semifinal, vencendo também por 2 a 1. Na final, enfrentaram o Brasil. Diferente da vitória fácil na fase de grupos, por 2 a 0, os Estados Unidos não encontraram a mesma tranquilidade. O jogo ficou empatado em 1 a 1 até o segundo tempo da prorrogação, quando Abby Wambach – artilheira do time no campeonato, com quatro gols – fez o gol da vitória dos jogos olímpicos.

Após mais uma final contra o Canadá, no torneio da CONCACAF, em 2006, um pênalti no último minuto da prorrogação definiu o placar de 2 a 1 para os EUA em seu sexto título. Com o primeiro lugar de seu grupo na Copa do Mundo de 2007, o time americano enfrentou a Inglaterra nas quartas e aplicou um placar de 3 a 0 para avançar. Na semifinal, o time enfrentou o Brasil. Com gols de Marta e Cristiane, a seleção brasileira aplicou o maior vexame da história dos Estados Unidos: um 4 a 0. O time ainda garantiu o seu lugar no pódio ao vencer a Noruega por 4 a 1, mas mais uma grande derrota na semifinal marcou a Copa do Mundo do país. Abby Wambach terminou o campeonato com seis gols, um atrás de Marta, artilheira da competição.

Em 2008, os Estados Unidos conquistaram mais um ouro Olímpico. Nas quartas, os Estados Unidos enfrentaram o seu rival da CONCACAF, o Canadá, e na prorrogação venceram por 2 a 1. Na semifinal, enfrentaram o Japão e ganharam o jogo por 4 a 2. Na final, o jogo foi novamente contra o Brasil, mas dessa vez os EUA se vingaram e venceram por 1 a 0, com gol na prorrogação. Esse foi o primeiro título da técnica sueca Pia Sundhage na seleção americana, que teve o melhor ataque da competição, com 12 gols – quatro deles feitos por Angela Hucles, vice-artilheira do campeonato.

No ano de 2010, ocorreu mais uma derrota improvável para a seleção americana, mas dessa vez não pelo placar elástico, e sim pelo adversário e campeonato. No torneio da CONCACAF, os Estados Unidos perderam para o México, na semifinal, por 2 a 1, e ficaram sem o título desse campeonato pela primeira vez em sua história (desconsiderando 1998, quando não participaram por já terem a vaga garantida na Copa). Com um 3 a 0 na Costa Rica, ficaram em terceiro lugar. Sem a vaga direta para o mundial, os Estados Unidos tiveram que enfrentar a Itália em uma espécie de repescagem, na qual venceram os dois jogos por 1 a 0 e garantiram a sua vaga.

Na Copa do Mundo de 2011, uma derrota para a Suécia na fase de grupos fez o time americano se classificar em segundo lugar do seu grupo, fazendo-o enfrentar o Brasil logo no primeiro confronto de mata-mata. Com 1 a 1 no tempo normal e 2 a 2 na prorrogação (com direito a um gol de empate, de Abby Wambach, no último minuto do jogo), a decisão foi para as penalidades, em que os EUA foram superiores, vencendo por 5 a 3.

Na semifinal, a seleção americana bateu a França por 3 a 1 e avançou à final. Nela, jogou contra o Japão e começou ganhando, mas o jogo ficou empatado em 1 a 1. Na prorrogação, os Estados Unidos voltaram a liderar o placar, mas um gol de Homare Sawa – artilheira da competição, com cinco gols – nos minutos finais do jogo levou à disputa de pênaltis. Dessa vez, os EUA não conseguiram vencer e viram o Japão levar a taça após ganhar por 3 a 1 nas penalidades. Mesmo com o vice, a seleção americana teve o melhor ataque do torneio, com 13 gols feitos – quatro deles de Abby, artilheira do time.

No ano seguinte, em 2012, o time disputou mais uma Olimpíada. Vencendo os três jogos da fase de grupos, avançou às quartas para enfrentar a Nova Zelândia. Após vencer o time neozelandês por 2 a 0, enfrentou o Canadá na semifinal em um emocionante confronto. Empatados em 3 a 3 (com um hat-trick da canadense Christine Sinclair, artilheira do campeonato com seis gols), o jogo foi para a prorrogação. Nos acréscimos, a poucos segundos do fim da partida, Alex Morgan fez o gol da vitória que levou a seleção americana a mais uma final.

Contra o Japão, tiveram a sua revanche. Com dois gols de Carli Lloyd, os EUA ganharam por 2 a 1 e conquistaram o seu quarto título dos jogos olímpicos. Esse jogo teve um público maior que 80 mil pessoas, sendo o segundo, à época, na lista de jogos femininos entre seleções com maior público. Com a vice-artilharia (cinco gols), Abby Wambach foi um dos destaques do torneio.

Em 2014, o torneio da CONCACAF ocorreu sem a presença do Canadá, que tinha a vaga garantida para a Copa do Mundo por ser o país-sede. A final foi entre Estados Unidos e Costa Rica: com uma goleada de 6 a 0, a seleção americana voltou a ganhar a competição, após o deslize na edição anterior.

Na Copa do Mundo de 2015, os EUA caíram em um grupo com Austrália e Suécia e passaram em primeiro lugar. Ganharam por 2 a 0 da Colômbia, nas oitavas, e por 1 a 0 da China, nas quartas de final. Na semifinal, a seleção americana enfrentou a Alemanha, mais uma vez campeã europeia, e conseguiu avançar, vencendo por 2 a 0. Na grande final, jogaram novamente contra o Japão. Diferente da última Copa, os Estados Unidos venceram por 5 a 2, ganhando sua primeira Copa do Mundo no século e a terceira de sua história. Carli Lloyd fez um hat-trick na final e foi a artilheira do campeonato, empatada com a alemã Célia Sasic, com seis gols.

Seleção americana levantando o troféu de campeão da Copa do Mundo de 2015 [Imagem: Reprodução/Twitter/@USWNT]

Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Brasil, a seleção americana fez a sua pior performance em uma grande competição em toda a sua história: mesmo passando em primeiro lugar no seu grupo, caiu logo nas quartas, após empatar com a Suécia em 1 a 1 e perder nos pênaltis por 4 a 3. Essa foi a primeira vez que a seleção feminina dos Estados Unidos ficou de fora do pódio de uma competição.

Em 2018 a seleção voltou a conquistar um título, ganhando por 2 a 0 do Canadá, na final do torneio da CONCACAF, e se classificou  para o mundial seguinte. Na Copa do Mundo de 2019, fez uma campanha irretocável: venceu os três jogos da fase de grupos sem tomar nenhum gol, ganhou por 2 a 1 da Espanha nas oitavas e, pelo mesmo placar, venceu a França nas quartas – nos dois jogos, todos os gols foram marcados por Megan Rapinoe.

Na semifinal, os EUA enfrentaram a Inglaterra e, com uma defesa da goleira americana Alyssa Naeher em um pênalti no final da partida, mantiveram o placar de 2 a 1, avançando para a sua quinta final de Copa do Mundo. Contra a Holanda, campeã da Eurocopa em 2017, os EUA ganharam por 2 a 0 e conquistaram o seu quarto título da competição. Além do melhor ataque do torneio, com 26 gols, o time também teve duas artilheiras: Megan Rapinoe e Alex Morgan, ambas com seis gols,  empatadas com a inglesa Ellen White na artilharia da Copa do Mundo.

Seleção dos Estados Unidos comemorando o seu bicampeonato seguido da Copa do Mundo, em 2019 [Imagem: Reprodução/Twitter/@USWNT]

Nas Olimpíadas de 2020, porém, passaram em segundo lugar no seu grupo, após uma derrota para a Suécia e um empate contra a Austrália. Nas quartas, reencontraram a Holanda e, após um empate em 2 a 2, venceram nos pênaltis por 4 a 2. Na semifinal, o time americano perdeu para o Canadá por 1 a 0, tendo que se contentar com a medalha de bronze após vencer a Austrália por 4 a 3.

Para se classificar para a Copa do Mundo de 2023, o time ainda venceu o seu nono título no torneio da CONCACAF, após bater o Canadá na final por 1 a 0.

Jogadoras históricas

Abby Wambach: maior artilheira da história dos Estados Unidos, a atacante tem 184 gols em 256 jogos pela seleção. Era a jogadora com mais gols por sua seleção em todo o futebol feminino, até ser ultrapassada pela canadense Christine Sinclair. Eleita melhor jogadora do mundo pela FIFA em 2012, Abby jogou duas Olimpíadas com os EUA – 2004 e 2012 – e ganhou as duas (em 2008 a jogadora quebrou a perna pouco antes dos jogos, e não participou da campanha). Na Copa do Mundo, foi campeã em 2015, mas já sem tanto protagonismo dentro de campo.

Carli Lloyd: viciada em decidir, Lloyd fez os gols do título nas Olimpíadas de 2008 e 2012, além de um hat-trick na final da Copa do Mundo de 2015, edição da qual foi artilheira. Além desses títulos, ganhou mais uma Copa do Mundo em 2019. Fez 134 gols em 316 jogos pela seleção americana, tornando-se a futebolista com o segundo maior número de jogos na história dos Estados Unidos. Também foi eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA por dois anos consecutivos, em 2015 e 2016.

Michelle Akers: a atacante mantém, até hoje, o recorde de mais gols feitos em uma edição da Copa do Mundo: foram 10 gols na edição de 1991. Também venceu as Olimpíadas de 1996 e a Copa do Mundo de 1999. Akers tem 107 gols em 155 jogos pela seleção dos Estados Unidos.

Mia Hamm: campeã de duas Olimpíadas (1996 e 2004) e duas Copas do Mundo (1991 e 1999), Mia é a segunda maior artilheira da seleção americana, com 158 gols em 276 jogos. Além disso, é a maior assistente da história da seleção, com 147 passes para gol, e foi eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA em 2001 e 2002.

Kristine Lilly: jogadora que mais atuou com a camisa dos Estados Unidos na história, com 354 jogos, também é a jogadora americana com mais participações em Copas do Mundo – empatada com a defensora Christie Pearce, ambas com 5 Copas -, sendo campeã em 1991 e 1999. Além disso, também venceu as Olimpíadas de 1996 e 2004 com os EUA e tem 130 gols pela seleção.

Hope Solo: maior goleira da história da seleção dos Estados Unidos, Hope detém a marca de mais jogos com a camisa dos EUA sem tomar gols, com 102 dentre os 202 disputados. Ela foi a goleira titular nas Olimpíadas de 2008 e 2012, além da Copa do Mundo de 2015.

Briana Scurry: goleira titular nas campanhas vitoriosas dos Estados Unidos na Copa do Mundo de 1999 e nas Olimpíadas de 1996 e 2004, Scurry é a segunda goleira a ficar mais jogos com a camisa americana sem tomar gols, com 72 dentre os 175 disputados.

Protestos: a importância de Megan Rapinoe fora do campo

A cara da seleção americana no campo e nos protestos, Megan Rapinoe tem uma importância muito grande dentro e fora dos gramados. Durante a Copa do Mundo de 2019, a jogadora se recusou a cantar o hino nacional antes dos jogos em protesto ao então presidente do país, Donald Trump, além de ter afirmado que não aceitaria uma visita à Casa Branca após ser campeã.

Rapinoe também liderou a luta do time americano pela igualdade salarial entre a seleção masculina e feminina – fato que se concretizou em 2022. Com o apoio de outras jogadoras, como Alex Morgan e Carli Lloyd, foi feita uma ação judicial contra a Federação de Futebol dos EUA por discriminação de gênero, com o valor de uma indenização de 66 milhões de dólares. Apesar do esforço, as jogadoras perderam a ação. Rapinoe lamentou a situação nas suas redes sociais: “Nunca pararemos de lutar pela igualdade”.

Além de ser uma ativista do direito das mulheres, Megan também participa de movimentos contra o racismo, pela luta dos dependentes químicos (seu irmão chegou a ficar uma década preso por levar metanfetamina para a escola quando tinha 15 anos) e pela causa LGBTQIA+. “Como uma homossexual americana, sei o que significa olhar para a bandeira e não sentir que ela protege as suas liberdades”, disse a jogadora.

Famosos homenageiam Megan Rapinoe em redes sociais (Imagem: Reprodução/Instagram @uswnt)

Expectativas para a Copa do Mundo de 2023

Com o primeiro lugar do ranking da FIFA de seleções femininas, os Estados Unidos vão em busca de seu quinto título na competição, o terceiro seguido. O time, que é treinado pelo técnico macedônio-americano Vlatko Andonovski, conta com jogadoras históricas em seu elenco, como Megan Rapinoe. Ela foi campeã das Olimpíadas, em 2012, e bicampeã da Copa do Mundo, em 2019 – edição em que foi artilheira e que lhe rendeu o prêmio da FIFA de melhor jogadora do mundo. Essa é a última Copa de Rapinoe, já tendo anunciado a sua aposentadoria após o fim do torneio.

Outros grandes nomes são o de Alex Morgan e Alyssa Naeher. Morgan tem 121 gols em 207 jogos pela seleção americana, além de também ser campeã das Olimpíadas de 2012 e das Copas do Mundo de 2015 e 2019, dividindo a artilharia com Rapinoe nesta última. Naeher, goleira titular na última Copa do Mundo, chegou à marca de 54 jogos sem tomar gols dentre os 91 em que jogou com a seleção dos Estados Unidos.

Apesar de alguns nomes experientes, a seleção norte-americana passa por um processo de renovação do elenco, com 14 jogadoras convocadas disputando o seu primeiro mundial — como as atacantes Sophia Smith e Trinity Rodman.

*Imagem de capa: Reprodução/Instagram/@uswnt

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