2017 foi o ano das franquias no mundo gamer: nomes de peso voltaram à ação com continuações de sagas, algumas boas e outras nem tanto. Mas também teve muito jogo estreante conquistando seu espaço e até jogo indie sendo reconhecido! Em meio a tudo isso, o Sala33 elencou os 10 melhores games de 2017:
10 – Injustice 2
A continuação do jogo de luta de heróis e vilões da DC Comics chegou em maio deste ano, desenvolvido pela NetherRealm Studios – mesma produtora da franquia Mortal Kombat – e distribuído pela Warner Bros. Games. Embora não traga grandes inovações no gameplay, Injustice 2 é um jogo divertido e que cumpre seu papel.
A trama do modo história tem como ponto central a invasão do vilão alienígena Brainiac, anos após da queda da ditadura implementada por Superman no primeiro jogo. Além dos clássicos personagens que retornam, como Batman, Superman e Mulher Maravilha e até mesmo o Coringa, temos adições interessantes: Supergirl, Canário Negro e Robin, por exemplo, além de vários outros.
Uma inovação do jogo é a introdução do sistema de gears, acessórios que implementam tanto visualmente quanto na jogabilidade dos lutadores, criando um grande número de combinações específicas e deixando cada partida única da sua maneira.
O jogo ainda permanece relevante, principalmente por conta dos seus pacotes de DLC’s (conteúdos extras pagos), que introduzem no jogo heróis como Estelar e Hellboy, personagens de Mortal Kombat como Sub Zero e Raiden e até mesmo as nostálgicas Tartarugas Ninja.
9 – Assassin’s Creed: Origins
A famosa saga de assassinos voltou com tudo em outubro desse ano. Origins, como o nome sugere, conta a história da criação da irmandade de mercenários que conhecemos dos outros games da franquia. A trama é centrada no personagem Bayek, um guerreiro do Egito Antigo que busca vingança pelo cruel assassinato de seu filho. Como de costume, temos também um personagem no presente – nesse caso, uma mulher chamada Layla – que revive as lembranças de seu antepassado através da tecnologia Animus.
O jogo é ambientado no Egito por volta do ano 49 a.C. e é visualmente impressionante. A franquia é conhecida pelo seu rigor histórico e primazia em representar diferentes épocas, misturando elementos históricos, personagens reais e ficção. No mais recente jogo, isso não é diferente: historiadores já afirmaram que a representação da cultura, sociedade e arquitetura egípcia estão impecáveis no game. Personagens históricos também aparecem na história, como Cleópatra, última rainha do Egito, uma das personagens centrais na trama, e Júlio César, famoso imperador romano.
Em termos de gameplay, Origins trouxe algumas mudanças, como o sistema de batalhas. Alguns bugs e falhas técnicas estão presentes, como é de costume nos jogos desenvolvidos pela Ubisoft, mas a história, os personagens e a ambientação bastam para posicionar o jogo entre os melhores de 2017.
8 – Persona 5
Lançado em setembro de 2017, nove anos após seu antecessor, o jogo japonês Persona 5 não é tão conhecido no Brasil – não há nem ao menos tradução em português – mas é definitivamente um dos melhores do ano.
Ambientado em Tokyo, acompanhamos o protagonista (cujo nome você cria), um estudante que lidera um grupo de jovens com a habilidade de mergulhar na representação física da psiquê de pessoas – as chamadas personas. Os personagens então começam a buscar justiça da maneira que acham correta, e a história se desenrola a partir daí, tratando de temas mais profundos do que possa parecer.
O modelo RPG combinado com os gráficos que lembram animes japoneses traz uma combinação interessante e inovadora. Não à toa, o jogo foi um dos cinco indicados à categoria “Jogo do ano” no The Game Award.
7 – Nioh
Japão, 1600: o chamado período Sengoku. É nesse contexto que o game lançado em fevereiro deste ano se desenvolve. Junte o cenário medieval oriental com elementos da ficção fantástica e o resultado é um dos melhores jogos de 2017. Samurais, ninjas e magos convivem – e batalham – com monstros dos mais variados tipos, misturando elementos verídicos da história com personagens fictícios bem construídos e interessantes.
O protagonista é William, um europeu que se envolve na guerra civil do Japão e tem que lutar por sua vida. O RPG mistura elementos de diversos outros jogos e cria sua própria atmosfera de fantasia dark.
O acabamento do jogo é impecável, talvez porque esteja em desenvolvimento desde 2004. É um ótimo jogo para fãs de Onimusha, The Witcher e diversos outros jogos que combinam ação e história muito bem.
6 – Nier: Automata
O RPG de ação foi lançado em março, sete anos depois do primeiro Nier, e logo conquistou os gamers de todo o mundo. No jogo, assumimos o controle de 2B, uma androide ao mesmo tempo muito estilosa e muito perigosa. O cenário é a Terra em um futuro distante, dominada por máquinas e robôs alienígenas dispostos a matar todos os humanos. Assim, a missão de androides como 2B e seu parceiro 9S é tentar retomar o controle do planeta – destruindo o maior número de inimigos no caminho.
Além da história, que, por mais que pareça clichê, consegue aprofundar em temas e nos prender pelo suspense, Automata também se destaca pelo seu gameplay. A campanha principal é relativamente longa, e há diversas missões secundárias para o jogador explorar o mundo aberto. E, claro, muita ação e muitas batalhas, se destacando aquelas contra os chefes, criativos e inovadores.
O jogo ainda não possui tradução em português, mas com certeza se destaca entre os 10 melhores games de 2017!
5 – Resident Evil 7: Biohazard
A aclamada franquia de zumbis voltou em janeiro apostando em um gameplay diferenciado daquilo que estávamos acostumados. O resultado não poderia ser melhor: Resident Evil 7 retoma suas origens e volta a ser um jogo de terror antes de tudo. Desde Resident Evil 4, o jogo tinha assumido uma postura de ação de tiro com alguns elementos de horror. Biohazard abandona isso: praticamente todo seu enredo se desenrola dentro de uma mansão agrícola medonha, e não em um mundo aberto infestado de zumbis.
A história acompanha Ethan – controlado em primeira pessoa pelo jogador – um civil em busca de sua mulher Mia, presumidamente morta por três anos. Isso o leva até uma fazenda em Louisiana, com uma casa aparentemente abandonada. A partir daí, Ethan explora o local e descobre que ali habita uma família pra lá de macabra.
O jogo cria uma atmosfera sombria, com jumpscares constantes, cores escuras e ambiente claustrofóbico. Porém, o fato de, à primeira vista, parecer desconectado dos outros games da saga dividiu a opinião dos fãs. De fato, não temos os clássicos personagens de Resident Evil, como Leon, Jill, Claire ou Chris. Mesmo assim, Biohazard é um jogo que faz jus ao nome. E vale lembrar que o plot-twist do final deixou muita gente surpresa – e satisfeita.
4 – Super Mario Odissey
Talvez o nome mais conhecido do mundo gamer, Mario voltou em outubro de 2017 apostando em algumas novidades. Odyssey é um jogo de plataforma que investe na exploração do cenário e na aventura clássica da franquia. A trama do jogo não é lá muito criativa: Mario precisa resgatar a princesa Peach do seu arqui-inimigo Bowser, que pretende casar com ela.
Uma das inovações se dá pelo personagem Cappy, nada menos que o chapéu de Mario animado e novo parceiro do protagonista. É possível controlá-lo livremente e utilizá-lo para possuir inimigos, o que permite que nos transformemos em diversas outras criaturas, desde um dinossauro a um grande pedaço de carne. Esse recurso dinamiza o gameplay e abre portas para inovações jamais vistas na franquia antes.
A variedade de objetivos e a criatividade dos chefes do jogo – outro destaque – garantem diversão por horas e com certeza honra o nome da série. Apesar de não ganhar, Mario era um dos favoritos à categoria de Jogo do Ano no The Game Awards, levando outros prêmios, como o de Melhor Jogo para Família.
3 – Horizon Zero Dawn
O estreante da Sony já estava em pauta desde 2016, quando foi anunciado. Lançado em fevereiro, Horizon: Zero Dawn impressionou pela inovação e provou que não é preciso carregar o nome de uma franquia para se destacar. O jogo é ambientado num futuro pós apocalíptico, em que o mundo é dominado por máquinas que lembram animais e os humanos vivem em tribos pré-feudais. A combinação de antigo e novo não poderia ser melhor; o espanto ao ver um dinossauro de metal andando livremente pelos campos abertos pela primeira vez não tem preço.
A protagonista é Eloy, uma jovem empoderada e muito habilidosa na batalha. Na trama, ela procura respostas para o seu passado e também para o passado de toda humanidade – no caso, o nosso futuro. O jogador vai estar a todo momento se perguntando como chegamos a esse cenário, e a história nos prende por isso.
Ambientando em mundo aberto, o jogo segue o estilo de missões, com elementos de RPG. A campanha é longa e oferece diversas missões secundárias para divertir o jogador, além de explorar os lindíssimos e bem construídos cenários do game. Zero Dawn é um jogo que merece ser jogado por todos e que com certeza ainda vai render sequências maravilhosas.
2 – The Legend of Zelda: Breath of the Wild
Nada menos que o vencedor da categoria “Jogo do Ano” no Game Awards, Breath of the Wild é, para muitos, um dos melhores jogos da longa e conhecida franquia. O game aposta no estilo “mundo aberto”, fugindo do padrão dos (dezoito) anteriores, mas mantém o clássico protagonista Link.
O jogo dá total liberdade para o jogador agir como quiser dentro do mundo construído. Não há ordem certa de cumprir missões – você pode literalmente enfrentar bosses assim que começar o gameplay, por sua conta e risco – e a interação com o cenário é quase sempre garantida. Além disso, a paisagem é lindamente detalhada, uma verdadeira obra de arte do mundo geek. De fato, a construção do mundo aberto é tão única que alguns estão afirmando que o game revolucionou o gênero.
Com a combinação perfeita de nostalgia e inovação, Zelda é, sem dúvidas, o jogo mais comentado do ano. Mesmo não estando em primeiro na nossa lista, é impossível negar a beleza e a maestria com que o jogo prende os jogadores. Os longínquos fãs da saga com certeza não ficaram decepcionados com o título.
1 – Cuphead
Esqueça Zelda, Mario ou qualquer outra franquia famosíssima no mundo gamer: o melhor jogo de 2017 é estreante e de uma produtora independente. Cuphead é um jogo de plataforma que chegou em setembro impressionando pela sua direção de arte, sua criatividade e, principalmente, pela nostalgia que invoca no jogador. Isso porque o jogo é todo baseado nos desenhos animados dos anos 1930 e 1940, desde animação até trilha sonora, fielmente representados. O visual foi desenvolvido à mão, o que torna os cenários e os vilões ainda mais impressionantes, devido à quantidade e à qualidade dos detalhes.
Mas não é o visual que mais chama atenção no jogo. A dificuldade do gameplay é altíssima, obrigando o jogador a morrer e repetir de fase várias vezes. O jogo não faz disso uma coisa frustrante e cansativa, muito pelo contrário: o aspecto desafiador de Cuphead vai fazer com que você não queria sair da frente da tela. Além disso, os bosses – que tomam grande parte do tempo de campanha do jogo – são extremamente inovadores e diferenciados, além de lindamente desenhados.
Não é a primeira vez que um jogo indie faz sucesso e chama atenção, mas Cuphead com certeza marcou a indústria e abriu portas para novos jogos fora das grandes empresas brilharem, e isso é o que ele traz de melhor. O reconhecimento já chegou: o jogo levou os prêmios de Melhor Direção de Arte e Melhor Jogo Independente no The Game Awards. E, para muitos, é o melhor jogo do ano.
Por Bruno Carbinatto
brunocarbinatto@gmail.com