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Universo Cinematográfico da Marvel: tijolo por tijolo até Guerra Infinita

Com o recente lançamento de um dos mais aguardados filmes da Marvel dos últimos tempos – Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018) – e o aniversário de uma década nos cinemas, estava mais do que na hora de colocar os papéis na mesa e mostrar como que a empresa conseguiu esse grande feito. Afinal, …

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Com o recente lançamento de um dos mais aguardados filmes da Marvel dos últimos tempos – Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018) – e o aniversário de uma década nos cinemas, estava mais do que na hora de colocar os papéis na mesa e mostrar como que a empresa conseguiu esse grande feito. Afinal, como uma empresa que cria histórias em quadrinhos (HQ’s) que são “para crianças” podia se dar bem no meio de tanto filme “para adultos”? A Marvel não só foi bem sucedida como, no decorrer de dez anos, conseguiu ser comprada pela Disney, criou um universo expandido e redefiniu todos os conceitos de como fazer um filme sobre super-heróis.

Mas como a Marvel Studios conseguiu ficar tão bem estabelecida no mercado? Essa é uma pergunta difícil de responder, sendo mais fácil mostrar toda a trajetória – tijolo por tijolo – da construção do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês). Mas antes, segue aqui embaixo uma pequena (mas não tão pequena assim) linha do tempo de todos os filmes lançados até o presente momento.

Infográfico
[Imagem: Larissa Vitória/Comunicação Visual – Jornalismo Júnior]
Não são poucos filmes, por isso, desde o primeiro, a Marvel já havia decidido como iria apresentar tanto conteúdo para o público. Assim, ficou decidido que o MCU seria dividido em fases, com cada fase tendo seu conjunto único de filmes, e a franquia iria se desenvolvendo conforme caminhava de uma fase para a outra.

Fase I

Nessa primeira fase o foco dado é na introdução de cada um dos principais heróis, mostrando suas angústias, objetivos, motivações e vontades. Como a maioria é sobre a origem do personagem, pode-se notar um certo padrão, porém nada que interfira na construção da narrativa.

Homem de Ferro (2008)

Homem de Ferro
[Imagem: Reprodução]
Eu sou o Homem de Ferro”, diz Tony Stark (Robert Downey Jr.) logo antes dos créditos subirem e darem por encerrado o filme. Foi com Homem de Ferro, um herói de categoria B nos quadrinhos, que o mundo conheceu o MCU.

A escolha de Robert Downey Jr. para viver o herói nos cinemas não foi aleatória; Jon Favreau (diretor e ator) o escolheu a dedo. Segundo Favreau, Robert seria perfeito para o papel pois seu histórico com drogas e escândalos já trazia uma certa expectativa para o filme, já que os fãs tendiam a basear o personagem no próprio ator.

Mesmo após estar decidido quem daria vida a Tony Stark, ainda restavam dúvidas: como fazer esse universo parecer mais palpável para o público, se distanciando da ideia de fantasia e se aproximando da ciência? Como fazer a ponte com os demais filmes que estariam por vir?

Para resolver tal problema, Favreau criou a oficina onde Tony iria, posteriormente, desenvolver sua armadura. “Era o espaço que iria te dizer, antes de ser capturado e construir a armadura Mark I, que ele é um cara que gosta de construir coisas com suas próprias mãos. Isso era importante para que o filme não parecesse uma fantasia, em que ele constrói uma armadura em uma caverna.”, disse em entrevista presente no material bônus do blu-ray do filme.

Mas outro obstáculo esperava para ser superado, e esse era ainda maior: a ponte com os próximos filmes. Foi a partir dessa dúvida que surgiu a S.H.I.E.L.D. e a Iniciativa Vingadores; com esses dois núcleos seria possível criar todo o universo compartilhado que fazia sentido e sem deixar pontas soltas.

 A consolidação e confirmação dos boatos que haviam surgido sobre os Vingadores aconteceu com a cena pós-créditos (algo que veio a ser uma marca da franquia), quando Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparece pela primeira vez, falando sobre a Iniciativa Vingadores.

Após terem resolvido todos os possíveis desdobramentos, era a hora de introduzir os outros personagens, e no mesmo ano de lançamento de Homem de Ferro (Iron Man, 2008), já surgia outro herói no MCU: o Hulk.

O Incrível Hulk (2008)

Hulk
[Imagem: Reprodução]
Apesar de ser considerado o segundo fracasso consecutivo de tentar apresentar o personagem ao público, o filme teve sua parcela de importância no MCU, contendo cenas cruciais que mostram o desenvolvimento da Iniciativa Vingadores e que, àquela altura, o governo já sabe da existência de super-heróis, sendo essa informação crucial em filmes de fases posteriores ‒ como Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016).

Outro fato curioso é que Bruce Banner (o Hulk), nesse filme, foi interpretado pelo ator Edward Norton e não por Mark Ruffalo, ator que substituiria Norton em menos de cinco anos após o lançamento de O Incrível Hulk (The Incredible Hulk, 2008). Oficialmente, a saída de Edward se deu pela equipe optar por um ator que combinasse mais com o personagem, porém há rumores que a Marvel o substituiu pois havia divergências criativas, e ter alguém que seguia a mesma linha de raciocínio da empresa era crucial para seu sucesso.

Apesar dos obstáculos, o filme conseguiu se encaixar no universo cinematográfico, possuindo até uma cena (incluída só na versão blu-ray) que mostrava o escudo do Capitão América congelado. Além disso, na última cena do filme, aparecia Bruce Banner continuando seu treinamento para controlar o Hulk, porém, ao contrário do início do filme, em que treina para evitar o surgimento do gigante verde, agora ele treina para dominar a transformação, visando iniciá-la.

Homem de Ferro 2 (2010)

Homem de Ferro 2
[Imagem: Reprodução]
Sendo a primeira sequência da franquia, Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, 2010) prometeu estar a altura do primeiro, porém entregou uma sequência fraca que, de útil no universo, só teve a apresentação de dois personagens: Natasha Romanoff (Viúva Negra, interpretada por Scarlett Johansson) e James Rhodes (Máquina de Combate, interpretado por Don Cheadle).

Apesar da trama não contribuir para o MCU, ela consegue trabalhar os problemas de Tony com álcool e a família e até desenvolver o estado de saúde dele. O problema no reator acoplado no peito de Stark foi uma informação pertinente que veio no momento certo para o filme, além de vermos rabiscos nas notas do pai de Stark, dando a entender que é o Tesseract, cubo cósmico cuja importância é mais transparente em Vingadores.

Já a introdução do Máquina de Combate serviu para ajudar Tony e tirá-lo das sombras, enquanto Natasha e Nick Fury chegaram para consolidar de uma vez por todas a S.H.I.E.L.D., confrontando Tony e dando uma sensação de expansão para o MCU.

Além dos dois integrantes da S.H.I.E.L.D., o agente Coulson (Clark Gregg) é utilizado como a personificação do fandom, sempre trazendo informações que somente quem acompanhava os quadrinhos iria entender, mas que na cena pós-créditos tem seu momento especial só para nos apresentar o próximo herói: Thor.

Thor (2011)

Thor
[Imagem: Reprodução]
Até agora, a Marvel estava conseguindo caminhar com seus filmes, mostrando ao público que todos eles estavam no mesmo universo e etc… Até que chega um personagem que, se não apresentado direito, pode estragar tudo o que foi construído, e esse personagem é o Thor (Chris Hemsworth). Existia um grande ponto de interrogação na cabeça de todo mundo: como vão inserir um deus da mitologia nórdica no mesmo universo que todo mundo sem torná-lo fantasioso demais?

Para Kevin Feige (presidente da Marvel Studios) era crucial tornar os nove reinos da mitologia nórdica algo palpável; assim surgiu a ideia de incluir o pensamento de Arthur C. Clarke – “uma tecnologia avançada pode ser confundida com magia” – para explicar conceitos que, a princípio, são inexplicáveis. Por exemplo, a Bifrost (ponte entre Asgard e Midgard/Terra) foi inserida com o conceito de misturar tecnologia e magia, se tornando uma espécie de buraco de minhoca mais sofisticado.

Após acharem um caminho plausível para a inserção de Thor no MCU era a vez que introduzir Loki. Interpretado por Tom Hiddleston, Loki é ainda o vilão que conquistou mais simpatia dentre os fãs e é um grande mérito a ser considerado para o filme. Além do irmão de Thor, também nos é apresentado Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), o quinto integrante dos Vingadores e vemos mais uma aparição do Tesseract, dessa vez na cena pós-créditos. Agora só faltava mais um herói para o time estar completo: faltava o primeiro vingador.

Capitão América: O Primeiro Vingador (2011)

Capitão América
[Imagem: Reprodução]
Com uma história de origem que não explora o acaso ou a força de vontade, mas sim o altruísmo e a imagem de bom garoto, a Marvel conseguiu mostrar a crença e inocência de Steve Rogers (posteriormente o Capitão América, interpretado por Chris Evans), e este talvez é o filme que conta com mais personagens coadjuvantes importantes. Não entendeu?

O Caveira Vermelha, vilão do filme, é o braço direito da Hydra, organização inimiga da S.H.I.E.L.D.; Peggy Carter (ou agente Carter) é umas das co-fundadoras da S.H.I.E.L.D. e também par romântico de Steve, e o melhor amigo de Rogers, Bucky Barnes, ganharia muita importância na sequência do herói. Já deu para entender que os coadjuvantes são quase tão importantes quanto o protagonista em Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, 2011), certo?

É nesse filme que vemos o Tesseract mostrando uma porcentagem de seu poder, sendo usado pelo Caveira Vermelha para criar armas energéticas. Além do que, avançando mais o filme, durante a luta que antecedeu a vitória para Capitão, vemos ele se abrindo e mostrando uma imagem do espaço, dando a entender que ele também funcionaria como uma espécie de portal, que seria explorado já no filme seguinte.

Mas ainda faltava inserir o Capitão América no mesmo espaço-tempo em que o resto dos Vingadores estavam; assim, para a sorte de Rogers (e da continuação da franquia), ele foi encontrado congelado, quase 70 anos depois de ter derrotado o Caveira Vermelha.

Os Vingadores (2012)

Vingadores
[Imagem: Reprodução]
“Você ouve os nomes dos personagens com os quais estamos trabalhando agora e coloca todos juntos, isso não é uma coincidência. Isso pode se tornar os Vingadores um dia.”, disse Kevin Feige na San Diego Comic Con de 2006.

Pois é, 2006. Seis anos depois essa citação se concretizou, juntando todos os heróis em um único filme; finalmente víamos os Vingadores. Porém o time havia sido construído só para ser separado filmes depois, pois se desenvolveu, ao decorrer do MCU, divergências entre seus integrantes que só eram postas de lado se ameaçados por um inimigo gigantesco. Por isso, Loki não nos deixou na mão; usando o Tesseract, ele abriu um portal cósmico para a invasão dos Chitauri, que culminou na cena mais icônica de todo o MCU: a Batalha de Nova York.

Com a incrível bilheteria de 1,51 bilhão de dólares e com elogios vindos tanto do público como da crítica, Os Vingadores (The Avengers, 2012) se tornou a quinta maior bilheteria mundial e tornou a fórmula da Marvel um sucesso, tanto que seria utilizada incansavelmente em todos os filmes seguintes da franquia.

Através desse sucesso imenso, a Marvel se consolidou no mercado e reinventou o estilo de filmes sobre super-heróis, além de já deixar pontas soltas de possíveis rivalidades (Capitão América X Homem de Ferro; Hulk X Thor) que seriam exploradas nas próximas fases. E o mais importante de tudo: apresentou as Joias do Infinito e o grande vilão por trás de toda a história, Thanos.

Fase II

Agora com os principais heróis apresentados, essa fase foca em desdobrar os filmes piloto e introduzir mais heróis na equação.

Homem de Ferro 3 (2013)

Homem de Ferro 3
[Imagem: Reprodução]
O mais novo filme sobre Tony Stark se dá diretamente após a Batalha de Nova York, e tem que lidar com suas consequências. “Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013) é sobre quebrar Tony Stark. É sobre tirá-lo do mundo dos Vingadores e levá-lo de volta para Malibu, de volta para seu próprio mundo, com seus próprios personagens”, diz Kevin Feige em entrevista.

Mesmo sendo um filme importante para o desenvolvimento do lado humano de Tony e de como ele lida com seus transtornos emocionais, o longa não chega a agregar nada aos filmes futuros, pois Stark não mostra sinais dos problemas abordados em nenhum outro filme do MCU.

Thor: O Mundo Sombrio (2013)

Thor 2
[Imagem: Reprodução]
Antes de chegar aos cinemas, Thor: O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World, 2013) passou por divergências criativas. Trocou duas vezes de diretor em dois anos até encontrar Alan Taylor. Mas, assim que o encontrou, o andar do filme se deu rápido.

Com a introdução de Thanos e das joias do infinito na fase um, era a hora de mostrar onde essas joias se encontravam no MCU. Para isso, introduziram o vilão Malekith, cujo objetivo era coletar o éter (a joia da Realidade) para se tornar mais poderoso. Com a joia já apresentada ao público, ela é entregue – durante a cena pós-créditos – ao Colecionador (personagem que ainda levanta dúvidas sobre o tamanho de sua contribuição ao MCU), fazendo ligação direta com um filme que ainda estaria por vir, Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014).

Porém, outra cena divide a importância com a da joia: no final do filme, vemos Loki sentado no trono de Asgard, com um sorriso maléfico. Dá para perceber que mesmo perdendo seu cetro em Vingadores e, consequentemente, a joia da Mente que estava acoplada, Loki consegue colocar suas mãos em outra: a joia do Espaço (ou Tesseract), que está sob domínio de Asgard.

Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014)

Capitão América 2
[Imagem: Reprodução]
É nesse filme que Steve Rogers perdeu sua inocência e desenvolveu uma dificuldade em confiar nas pessoas. Ele descobre que a S.H.I.E.L.D., desde os seus primórdios era controlada secretamente pela Hydra, e assim não sabe mais a quem recorrer e confiar.

Cabe a Natasha Romanoff e Nick Fury cumprirem o papel de apoio ao Capitão, pois todos os personagens que haviam sido desenvolvidos no filme anterior estavam lá na década de 40. Menos o melhor amigo do Capitão, Bucky Barnes (Sebastian Stan), que voltou como um soldado controlado pela Hydra, sendo usado como o vilão da vez.

O filme também é contemplado pela introdução de outro herói no MCU: o Falcão. Interpretado pelo ator Anthony Mackie, o personagem foi introduzido com muito cuidado justamente para não parecer o amigo da vez de Steve, mas sim ter o mesmo espaço que os outros Vingadores.

Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier, 2014) tem uma das cenas pós-créditos mais importantes feitas até aquele momento. A cena apresenta ao público os irmãos Pietro e Wanda (o Mercúrio e a Feiticeira Escarlate), mais dois Vingadores para a lista.

Guardiões da Galáxia (2014)

Guardiões da Galáxia
[Imagem: Reprodução]
Um grupo intergalático de ladrões e assassinos se juntam para impedir que Ronan (a comando de Thanos) roube uma das joias do infinito (a do poder). Se tirasse os nomes específicos, não tem muito cara de um filme da Marvel, não é? Foi uma aposta da empresa, pois ela não tinha muitos personagens que desenvolviam o universo para além do planeta Terra.

A própria Marvel Studios não previu o sucesso que Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014) teria ao redor do mundo. Foi a escolha do elenco, o diretor (James Gunn) e o cuidado com a trilha sonora que cativaram tanto o público que não fazia ideia de quem eram esses personagens. A dinâmica bem trabalhada entre os guardiões dá uma leveza ao filme e permite que haja momentos de explicação sobre o próprio MCU.

Mais uma vez o Colecionador aparece, e dessa vez para explicar que antes da criação do universo, existiam seis singularidades, que foram transformadas nas joias do Infinito pelas Entidades Cósmicas (Morte, Entropia, Infinito e Eternidade). Cada pedra representa um aspecto diferente do universo: Espaço, Mente, Realidade, Poder, Alma e Tempo. Como não podem ser manipuladas por seres inferiores, as pedras são colocadas em unidades de contenção. Aquele que possuir as seis joias se torna onipotente e onisciente. É assim que descobrimos que existem 6 Joias do Infinito e que Thanos pretende recolher todas para colocar na Manopla do Infinito e assim, possuir poderes ilimitados.

Vingadores: Era de Ultron (2015)

Vingadores 2
[Imagem: Reprodução]
Em 2015, era lançado o segundo filme que juntava todos os heróis e carregava debaixo do braço a expectativa enorme que o fãs construíram a partir do que tinham recebido no primeiro encontro. Infelizmente, Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, 2015) passou sem muitos enaltecimentos mas com vários ganchos para a próxima fase do Universo Cinematográfico da Marvel. Contudo, a trama se desenvolve e aproveita para mostrar em ação personagens como Mercúrio, Feiticeira Escarlate e Visão, que até então não tinham tido seu espaço.

Mas Mercúrio não passou muito tempo nas telas: logo foi morto. Sua morte foi usada para mostrar as consequências de uma guerra e para tornar os personagens mais humanos, podendo morrer a qualquer momento, justamente para distanciá-los do pensamento errôneo que fãs criaram de colocar os personagens em patamares altos.

Um importante acontecimento nesse filme que afeta todo o MCU desde então é a Batalha de Sokovia, que interferiu diretamente na fase três inteira. Outra cena é a pós-créditos, que mostra o inquietamento de Thanos ao perceber que seus planos de conseguir as joias não estão dando certo e decide obtê-las ele mesmo (ligação direta com o próximo filme dos Vingadores).

Homem-Formiga (2015)

Homem Formiga
[Imagem: Reprodução]
Outra aposta – dessa vez um pouco menos ousada – foi o filme sobre um homem que conseguiria encolher e ficar do tamanho de uma formiga. Não muito interessante a princípio, mas o carisma e a leveza de Paul Rudd (ator que dá vida a Scott Lang, o Homem-Formiga), o heroísmo do personagem e sua relação com a S.H.I.E.L.D. em Vingadores: Era de Ultron fazem com que Homem-Formiga (Ant-Man, 2015) se dê bem com o público e encaixe mais na temática da fase dois, logo após a sequência de Vingadores.

Mesmo quebrando a teoria de que cada fase acabaria em um filme dos Vingadores, a Marvel Studios faz bem em categorizar esse filme na segunda fase, pois sua cena pós-créditos, que é um diálogo entre Bucky, Steve e Sam, inclui Scott e já o encaixa no próximo filme, que inicia a terceira fase do MCU.

Fase III

Mesmo a terceira fase da franquia começando somente em 2016, seu anúncio foi em outubro de 2014. Nesse anúncio, a Marvel Studios deixou bem claro que a fase três iria ser sobre guerras e explorar universos que ainda não tínhamos visto.

Capitão América: Guerra Civil (2016)

Capitão América 3
[Imagem: Reprodução]
A decisão já estava feita: iria acontecer o conflito entre Steve Rogers e Tony Stark. Porém, a Marvel tinha o desafio de adaptar uma das HQ’s mais famosas de toda a sua história.

Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016) é o filme onde todos os conflitos, intrigas e desentendimentos criados até então são postos na mesa, levando cada personagem a escolher seu lado na guerra. Assim, era de extrema importância que todos eles fossem desenvolvidos muito bem durante a trama.

Os destaques desse filme são, é claro, Capitão América e Homem de Ferro. A evolução de ambos os personagens é tão essencial para a história como para os filmes seguintes. Tony, conhecido como um herói arrogante, mostra seu lado mais maduro. Já Steve, ainda tem dificuldades em confiar no governo e por isso questiona suas decisões.

Em fevereiro daquele ano, um acordo foi fechado entre a Marvel e a Sony, permitindo que o herói do Brooklyn mais querido pelo público – Homem-Aranha (personagem de Tom Holland) – fizesse uma participação no filme do Capitão, assim o introduzindo definitivamente no MCU. Outro personagem importante apresentado é T’Challa (o Pantera Negra e rei de Wakanda, interpretado por Chadwick Boseman) que mais para frente teria seu filme solo.

Doutor Estranho (2016)

Doutor Estranho
[Imagem: Reprodução]
Como a Marvel já havia prometido, era a hora de introduzir outro universo no MCU: o místico. Era a vez de Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) ser apresentado, expandindo os conceitos até então tidos como inabaláveis e introduzindo mais uma Joia do Infinito.

A joia da vez é a do Tempo, que fica localizada no Olho de Agamotto que o personagem usa e cuja segurança será um dos temas abordados no próximo Vingadores, já que é uma das poucas joias que eles têm conhecimento da localização exata.

Outros conceitos que são mostrados são a viagem no tempo e dimensões paralelas. Com todas essas oportunidades que a Marvel cria ao longo do filme, ela mostra que o MCU consegue ser cósmico, místico e tecnológico; elementos esses que serão reunidos e abordados em Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018).

Guardiões da Galáxia vol.2 (2017)

Guardiões da Galáxia 2
[Imagem: Reprodução]
O foco aqui é a busca pelo pai de Peter Quill (Chris Pratt), uma aventura na qual os outros guardiões, Yondu (Michael Rooker), Nebula (Karen Gillan) e Mantis (Pom Klementieff) resolvem se envolver também. Assim, após Quill descobrir que seu pai é Ego (Kurt Russel) e, posteriormente, o vilão da história, a trama se desenvolve para Peter perceber que sua família de verdade são os guardiões e que Yondu era seu pai (mesmo que somente afetivo) desde o começo.

A dedicação de Jame Gunn (diretor) ao filme é impressionante, sendo um dos poucos filmes em que a Marvel deu total liberdade para um diretor conduzir a trama e, por isso, era responsabilidade de Gunn desenvolver os personagens secundários.

Através desta última exigência, podemos ver com mais profundidade a relação entre Gamora (Zoë Saldaña) e Nebula, irmãs e filhas de Thanos. Outras relações foram desenvolvidas também, como entre Rocket Raccoon (Bradley Cooper)  e baby Groot (Vin Diesel) e o lado mais leve de Drax (Dave Bautista).

Mas a cena que roubou os holofotes foi uma das cenas pós-créditos. Ela mostrou ninguém menos que Adam Warlock, levando à loucura qualquer fã dos quadrinhos. Adam, nas HQ’s, é o arqui-inimigo de Thanos e possui a joia da Alma, a única que falta aparecer no MCU. Essa cena abre um universo de portas para a franquia que poderá ser explorada no filme mais aguardado de todas as fases até agora: Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018).

Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017)

Homem Aranha
[Imagem: Reprodução]
Com o acordo feito entre Marvel e Sony, agora era possível entregar o filme que os fãs mereciam. Todos estavam cansados de histórias de origem para o personagem, por isso foi decidido contar a história de Peter depois de sua aparição em Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016).

Tendo Tony Stark como mentor, o Abutre (Michael Keaton) como vilão e o senso de humor característico de Peter Parker (Tom Holland), o filme superou as expectativas e entregou uma trama à altura de todo o resto do MCU.

Thor: Ragnarok (2017)

Thor 3
[Imagem: Reprodução]
O terceiro filme do deus do trovão tinha que ir para um caminho diferente dos anteriores, afinal, não estava dando certo o tom sombrio usado anteriormente. Portanto, fizeram o terceiro filme de Thor cheio de cores, piadas e uma trilha sonora divertida, com o objetivo de cativar o público que já estava descrédulo dos filmes do herói.

A estranha falta de Thor e Hulk em Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016) é explicada em Thor: Ragnarok (Thor: Ragnarok, 2017), além de desenvolver a relação entre os dois personagens. Esse filme também mostra uma maior autonomia do diretor (Taika Waititi) e dos próprios atores, sendo cerca de 70% do filme inteiramente improviso.

Thor entende que a única maneira de parar Hela (meia-irmã de Thor, vilã do filme e interpretada por Cate Blanchett) seria provocar o Ragnarok, e consequentemente ter sua terra natal (Asgard) destruída. Assim, Thor pede a todos os asgardianos entrarem na nave para fugir, enquanto pede a Loki que vá ao cofre de Odin para juntar o artefato de Surtur com a Chama Eterna, e dar vida ao único ser que poderia destruir Hela. Porém, no cofre, o Tesseract chama a atenção de Loki, dando a entender que o deus salvou o objeto de sua destruição.

Já no espaço – durante a cena pós-créditos – e longe de Asgard, uma nave gigantesca surge em frente a Thor e a esperança de um futuro melhor, com a construção de uma nova Asgard, é colocada em perigo. Tudo indica que esta será uma das naves de Thanos.

Pantera Negra (2018)

Pantera Negra
[Imagem: Reprodução]
No dia 15 de fevereiro de 2018, lançava o filme que foi um marco na história do Universo Cinematográfico da Marvel: Pantera Negra (Black Panther, 2018). A liberdade que a empresa construiu ao longo de sua década nos cinemas permitiu que um filme mais politizado e diversificado não ficasse deslocado de todo o MCU, pelo contrário, ele podia fortalecer sua mensagem política sem perder o lado Marvel de entretenimento.

Pantera Negra tinha a responsabilidade de introduzir um país inteiro no MCU e mostrar a igualdade de gêneros e raças, entregando ambos com uma excelência espantosa. E a resposta do público também foi à altura: ter um blockbuster em que a maioria do elenco era negro criou um sentimento de orgulho e representatividade que nenhum outro filme da franquia sonhava em conseguir.

Com tamanho sucesso, não era de se espantar os inúmeros recordes que Pantera Negra quebrou, dentre eles está o posto de 2ª maior bilheteria de estréia de um filme de herói; 2ª maior arrecadação em 2 dias; maior bilheteria de fim de semana de estreia durante o inverno, entre muitos outros.

Deixando um pouco de lado todo o prestígio do filme, ele também nos forneceu uma informação muito importante para o MCU: Bucky Barnes, o Soldado Invernal e melhor amigo de Steve Rogers, aparentemente estaria recuperado da lavagem cerebral que foi submetido durante seu tempo de prestação de serviços à Hydra.

Agora com todos os heróis apresentados e colocados nos seus devidos lugares, é a hora que juntar todo mundo para lutar contra a maior ameaça que já foi vista até então: Thanos.

(O PRÓXIMO FILME CONTÉM SPOILERS, SE AINDA NÃO ASSISTIU, RECOMENDAMOS QUE ASSISTA ANTES DE CONTINUAR A LER PARA NÃO ESTRAGAR A SURPRESA)

Vingadores: Guerra Infinita (2018)

Vingadores 3
[Imagem: Marvel Studios]
O filme era dos Vingadores, mas quem realmente roubou a cena foi Thanos (Josh Brolin), que teve o filme inteiro para ser o real protagonista. A trama é contada conforme Thanos vai em busca das demais Joias do Infinito, uma vez que ele já aparece com a do Poder.

Mas antes de concluir seu objetivo, Thanos tem algumas mortes atribuídas a ele. Após pegar a joia do Espaço (Tesseract) ele mata Loki, o que faz Thor, movido por vingança, ir até Nidavellir (planeta natal dos anões na mitologia nórdica) e construir sua nova arma – Rompe Tormentas –  para matar Thanos. Com duas joias, Thanos foi até Lugarnenhum (planeta onde se encontrava o Colecionador) para pegar a joia da Realidade e capturou sua filha, Gamora, pois ela era a única que sabia a localidade da joia da Alma.

Thanos e Gamora foram para Vormir atrás da quarta joia e – para a surpresa de todos os fãs – quem estava guardando-a era o Caveira Vermelha (aquele vilão lá do primeiro filme do Capitão América que parecia que tinha morrido, mas na verdade foi teletransportado para Vormir). Porém, Thanos tinha que sacrificar alguém que ama para adquirir a joia (uma alma por outra alma) e assim, mata Gamora.

Em Titã (planeta natal de Thanos), o vilão consegue fazer o Doutor Estranho ceder a joia do Tempo. Assim, Thanos segue para a Terra a procura da última joia: a da Mente. Já em Wakanda, ele vai atrás de Visão e, depois de uma dura luta em que a maioria dos heróis da Marvel aparecem, Thanos consegue a última joia, estala os dedos e metade da população da Terra  – e de todo o universo – deixa de existir. Personagens como Doutor Estranho, Homem-Aranha, Pantera Negra, Feiticeira Escarlate, Senhor das Estrelas, Groot e etc desaparecem, o que fez todos os fãs ficarem de queixo caído. Ao final do filme, Thanos aparece sereno e com um ar de missão cumprida, mostrando-se um vilão que não buscava poder ou glória, mas sim  que buscava salvar todos – mesmo com uma concepção de salvação distorcida.

Já na cena pós-créditos, Maria Hill (agente da S.H.I.E.L.D.) e Nick Fury estão em um carro conversando, em seguida outro carro bate no veículo. Ao sair para ver o motorista que os atingiu, Maria Hill nota que o veículo está vazio e começa a desaparecer. Fury corre para o carro deles e pega um aparelho de uma mala. Quando ele também começa a desaparecer, o aparelho (um pager modificado) cai no chão e vemos que a mensagem foi enviada e chega a resposta: o símbolo e as cores da Capitã Marvel.

Além de ser um gancho para o filme que Brie Larson estrela como a heroína, a cena gera a dúvida também sobre para onde (ou para quando) foi a mensagem de Fury. Seria esse o modo que a Marvel encontrou de reverter os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018)? A mensagem foi para o passado ou para o espaço? Já se sabe que o filme da Capitã Marvel se passará nos anos 90, porém Kevin Feige já deixou claro que ela será a personagem mais poderosa do MCU, então sua citação na cena pós-créditos já torna evidente sua importância para Vingadores 4.

Com todas as pontas que estavam soltas nesses dez anos já amarradas no terceiro filme dos Vingadores, muitas pontas novas também surgiram, mas só nos resta aguardar os próximos filmes para ver o desfecho desse arco que durou dez anos.

Menção honrosa:

Outros filmes que estão na fase 3 mas que ainda não foram lançados são Homem- Formiga e Vespa (5 de julho de 2018); Capitã Marvel (28 de fevereiro de 2019) e Vingadores 4 (2 de maio de 2019).

Fase IV

Ainda sem títulos lançados, Kevin Feige respondeu ao Den of Geek: “Não vamos revelar nada até o ano que vem. Depois disso, revelaremos onde estamos indo. Mas fizemos um grande anúncio em 2014, quando falamos de vários filmes. Até adicionamos alguns no cronograma depois daquilo. Mas é importante entregar o que anunciamos antes de falarmos do futuro.”. Está claro que, após os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018) se Kevin revelasse os títulos da fase 4 ele também revelaria os heróis que sobreviveram.

A fase 4 está programada para começar após a estreia de Vingadores 4.

por Gabrielle Yumi
gabrielleyumif@gmail.com

2 comentários em “Universo Cinematográfico da Marvel: tijolo por tijolo até Guerra Infinita”

  1. Pingback: Universo Cinematográfico Marvel – Infografia – Larissa Vitória

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