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Dia 03 | 27ª Bienal do Livro de SP: literatura, celebridades e cultura em foco

Terceiro dia do evento reúne grandes nomes da literatura brasileira e influenciadores digitais
Por Isabella Lopes (isabella.tomaz.lopes@usp.br) e Louisa Harryman (louisacoelho@usp.br)

Confira os principais destaques do domingo (8), terceiro dia da Bienal do Livro: 

Público levantando as mãos para aparecer em foto tirada na Arena Cultural.
Os ingressos para o terceiro dia da Bienal foram esgotados e público precisou esperar em filas grandes para acessar as principais programações do dia 
 [Imagem: Isabella Lopes/Acervo Pessoal]

Os influenciadores digitais Viih Tube, Eliezer e Pyong Lee marcaram presença na Bienal e subiram ao palco da Arena Cultural para uma conversa sobre a vida em família  nos holofotes. No espaço “Cozinhando com Palavras”, os visitantes puderam ver receitas da saga Harry Potter e o lançamento do livro Florisbela – Receitas de amizade (Martins Fontes, 2024), de Bela Gil e Daniel Kondo.

Influenciadores digitais ministram palestra na Arena Culural.
Viih Tube e seu marido, Eliezer, lançaram neste ano o livro Tô grávida! O que a gente faz agora?  (Intrínseca, 2024) com relatos e dicas sobre gestação e parentalidade
 [Imagem: Isabella Lopes/Acervo Pessoal]

Literatura brasileira além das fronteiras

A Arena Cultural também recebeu os escritores Itamar Vieira Jr, Stênio Gardel e a tradutora Flora Thomson-DeVeaux para uma palestra sobre a popularização da literatura brasileira no exterior. Mediada por Rayanna Pereira, coordenadora de relações internacionais da CBL,  a conversa abordou temas como os fatores que atraem os estrangeiros pelas obras do Brasil, a relevância da tradução de livros da língua portuguesa e os desafios para uma tradução literária que cative o leitor. 

Para Itamar, autor do livro Torto Arado (Todavia, 2019) e ganhador do Prêmio Jabuti 2020 de Romance Literário, uma das razões que explica o sucesso do romance na América é a sensação de identificação do leitor com o contexto histórico: “o livro sutilmente fala dos traumas da colonização e da escravidão, como ela perdura nos nossos dias, e isso é um tema comum ao continente”. 

A tradutora de Memórias Póstumas de Brás Cubas (Tipografia Nacional, 1881) para o idioma inglês, Flora Thomson-DeVeaux, compartilhou com o público como foi a sua experiência de traduzir uma das maiores obras da literatura de língua portuguesa. Para ela, os principais desafios foram entender o contexto histórico em que a obra foi escrita e preservar a prosa do século 19.

Stênio Gardel, autor de A Palavra que Resta (Companhia das Letras, 2021), afirma que o seu livro aborda lutas que atravessam não só a história brasileira, mas também a humana, gerando a sensação de reconhecimento. “Quando eu vejo os leitores no Japão ou em outros lugares falarem sobre o meu livro, eu penso também no que me atrai na literatura estrangeira”, diz o escritor, reconhecido internacionalmente.

Autores de obras nacionais ministram palestra na Arena Cultural.
Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, tem traduções para 28 idiomas, desde inglês até macedônio[Imagem: Louisa Harryman/Acervo Pessoal]

Uma conversa sobre suspense, romances policiais e manias

Autores posam para foto no palco d a Arena Cultural.
Claudia Lemes, Raphael Montes, Tito Prates e Victor Bonini comemoraram destaque de obras nacionais em eventos literários [Imagem: Isabella Lopes/Acervo Pessoal]

“Você sabe o tema que a gente escreve. Se você perguntar, teremos que te matar no final”, disse o autor Raphael Montes ao abrir sua palestra sobre suspense e literatura policial. Mediado por Tito Prates, presidente da Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST), o bate-papo também contou com a participação de Cláudia Lemes e Victor Bonini.

Técnicas de escrita, o fenômeno do Jack in the box – situação em que o personagem ou as cenas tomam um caminho que não era o planejado –, ambientação e críticas sociais foram assuntos debatidos pelos artistas.

Raphael Montes é romancista e roteirista, criador de Suicidas (Companhia das Letras, 2017), Dias Perfeitos (Companhia das Letras, 2014) e Uma mulher no escuro (Companhia das Letras, 2019). O ganhador do Prêmio Jabuti 2020 acredita que o leitor deve conhecer os personagens dos livros como um amigo ou conhecido. Seu maior objetivo é se aproximar do público por meio da ambientação brasileira em suas obras.

“A literatura é a mais profunda [arte] em relação à conexão com o leitor. A gente conta a história junto com ele.”

– Raphael Montes

A escritora Claudia Lemes possui doze publicações de thrillers ao longo de sua carreira, além do Prêmio ABERST em 2022, com a obra Quando os mortos falam (AVEC Editora, 2021). Claudia também é professora de escrita criativa, fato que atravessa suas produções: “Às vezes eu faço listas de compras para os personagens”.

Victor Bonin é escritor, roteirista, jornalista e ganhador de um prêmio da ABERST com o livro O casamento (Faro Editorial, 2017). A formação voltada ao gênero factual da comunicação contribuiu para o desenvolvimento de seu estilo de “documentário falso”, explicado por ele como uma forma de contar os acontecimentos da história no estilo jornalístico: “Pela minha formação, eu gosto que as pessoas reajam da forma mais próxima da realidade possível”.

A Bienal sob o olhar de um frequentador

Visitantes em fila na Bienal do Livro.
Famílias, amigos e casais viram na literatura uma forma de estreitar seus laços  [Imagem: Isabella Lopes/Acervo Pessoal]

A Bienal do Livro é um espaço de criação de memórias. Caio da Silva Viana, 26 anos, marca presença no evento desde o fim do seu Ensino Fundamental. Sua primeira ida foi em um pequeno passeio escolar, com alguns amigos fãs de literatura. 

Para Caio, ir à Bienal era sinônimo de explorar os estandes de grandes livrarias. Nos últimos anos, com a falência de grandes empresas do ramo, como a Saraiva e a Cultura, a busca pelas obras de interesse do público passou a ser feita diretamente por meio das as editoras. Além disso, o leitor notou que grande parte dos objetos interativos, como o Trono de Ferro de As Crônicas de Gelo e Fogo (Bantam Spectra, 1996-presente) de uma edição anterior, deu lugar às paredes instagramáveis no evento.

Parede de fotos com o personagem Bill Cipher.
Área que contém uma figura do personagem Bill Cipher, da animação Gravity Falls (2012-2016), atraiu uma longa fila de fãs em busca de registros fotográficos [Imagem: Isabella Lopes/Acervo Pessoal]

“A Bienal é um espaço de conforto. Eu levo minha família e meus amigos até lá”, ressaltou o fã. Um fato marcante para ele foi a vinda de Cassandra Clare, autora da série Os Instrumentos Mortais (Simon & Schuster, 2007-2014) na edição de 2014 e a dificuldade de uma amiga em conseguir o seu autógrafo. Caio contou que já irá começar os preparativos para a 28ª celebração da literatura em São Paulo, que ocorrerá em 2026.

1 comentário em “Dia 03 | 27ª Bienal do Livro de SP: literatura, celebridades e cultura em foco”

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