O Halloween envolve, tradicionalmente, diversão e terror. Nos Estados Unidos, as ruas se lotam de abóboras e crianças fantasiadas em busca de doces. Para essas crianças, a data é pura alegria — mas para Laurie Strode e sua família, o 31 de outubro é um dia temido e sombrio. Halloween (2018) conta a história dos Strode, que anos depois têm de enfrentar o frio assassino Michael Myers novamente.O filme retoma a narrativa de Halloween – A Noite do Terror (1978), no qual Myers, 15 anos após assassinar sua irmã com uma faca quando tinha apenas 6 anos, escapa do hospital psiquiátrico. Trajado com uma máscara branca, sai vagando com a pura intenção de matar qualquer pessoa que cruze seu caminho, até que Laurie Strode e o Doutor Loomis derrotam-no. Nesta sequência, os atores que interpretam Michael (Nick Castle) e Laurie (Jamie Lee Curtis) são os mesmos do original.
Este é o décimo-primeiro filme da franquia Halloween, e marca a volta do produtor John Carpenter, criador do original e cuja última participação havia sido em Halloween III: A Noite das Bruxas (1982). Vale lembrar também que a franquia inaugurou o subgênero “slasher”, no qual um mascarado ataca pessoas com objetos cortantes. Um outro exemplo famoso desta categoria é o filme Sexta Feira 13 (1980).
Exatos 40 anos depois, Myers escapa novamente do hospital psiquiátrico e recupera sua máscara com jornalistas que estavam tentando desvendar seu caso. Determinado a terminar o trabalho inacabado, ele ataca novamente neste halloween. Mas Laurie está mais preparada desta vez: dedicou as últimas quatro década para criar uma casa cheia de armadilhas e melhorar sua precisão nas armas.
A obsessão de Laurie influenciou muito a relação com sua família: sua filha, Karen, foi retirada de casa pelo conselho tutelar e tem uma péssima relação com a mãe. Quem tenta reconciliar os laços familiares é Allyson, neta de Laurie. Suas tentativas de reunir todos frequentemente acabam em brigas envolvendo a infância conturbada de Karen. As três só vão se unir quando percebem que Myers está atacando novamente, e toda a paranoia da avó volta a fazer sentido.
Juntamente com o policial Hawkings e o Dr. Sartain, responsável por Michael no hospital e considerado por Laurie como o novo Dr. Loomis, a família vai tentar parar este psicopata que é puro mal.
É interessante perceber a semelhança existente entre o vilão Michael Myers e Frankenstein, monstro que aparece no romance de Mary Shelley. As equivalências não são poucas: a máscara de Myers, que relembra a aparência da criatura em filmes, o jeito quieto e os movimentos bruscos. Além disso, a fixação do médico Sartain pode ser associada à de Victor com Frankenstein.
Myers, contudo, não apresenta em nenhum momento a boa vontade de Frankenstein. Sua missão neste mundo é apenas matar quem puder das maneiras mais horripilantes que imaginar. Somado ao caráter aterrorizante do vilão, o filme se utiliza de efeitos sonoros e da iluminação para criar a tensão e o terror no espectador. Não há a necessidade de assustar o público, a proposta é criar um ambiente de apreensão e angústia que permeie toda a narrativa.
O roteiro do filme retoma muito bem a produção de 1978. Os paralelos estabelecidos entre os novos personagens espelham a história original, e as falas frequentemente estabelecem conexões com o passado. A única falha na produção da sequência talvez seja matar muito cedo algumas pessoas que podiam acrescentar mais a história, como os jornalistas que aparecem no início. O suspense e o terror prendem do começo ao fim, que ainda abre margem para mais um filme da franquia.
O filme estreia no dia 25 de outubro. Confira abaixo o trailer:
por André Netto
andrenetto82005@gmail.com