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40ª Mostra Internacional de SP: Em nome da honra

Este filme faz parte da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique aqui. Em uma sociedade utópica espera-se que os direitos humanos não sejam violados. Em uma sociedade ideal espera-se que, se violados, o agressor seja devidamente punido e reeducado. Mas, nas sociedades reais, a vítima só espera. …

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Este filme faz parte da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique aqui.

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Em uma sociedade utópica espera-se que os direitos humanos não sejam violados. Em uma sociedade ideal espera-se que, se violados, o agressor seja devidamente punido e reeducado. Mas, nas sociedades reais, a vítima só espera. Espera compreensão, respeito, justiça, e espera também sobreviver, pois, a cada hora, uma pessoa é morta em nome da honra.

Honra de quem? Vocês bem sabem que não é a da vítima. Pais, irmãos, tios, primos, maridos e vizinhos se confluem para “fazer o que deve ser feito”: eliminar aqueles que desacatam a moral dominante, cerceadora das liberdades individuais e, principalmente, da sexualidade humana — feminina, em específico. “É assim que funciona” e é com estes personagens, que proferiram estas aspas, que a equipe do documentário Em nome da honra (In the name of honor, 2016) conversa e extrai confissões chocantes sobre os crimes de honra cometidos na Índia, na Jordânia e nos territórios palestinos.

Na Índia, sem arrependimentos, os homens discutem e tomam decisões bestiais enquanto as mulheres vítimas, mães, irmãs, amigas sofrem em silêncio as consequências. Na Jordânia, uma mulher morta serve de exemplo para todas as outras. Na Palestina, os homens temem as fofocas e a pressão social é uma justificativa para os assassinatos.

Por terem sido estupradas, por se divorciarem ou por se relacionarem com pessoas de grupos sociais distintos, poucas conseguem escapar da sentença de morte e protagonizar sua própria história. O documentário, no entanto, encontrou algumas sobreviventes e contemplou seus relatos também.

Tanto a sororidade quanto a ignorância cega dos algozes encharcam os olhos do público, que pode ficar alguns minutos paralisado nas cadeiras do cinema para se recompor enquanto sobem os créditos do filme. “O que é a PEC 241 perto disso?”, “O mundo está de cabeça para baixo”, concluem sinceramente os mais estupefatos. Outros nem encontram palavras para o que acabaram de descobrir.

O documentário participa da seção Foco Polônia e é produzido em conjunto com os Estados Unidos e os países visitados.

por Larissa Lopes
larissaflopesjor@gmail.com

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