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‘Aline: A Voz do Amor’, outra cinebiografia musical bem sucedida

Uma homenagem de Valérie Lemercier à Céline Dion

Aline: A Voz do Amor  (Aline, 2020) não é um grande filme, mas é um filme de grandes audiências. Contando com uma história consistente, um bom uso da trilha sonora e vários toques de humor e emoção, a história promete agradar a todos que procuram um bom entretenimento. O longa canadense/francês mais Hollywoodiano possível conta com uma super produção, digna das telonas. Com cenários ao redor do mundo, cenas musicais, um figurino impecável e um ótimo desenvolvimento, a diretora, roteirista e protagonista do longa, Valérie Lemercier, teve êxito na sua proposta: homenagear Céline Dion. 

O filme, que se apresenta como uma “ficção livremente inspirada” na vida da cantora, é uma cinebiografia musical mas também uma história de amor com a qual todos vão se identificar: amor pela música, pela família, pela carreira e, um ponto importante no filme, amor sem idade.

Aline segurando uma criança enquanto ri
Aline com seu filho depois de um show. [Distribuição/Rectangle Productions]
A história é carregada pela vida de Aline Dieu, nome substituto para Céline Dion, uma vez que o uso do oficial não foi autorizado, e onde seu talento a leva, desde quando sua voz surpreendente ainda desabrocha na infância, até o auge de sua carreira, quando ela já se encontra na meia idade. Passando por todas essas fases, o espectador acompanha a carreira de sucesso da cantora e também sua vida amorosa e familiar. Por isso, o longa não é só para os fãs de Dion, como para qualquer um que queira se entreter, se identificar, gargalhar, e, para os “manteigas derretidas” de plantão, se emocionar. 

O romance entre Céline Dion e seu empresário (Sylvain Marcel), que tinham 26 anos de diferença, ganha destaque no filme, que explora a origem, a relação e a visão do público e parentes ao longo do desenvolvimento do casal. No entanto, a obra não é sobre a história de amor entre eles, e sim, sobre a carreira da cantora. Dessa maneira, o espectador não fica preso à divisão de opiniões entre aceitar ou não a relação entre os dois, e passa a vê-la como mais um fator na vida da estrela, que também é repleta de outros amores, como o da grande família, filhos e fãs da cantora, explorando também, as vertentes de cada um desses. Os temas, apesar de sensíveis, são abordados de forma leve no longa, seja por meio de piadas muito bem vindas ou pelas músicas icônicas que carregam seu próprio significado.

Aline e seu marido encostando um dedo no nariz do outro
Aline e seu marido. [Distribuição/Rectangle Productions]
O filme, aplaudido de pé por 5 minutos no festival de Cannes, não foi recebido com o mesmo entusiasmo pela crítica. Grande parte dessa negatividade acontece por conta da escalação de Valérie Lemercier como Aline Dieu em todas as fases de sua vida. A atriz cumpre muito bem o seu papel quando se trata da idade correspondente na história, ou seja, na fase adulta. Mas escalar uma mulher de 58 anos para viver uma garota de 12 até 20 é um erro que não tem como passar despercebido, nem que o público o queira. Não que o CGI estivesse ruim, mas não era visivelmente agradável, muito menos natural ver o rosto de Lemercier projetado no corpo de uma criança. A razão para a escolha da atriz nesta fase não se mostra clara, mas pode ser entendida como uma maneira de deixar a diferença de idade entre Dieu e seu interesse amoroso mais palpável para o público, ou como um fetiche da diretora, roteirista e protagonista de estar presente o máximo que pudesse no filme de Dion, ou melhor, no seu.

 

A mãe de Aline (Danielle Fichaud), Aline e seu futuro marido.  [Distribuição/Rectangle Productions]
A mãe de Aline (Danielle Fichaud), Aline e seu futuro marido.  [Distribuição/Rectangle Productions]
Por essa escolha infeliz, o filme foi condenado em diversas críticas americanas, sendo até comparado a um filme de terror. Essa condenação se mostra injusta, uma vez que o longa tem muito mais a dizer além de um detalhe técnico, que atrapalha, mas não apaga todo o esforço da produção.

Apesar de ser somente uma ficção inspirada na vida de Céline Dion, a obra faz jus a história da cantora. Ela é bem construída, as caracterizações são fiéis à realidade, houve um estudo por trás da produção para reproduzir os menores detalhes, e também existe a pitada de sentimento que carrega tudo isso aos corações dos espectadores: a música. Sim, apesar do Aline: A Voz do Amor não contar com o nome oficial da cantora, as músicas, por sua vez, estão presentes ao longo de toda a obra. Clássicas como “All by Myself”, “Let’s Talk About Love” e “I’m Alive” ganham destaque no filme, e não podia faltar a atemporal trilha sonora de Titanic (1997) com “My Heart Will Go On”, tornando o trabalho da cantora reconhecível a qualquer espectador.

Aline cantando em um palco com uma mão na cintura e a outra apontada para o alto
Aline se apresentando em um de seus shows. [Distribuição/Rectangle Productions]
Além dessas músicas e outras originais de Céline Dion, composições que não são de sua autoria também marcam presença na trilha sonora, o que traz uma diversidade musical que funciona perfeitamente no filme. Outro ponto de grande destaque é a voz que ocupa o lugar da cantora em suas canções: a de Victoria Sio. A francesa substitui a voz de Céline Dion com maestria, arrepiando os ouvidos de, principalmente, quem assiste o filme em uma sala de cinema.

Como mais um fruto da nova onda de cinebiografias musicais, o filme ganha destaque por não ser falado em língua inglesa, mas, mesmo assim, estar no mesmo patamar que recentes sucessos de bilheteria de Hollywood. Aline: A Voz do Amor não é um filme perfeito, mas merece ser assistido, não só pelos amantes da música como a qualquer um que deseje uma história bem contada e um entretenimento palatável.

Nota do cinéfilo: bom - 3,5

O filme estreia no dia 16 de junho nos cinemas. Confira o trailer:

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