Aline: A Voz do Amor (Aline, 2020) não é um grande filme, mas é um filme de grandes audiências. Contando com uma história consistente, um bom uso da trilha sonora e vários toques de humor e emoção, a história promete agradar a todos que procuram um bom entretenimento. O longa canadense/francês mais Hollywoodiano possível conta com uma super produção, digna das telonas. Com cenários ao redor do mundo, cenas musicais, um figurino impecável e um ótimo desenvolvimento, a diretora, roteirista e protagonista do longa, Valérie Lemercier, teve êxito na sua proposta: homenagear Céline Dion.
O filme, que se apresenta como uma “ficção livremente inspirada” na vida da cantora, é uma cinebiografia musical mas também uma história de amor com a qual todos vão se identificar: amor pela música, pela família, pela carreira e, um ponto importante no filme, amor sem idade.
O romance entre Céline Dion e seu empresário (Sylvain Marcel), que tinham 26 anos de diferença, ganha destaque no filme, que explora a origem, a relação e a visão do público e parentes ao longo do desenvolvimento do casal. No entanto, a obra não é sobre a história de amor entre eles, e sim, sobre a carreira da cantora. Dessa maneira, o espectador não fica preso à divisão de opiniões entre aceitar ou não a relação entre os dois, e passa a vê-la como mais um fator na vida da estrela, que também é repleta de outros amores, como o da grande família, filhos e fãs da cantora, explorando também, as vertentes de cada um desses. Os temas, apesar de sensíveis, são abordados de forma leve no longa, seja por meio de piadas muito bem vindas ou pelas músicas icônicas que carregam seu próprio significado.
Apesar de ser somente uma ficção inspirada na vida de Céline Dion, a obra faz jus a história da cantora. Ela é bem construída, as caracterizações são fiéis à realidade, houve um estudo por trás da produção para reproduzir os menores detalhes, e também existe a pitada de sentimento que carrega tudo isso aos corações dos espectadores: a música. Sim, apesar do Aline: A Voz do Amor não contar com o nome oficial da cantora, as músicas, por sua vez, estão presentes ao longo de toda a obra. Clássicas como “All by Myself”, “Let’s Talk About Love” e “I’m Alive” ganham destaque no filme, e não podia faltar a atemporal trilha sonora de Titanic (1997) com “My Heart Will Go On”, tornando o trabalho da cantora reconhecível a qualquer espectador.
Como mais um fruto da nova onda de cinebiografias musicais, o filme ganha destaque por não ser falado em língua inglesa, mas, mesmo assim, estar no mesmo patamar que recentes sucessos de bilheteria de Hollywood. Aline: A Voz do Amor não é um filme perfeito, mas merece ser assistido, não só pelos amantes da música como a qualquer um que deseje uma história bem contada e um entretenimento palatável.
O filme estreia no dia 16 de junho nos cinemas. Confira o trailer: