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‘Alvorada’ – entre anjo e demônios, apenas a queda

Exibido na 26ª edição do festival de cinema “É tudo verdade”, o documentário mostra os bastidores do impeachment de Dilma Rousseff

Alvorada. É o nome da residência oficial do Presidente da República que intitula o documentário das cineastas Anna Muylaert (Que horas ela volta, 2015) e Lô Politi (Jonas, 2015). Longe de tentar explorar todos os fatos que circundam o maior acontecimento político de 2016, Alvorada (2021) acompanha os dias que antecedem o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O documentário começa com a inesquecível e perversa fala que antecedeu o voto de Jair Bolsonaro, então deputado federal pelo PSC, no processo que culminou na impugnação do segundo mandato de Rousseff. Mas após ouvir exaltações a um dos maiores torturadores da Ditadura Militar, o telespectador é transportado para meses antes do impeachment e pode aos poucos entrar no Palácio da Alvorada pela porta de trás. Isso porque, ao invés de mostrar a fachada do palácio, como é comum, é por meio da rotina dos funcionários que o longa começa a explorar o dia a dia da residência presidencial.

 

Dilma caminha ao lado de inúmeros assessores no corredor externo do Palácio da Alvorada, repleto de colunas brancas e com grandes árvores ao fundo.
[Imagem: Reprodução/África Filmes, Dramática filmes e Cup Filmes]
Diferente de grande parte dos documentários, Alvorada não tenta transparecer imparcialidade ou uma posição neutra em relação ao impeachment de 2016. Pelo contrário, enfatiza que o intuito das filmagens é fazer um registro que permita uma interpretação dos acontecimentos que não aquele feito por aqueles que agiram a favor da destituição da presidente do cargo. Nesse sentido, o longa também não se propõe a abraçar muitos acontecimentos daquele ano. Suas limitações ficam claras quando a produção opta por incluir no produto final momentos em que Dilma pede que as câmeras sejam retiradas do local. 

Uma das maiores qualidades do documentário é a construção da figura da presidente. Sem optar por heroísmos exagerados, mostra Dilma como uma pessoa séria, equilibrada e com grande determinação ao enfrentar algo que certamente foi uma das maiores provações de sua vida política. Mais do que isso, Alvorada  busca humanizar Rousseff, que reluta ao ser transformada em personagem, trazendo nuances e emoções que normalmente são difíceis de enxergar nas figuras presidenciais.

 

O rosto de Dilma reflexiva aproximado à tela.
[Imagem: Reprodução/África Filmes, Dramática filmes e Cup Filmes]
O enquadramento das cenas variam entre abranger os ambientes grandes e imponentes do palácio e capturar minúcias que são essenciais para entender as tensões dos últimos dias do governo Dilma. A trilha sonora, que é majoritariamente composta de músicas clássicas, é eficaz em acrescentar dramaticidade a vários trechos do longa. 

Mas Alvorada não é um documentário triste. Muito pelo contrário, faz questão de marcar momentos de descontração e vivacidade entre as personagens, bem como de mostrar todo o empenho e força exigidos da assessoria, equipe jurídica e aliados políticos da presidente durante maio e agosto de 2016.

Nota do Cinéfilo: 3 pipocas, Ok.

Alvorada estreia hoje nos cinemas. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Reprodução/África Filmes, Dramática filmes e Cup Filmes

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