Se compararmos a época do primeiro Rock In Rio, que aconteceu na década de 1980, com os dias de hoje, o cenário de megafestivais mudou bastante no Brasil. Felizmente, para melhor. Se antes shows internacionais eram escassos no país e careciam de planejamento, hoje existem empresas especializadas em fazer o evento acontecer direito, como Geo Eventos, T4F, Plan Music e XYZ Live, e é preciso se controlar para não gastar todas as economias em ingressos. Esses empresários trazem a maior parte das atrações do exterior e, em entrevista dada a Revista sãopaulo, concordam: a cidade paulistana já pode escolher quais turnês pousam por aqui – e uma negociação para se apresentar no Rio de Janeiro sempre ajuda a fechar o contrato. Ainda que concentrados nas região sudeste, inúmeros festivais já se fizeram presentes, como o Rock in Rio, Planeta Terra, SWU, Sónar e Lollapalooza. O primeiro deles será o Lolla (apelido carinhoso dado pelos fãs do meio), que tem início nessa sexta.

23 anos após o começo

Criado por Perry Farrel para ser uma turnê de despedida de sua banda, o Jane’s Adicction, o Lollapalooza teve sua primeira edição em 1991. Entretanto, o evento deu certo e continuou a acontecer até 1997. Ao contrário dos festivais tradicionais, que tem um local fixo para acontecer, o Lolla foi nômade desde o início: percorreu os Estados Unidos e o Canadá. Na década seguinte, entre 2003 e 2005, voltou a existir, tomou a forma que conhecemos e passou até sede em Chicago. De lá para cá, artistas dos mais variados gêneros ganharam espaço entre as atrações.

Outro diferencial que o evento carrega em relação a outros de mesmo tipo é que sempre se presou por ter outras atrações voltadas para a cultura, além dos shows em si. A edição brasileira desse ano terá um workshop de bateria com Iggor Cavalera, ex-integrante do Sepultura, por exemplo.

Após 20 anos de sua concepção, o Lollapalooza teve a primeira edição em outro país, o Chile, que contou com The Killers, Jane’s Addiction, Kanye West e Yeah Yeah Yeahs entre as principais atrações. No ano seguinte, a Geo Eventos anunciou a versão brasileira do festival.

Brasil na cena mundial

Em 2011, para a felicidade das populações indie–hipster–pop–rocker brasileiras, a Geo Eventos anunciou a versão verde e amarela do evento, que aconteceu em 2012 nos dias 7 e 8 de abril, no Jockey Club. A line-up foi digna dessa estréia: contou com Foo Fighters, Arctic Monkeys, Joan Jett (que fez até uma pontinha na apresentação da banda de Dave Grohl), MGMT, Foster the People, O Rappa, Tipo Uísque, Marcelo Nova e muitos outros. Divididos em dois dias, os shows trouxeram mais de 70 mil pessoas de vários cantos do Brasil – o Foo Fighters, que não dava as caras no Brasil desde 2001, foi o principal responsável pela venda de todos os ingressos do dia 7 de abril.

2013

Esse ano o Lollapalooza começa mais cedo, no dia 29 de março – a primeira edição do evento deu tão certo nas terras tupiniquins que a segunda terá um dia a mais – e a fórmula não mudou: atrai por ter de atrações que nunca vieram ao país a conjuntos indiscutivelmente consagrados, abrangindo uma grande quantidade de gostos musicais. A estrutura física também continua a mesma: três palcos, Butantã, Cidade Jardim e o alternativo, uma tenda eletrônica e uma área destinada as crianças, o kidzapalooza; novamente no Jockey Club. A banda americana The Killers, o ganhador do grammy de melhor CD de 2012 Black Keys – que dá as caras pela no Brasil primeira vez – e o Pearl Jam, banda mais consagrada do evento, são os carros-chefe de cada dia. Na tenda eletrônica, o DJ deadmau5 é a grande atração. Planet Hemp, Criolo, Stop Play Moon, Vanguart, Agridoce e Vivendo do Ócio são algumas das atrações brazucas do festival.

Na próxima quarta-feira você poderá conferir um especial sobre o Lollapalooza aqui no Blog da J.! Dá uma olhada nas bandas que você não vai perder em nossa primeira cobertura! 

por Luiza Fernandes
luizafc00@gmail.com

Não esquece de conferir a cobertura completa do Blog da Jota no primeiro, segundo e terceiro dia de Lollapalooza 2013!