Por Breno Marino (brenomarino2005@usp.br)
Na noite de 30 de junho, México e Equador se enfrentaram para decidir quem avançaria para a próxima fase da Copa América 2024. Em estádio com capacidade para pouco mais de 63.000 de espectadores, ambos os torcedores acompanharam jogo truncado e muito disputado. A outra seleção que avançou às quartas de final da competição foi a Venezuela.
Como as seleções entraram em campo
Em busca de um empate para a classificação, o Equador foi a campo sem alterações. A única mudança foi a volta de Enner Valencia ao ataque, após cumprir suspensão no jogo contra a Jamaica. A equipe comandada por Félix Sánchez foi escalada no 4-2-3-1. Com a bola, Hincapié junta-se aos outros zagueiros e forma uma linha de três defensores, enquanto Preciado tem liberdade para avançar na lateral.
Seleção mescla a experiência de jogadores como Valencia (34 anos) e juventude de atletas como Kendry Páez (17 anos) [Reprodução/Twitter: @CopaAmerica]
Do outro lado, o México, necessitando da vitória, veio ao jogo com mudanças no meio-campo. Pineda e Huerta substituíram Antuna e Carlos Rodriguez, titulares na derrota para a Venezuela. Dentre os desfalques da equipe, destaca-se Edson Alvarez, referência e liderança da seleção mexicana, lesionado na estreia da competição.
Comandada por Jaime Lozano, a seleção foi escalada no 4-3-3, com Quiñones e Huerta nas pontas do ataque, tendo Gimenez como referência [Reprodução/Twitter: @CopaAmerica]
A partida
Primeiro tempo – controle equatoriano
A partida iniciou como o esperado: México pressionando para abrir o placar e Equador apostando em contra-ataques. A pressão mexicana não teve êxito na primeira etapa e a seleção equatoriana estava confortável na partida, já que o empate classificava a equipe.
A equipe treinada por Jaime Lozano não conseguiu pressionar seu oponente de forma efetiva e tampouco teve sucesso na criação de oportunidades, que parava na defesa equatoriana. Do outro lado, os contra-ataques da seleção sul-americana forneciam mais perigo e permitiam o controle do Equador no jogo.
Com poucas chances, a melhor do primeiro tempo aconteceu aos 18’, após cobrança de falta de Kendry Páez, finalizada em defesa de González. Pelo México, Gimenez tentou criar oportunidades, finalizando ou ajudando seus companheiros em jogadas de pivô, mas não conseguiu.
Com a escassez de oportunidades flagrantes no embate, a quantidade de faltas foi o destaque: 15 no total, rendendo um cartão amarelo para cada equipe. Essa estatística demonstra o quão disputada e pouco jogada foi a primeira etapa da partida.
Segundo tempo – emoção até o fim
Na volta aos gramados, o cenário da partida mudou. A seleção mexicana passou a infiltrar mais vezes a grande área adversária, enquanto o time comandado por Félix Sánchez encontrava-se majoritariamente no campo defensivo.
Aos 64’, Quiñones chutou de fora da área para boa defesa de Domínguez. No rebote, Gimenez finalizou na trave do gol adversário. O México tinha mais posse de bola, conseguia entrar na zona de defesa do oponente, mas esbarrava na forte marcação equatoriana.
Em uma das poucas escapadas do Equador no segundo tempo, Enner Valencia carregou a bola do meio campo até a grande área adversária, concluindo com um chute rasteiro ao lado do gol defendido por González, aos 80’.
Necessitando do gol, Jaime fez diversas alterações no final da partida, colocando atacantes e mandando todos os seus jogadores para a área adversária, forçando cruzamentos. Aos 96’, o árbitro Mário Escobar marcou pênalti para os mexicanos. Após chamada do árbitro de vídeo, o pênalti foi anulado, após constatação de entrada limpa de Félix Torres. Dois minutos depois, a partida foi terminada.
Com o resultado, o México foi eliminado da Copa América. Já o Equador se classificou para as quartas de final da competição em segundo lugar do grupo B, atrás da Venezuela.
Destaques da partida
Pancho e Félix Torres
Ambos os zagueiros foram imprescindíveis para a manutenção do empate na partida. Sem deixar espaços aos atacantes adversários e fundamentais nas bolas aéreas defensivas, os jogadores deram segurança ao goleiro Domínguez.
Moisés Caicedo
O volante do Chelsea demonstrou nessa partida o porquê ele é um dos mais promissores jogadores da seleção. Sendo fundamental nas recuperações defensivas e demonstrando técnica para sair jogando a partir da defesa, ligando ao ataque, Caicedo foi essencial ao funcionamento da proposta de jogo do Equador.
Caicedo foi nomeado o melhor jogador da partida [Reprodução/Twitter: @CopaAmerica]
Jorge Sanchez
Apesar do resultado negativo, a seleção mexicana não sofreu gols na partida. Assim, o lateral Jorge Sanchez foi essencial para tal êxito defensivo. O jogador do Porto não deu espaço para os rápidos atletas equatorianos Sarmiento e Páez, auxiliando também na criação ofensiva, subindo ao ataque.
Santiago Giménez
O atacante do Feyenoord foi um dos únicos do ataque mexicano que tentou criar oportunidades efetivas. Utilizando-se de sua alta estatura para jogadas de pivô e cabeceios, o atleta teve uma finalização na trave no segundo tempo e chamou a atenção dos zagueiros equatorianos.
O mexicano de 23 anos tem 28 jogos na seleção, com quatro gols [Reprodução/Twitter: @miseleccionmx]
Ficha técnica
Data: 30/06/2024
Horário: 21 horas (de Brasília)
Local: University of Phoenix Stadium (Glendale, Estados Unidos)
México: Julio González, Arteaga (Vega), Johan Vázquez, Montes, Jorge Sánchez, Pineda (Martínez), Luís Chavez, Luís Romo (Erick Sanchez), Quiñones (Cortizo), Giménez, Huerta (Antuna)
Equador: Alexander Domínguez, Hincapié, Pacho, Félix Torres, Preciado (Hurtado), Alan Franco, Caicedo, Kevin Rodriguez (Gruezo), Kendry Páez (Minda), Sarmiento (Mena), Enner Valencia.
Cartões amarelos: México – Montes (5’), Jorge Sánchez (50’), Luís Chávez (72’), Johan Vásquez (81’), Antuna (93’); Equador – Caicedo (42’)
Árbitro: Mário Escobar (Guatemala)
Foto de capa: [Reprodução/Twitter: @LaTri]