O Lollapalooza no Brasil é daqui a menos de um mês e, quando se fala do festival, só ouvimos falar dos headliners. São essas as bandas que poderiam sustentar um show sozinhas e, por isso, estão na line-up, principalmente, para atrair público e lotar os festivais.
O que muita gente acaba descobrindo depois, contudo, é que existe muito mais do que Muse ou Arcade Fire em um festival de música. Aquelas bandas todas listadas – em letras cada vez mais miúdas – abaixo dos headliners nas line-ups de festivais não são desprezíveis; são apenas secundárias.
É o caso de Findlay, cantora e compositora de 22 anos de Manchester, Inglaterra. Mesmo ainda novata na indústria musical, já tem dois EPs lançados e muita experiência em pequenos gigs por toda a Europa, em aberturas de shows e em diversos festivais. Festivais, esses, que ainda não incluem o Lollapalooza (infelizmente), mas que vão desde os famosos Leeds e Reading até as cenas mais underground do Reino Unido, além de já ter acompanhado o sucesso indie Jake Bugg em sua turnê no final de 2012.
Já aclamado pela revista de música mais respeitada da Europa, a New Musical Express (NME), o som de Findlay é frequentemente comparado ao de bandas como Deap Valley, The Kills e The White Stripes, graças à pegada blues com um toque de punk e de rock de garagem. Em entrevista com The 405, já revelou como suas principais influências Regina Spektor, The Velvet Underground, Amy Winehouse, The White Stripes e o punk-poet dos anos 80 John Cooper Clarke, que também deixou sua marca no álbum mais recente da banda Arctic Monkeys, AM, lançado em setembro do ano passado.
Findlay também se destaca quanto aos videoclipes de suas músicas. O clipe de Greasy Love, canção homônima ao último EP da compositora, conta com efeitos simples, direção e visão artística que superam obstáculos de falta de infraestrutura e verba que bandas independentes geralmente enfrentam. Findlay consegue usar todos os recursos a seu favor para executar um trabalho criativo e diferente do que se vê por aí.
As bandas secundárias em festivais de música são como os lado B de discos: podem servir só para fazer volume mas também podem ser aquilo que foi reservado só para quem se deu o trabalho de ir mais a fundo.
Por Camilla Cossermelli
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