
Entre os anos 1970 e 80, houve uma explosão de lançamentos dos filmes de ficção científica e fantasia, como Star Wars (1977) e ET- O Extraterrestre (E.T.: The Extra-Terrestrial,1982). O Brasil não ficou de fora dessa onda e também teve uma produção do gênero, contando como estrela principal, nada mais que o conhecido Fofão (interpretado por Orival Pessini). Fofão e a Nave sem Rumo (1989) se apoia no enredo mirabolante de uma aventura espacial, utilizando-se de lutas com ninjas, vilã ambiciosa pelo controle de uma região espacial, clones do próprio Fofão e várias referências de filmes espaciais daquela época.
O filme foi dirigido por Adriano Stuart, que dirigiu filmes da franquia dos Trapalhões entre 1978 até 1982, e séries de TV como a TV Fofão até 1999. No site da Cinemateca Brasileira, o filme se encontra em categorias infantis e de ufologia.

A trama se inicia com um grupo de amigos em um lugar que aparenta ser o Parque Estadual de Vila Velha (Ponta Grossa, PR). O grupo é formado pelos terráqueos Patrícia e Bruno (treinando vestido como um ninja sob as pedras) e pelo alienígena Fofão, que está empinando pipa, mas acaba perdendo-a. Após receber uma suposta mensagem de seu pai, escrita em sua pipa perdida e transmitida pela televisão, no melhor estilo Stranger Things de ligar um aparelho eletrônico, o grupo precisa ir ao espaço para evitar a colisão de uma nave desgovernada e salvar a Fofolândia, seu planeta natal. Além do grupo, há também o Fofolo (amigo de Fofão que é semelhante à um mini Chewbacca de Star Wars, porém, é vermelho). Juntos eles partem de elevador para o espaço e chegam à nave. Lá, Fofão descobre que tudo fora uma armadilha para atraí-lo até ela, pois em seu nariz há coordenadas implantadas para uma região rica no espaço que são de interesses econômicos de uma vilã, com aparência semelhante à Marina and the Diamonds no início da carreira. A partir disso, o grupo precisa impedir os vilões de concretizar seu plano e impedir a nave de colisão com um asteróide.
Apesar desse enredo mirabolante e cheio de referências, as falas entre os personagens são bem rígidas e com poucas articulações, problemas agravados pelas cenas e enquadramentos mal finalizados, além do uso excessivo e sem cuidado dos efeitos especiais. Os combates e a caracterização dos personagens são um dos pontos mais bizarros do filme, com todos os vilões usando capas, as crianças com trajes espaciais confeccionados em uma nuvem de fumaça e a forma de criação dos alienígenas figurantes em geral.
Por Beatriz Cristina
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