por Isabelle Almeida
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A premissa é simples: intrigas adolescentes, um assassino serial killer chamado de Cinderhella, um urso empalhado (que é na verdade uma máquina do tempo), um iminente apocalipse e quatro alunos presos na detenção no mesmo dia do baile de formatura.

Riley Jones é a típica loser norte-americana que detesta a vida e as pessoas. As coisas se complicam após uma menina de sua escola ser assassinada e pouco tempo depois Riley também ser atacada pelo mesmo serial killer bizarro. E claro que no meio de tudo isso existe um romance tipicamente adolescente, já que ela é apaixonada por seu amigo Clapton, mas ele está namorando a patricinha meio burra, Ione.

Ok, não tão simples assim… Pânico na Escola (Detention, 2011, EUA) é um filme maluco de várias formas diferentes. Primeiro porque é uma mistura de gêneros cinematográficos como terror e comédia (imaginem algo como o Clube dos Cinco misturado com Todo Mundo em Pânico – o que pelo menos na minha cabeça é uma comparação cabível), e tem um ritmo muito acelerado, daquele tipo de filme que só de piscar você já perdeu uma fala importante, sabe? (também atrapalha assistir o filme em inglês e sem legenda, como eu fiz e não recomendo).

Temos também um monte de citações que fazem referencia à cultura pop dos anos 90 e uma trilha sonora que mistura desde When I Grown Up das Pussycat Dolls até o clássico Doll Parts do Hole.

Outro ponto positivo do filme é o elenco, em especial Josh Hutcherson (o mesmo de Jogos Vorazes e ABC do amor) que faz o garoto descolado pela qual a protagonista é apaixonada, e Aaron David Johnson, o esquisitão que quer transar com Riley a qualquer custo. Merece uma menção honrosa o canadense revoltado que é contra os vegetarianos e defende o consumo de animais bebês. Ele infelizmente aparece pouco, mas é uma das participações mais hilárias do filme.

O roteiro em si não faz nenhum sentido, o que algumas vezes é legal, e em outras pode ser muito irritante. Porque têm certas coisas que nem em um filme nonsense dá pra engolir (alguém me explica qual a necessidade do garoto mãos-de-tv-que-vomita-ácido?) e alguns personagens que são completamente supérfluos para o desenvolvimento da trama.

No geral, esse é o tipo de filme “amo ou odeio”, pois é politicamente incorreto, nonsense e muito exagerado a ponto de se utilizar dos clichés até a exaustão. Por outro lado, é um dos longas mais ousados que eu vi em um bom tempo. E com algumas cenas realmente bem feitas que fogem completamente do padrão de narração hollywoodiano, como por exemplo, a cena de abertura com a menina falando diretamente para a câmera.

No final do filme, alguns pontos terminam mal resolvidos, mas nada que um pouco de boa vontade (da sua parte, em procurar não questionar demais um filme que simplesmente não se leva a sério) não resolva. O grande segredo aqui, é assistir com a mente aberta, sem preconceitos e sem grandes expectativas, pois a sessão irá lhe render alguns bons momentos e é provavelmente um filme bem diferente de tudo que você já viu.