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Fortal Cuscuz: uma homenagem à culinária nordestina

A Jornalismo Júnior visitou o restaurante Fortal Cuscuz, espaço intimista que une o amor pela cultura nordestina a receitas de família e uma ótima comida

O cuscuz é um prato polêmico. De norte a sul, ele foi reinventado pelos brasileiros para acompanhar qualquer refeição: o cafézinho de manhã, o almoço, o lanche da tarde, e até mesmo a ceia antes de dormir. Algumas versões são mais leves, como a nordestina, que é feita basicamente de farinha de milho e água. Outras são mais elaboradas, como é o caso do cuscuz paulista, que leva milho, ervilha, ovo cozido, sardinha e o que mais estiver na geladeira. Alguns amam, outros odeiam; mas a verdade é que o prato é um ícone da culinária brasileira.

Foi pensando nesse amor pelo cuscuz, e também pela cultura nordestina, que surgiu o Fortal Cuscuz, um restaurante especializado no prato. Localizado em novo endereço na região do Cambuci, em São Paulo, o restaurante atrai um público variado — desde nordestinos e paulistanos até pessoas de fora da cidade. 

Os pratos são bem variados: trazem versões mais leves, ideais para um brunch ou lanche da tarde, e também opções mais incrementadas, que acompanham carne, ovo e farofa. Lá, é possível também montar o cuscuz de acordo com seu próprio gosto, o que demonstra um dos valores do restaurante: a participação do cliente.

O Ambiente

O restaurante é facilmente o lugar mais alegre da rua: numa via tranquila e arborizada, sua fachada pintada de amarelo e verde tem uma grande janela aberta para a rua. Em seu interior, a música típica nordestina combina perfeitamente com um cheirinho de manteiga delicioso que embala os clientes mesmo antes de entrarem no estabelecimento — e que faz toda a diferença. Para completar, quadrinhos, pequenos cactos e pinturas nas paredes também remetem ao nordeste. O ambiente é pequeno e aconchegante, com carinha de restaurante familiar, e estimula o cliente a relaxar e se sentir em casa. 

A temática nordestina oferece uma experiência com o cuscuz que vai além da refeição e traz uma boa memória afetiva para aqueles que estão longe de casa. O espaço pequeno e acolhedor do restaurante aproxima clientes e funcionários, que estão abertos para ouvir suas críticas e opiniões. Priscila Sousa, sócia junto com a sua mãe, revela que grande parte dos pratos foram montados de acordo com sugestões do público. 

Logo na entrada há uma escada, o que dificulta a acessibilidade. A decoração segue a temática nordestina, com pinturas originais feitas em várias paredes brancas do local. Outro aspecto interessante do ambiente é a presença de um espaço mais reservado com duas mesas, para aqueles que desejam ter mais privacidade. 

A Comida

  • Redenção (Vegan) (R$ 25)

A apresentação de todos os pratos é muito bonita. A cebolinha no shimeji e a pimenta no topo do cuscuz foram o toque final. 

Único prato vegano do cardápio, Redenção (Vegan) é uma mistura de sabores inesperados que dá certo: cuscuz e shimeji. O cuscuz tradicional é recheado com requeijão vegano feito com castanha de caju, que se assemelha muito ao requeijão tradicional feito à base de queijo. O shimeji é muito bem temperado e um bom complemento ao cuscuz. Poderia haver mais requeijão dentro do cuscuz para deixar o prato mais úmido, mas, nessa questão, os cogumelos oferecem a suavidade necessária. 

Considerando o preço, é uma refeição que compensa. O cuscuz e o acompanhamento dos cogumelos satisfazem facilmente uma única pessoa. Se você for alguém que não come muito, também conseguiria dividi-lo entre duas pessoas.

  • Fortal (R$10)

No cardápio, também há a opção do Fortal, um cuscuz tradicional finalizado com leite e manteiga, que, por ser apenas um cuscuz simples, sem incrementos extras, pode servir como base para montar seu próprio prato a partir dos ingredientes adicionais — entre eles: carne seca, calabresa, queijo coalho e banana da terra. Essa opção é interessante principalmente para pessoas vegetarianas ou veganas. Os funcionários se mostraram bem atenciosos e flexíveis, então, caso você queria fazer alguma alteração no pedido do cardápio, tudo pode ser conversado.

  • Quixadá (R$ 21)

O prato consiste no cuscuz tradicional, recheado com frango, milho e catupiry, e finalizado com ervas finas. Quixadá tem uma linda apresentação, acompanhado de tomates cereja e cebolinha. De início, parece uma refeição leve e de sabor suave, mas satisfaz bastante. O cuscuz, por ser um pouco mais seco, vai muito bem com o catupiry, e também com a manteiga de garrafa oferecida pelo restaurante, atingindo o balanceamento ideal. Um ponto interessante para os apreciadores de pimenta é o molho (bem picante) artesanal da casa, feito pela família que toca o restaurante.

  • Pudim de Cuscuz (R$ 12)

A Jornalismo Júnior provou o Pudim de Cuscuz, que não está presente no cardápio por ser um prato novo. O local também serve outros sabores de pudim, todos pelo mesmo preço. Apesar do nome, o pudim não possui gosto semelhante ao de cuscuz, já que sua massa não leva o ingrediente principal usado para fazer o prato, os flocos de milho. Na verdade, a sobremesa é um pudim de leite condensado normal. O único detalhe que contém alguma semelhança é a massa do cuscuz misturada com coco ralado e servida no topo do pudim junto com a calda, mas que quase não tem impacto sobre o sabor. Assim, a sobremesa não se qualifica como um pudim de cuscuz, mas sim como um pudim normal. O pedido serve apenas uma pessoa devido ao seu tamanho.

O pudim deixa um pouco a desejar na questão da semelhança com um cuscuz  [Imagem: Arquivo Pessoal/Thaís Helena Moraes]

  • Cartola (R$ 18)

Se você é um amante de doces, o ponto alto da experiência será, sem dúvidas, esta sobremesa. Cartola é um prato típico de Pernambuco, composto de bananas fritas e queijo coalho fresco, cobertos com melado e canela. Mesmo com a calda doce, a sobremesa não é enjoativa. Pouco comum no Sudeste, ela é um abraço quentinho nos dias frios e serve até duas pessoas.

  • Tapioca de beijinho (R$13), Paraipaba (R$17) e Icapuí (R$20)

Para dias mais quentes, outra sobremesa famosa no Fortal é a Tapioca de Beijinho, que é recheada com coco e leite condensado. Além dela, o restaurante possui outros sabores de tapiocas doces e salgadas.

Caso queira se aventurar por novos sabores, o restaurante também apresenta dois cuscuz doces: Paraipaba, feito com coco ralado fresco e coberto por leite de  coco, e Icapuí , que é uma massa de cuscuz com coco ralado fresco coberto por Nutella e coco.

  • Cajuína (R$ 10), Guaraná Jesus (R$ 6) e cafés (R$6)

Quanto às bebidas, os preços são razoáveis. A garrafa de Cajuína tem quase 500 ml e oferece um sabor doce e refrescante de caju. Uma das bebidas mais famosas do nordeste não poderia faltar em um restaurante com a proposta e temática do Fortal Cuscuz: o Guaraná Jesus é um ótimo acompanhamento para os pratos principais.

O local também apresenta cafés com diferentes aromas: amêndoas torradas, creme bruleè, baunilha e nozes e trufas de chocolate.

 A História 

Priscila conta que o negócio familiar começou a se desenvolver durante a pandemia. No entanto, abrir um restaurante especializado em cuscuz não estava nos planos. Ela e sua mãe Maria de Lourdes Souza, proprietária do restaurante, pensavam em desenvolver uma cafeteria. 

No início, o estabelecimento se localizava na rua de baixo do endereço atual, e era especializado em café. Segundo Priscila, a antiga  proprietária do primeiro lugar em que o restaurante começou já vendia cuscuz e elas decidiram manter essa ideia. O que não esperavam é que o cuscuz fosse ganhar mais fama do que a atração principal. Com isso, o Fortal Café ganhou um novo nome: Fortal Cuscuz, em referência à capital Fortaleza. Inspirados no estado do Ceará, onde Lourdes nasceu, os pratos da casa receberam nomes de cidades do estado. Por coincidência, o carro-chefe do estabelecimento se tornou o prato Bela Cruz, que é a cidade em que a proprietária nasceu. Conforme sugestões de clientes, as opções atuais foram nascendo e se adaptando. 

À medida em que o restaurante foi crescendo, o espaço não era mais suficiente para atender à demanda. E foi assim que o Fortal Cuscuz chegou à forma como está atualmente. 

Apesar da mudança de foco, o bom e velho cafezinho se manteve no cardápio.  O café é coado na hora em que é servido em um mini coador. [Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal/ Thaís Helena Moraes]

Informações úteis

O novo endereço do restaurante fica na Rua Senador Carlos Teixeira de Carvalho, 77, no Cambuci. O acesso é mais fácil por carro; de metrô, é possível ir até a estação Vergueiro ou Paraíso (ambas da linha 1-Azul), e de lá seguir um trecho a pé, ou usar aplicativos de carona. O restaurante tem preços entre R$ 10 e R$ 35, pelos quais é possível comer bem e desfrutar de um ambiente acolhedor com amigos e família. O Fortal Cuscuz, que também trabalha com entregas, fica aberto de segunda a sábado, nos seguintes horários:

Segunda a quarta: 11h às 19h

Quinta e sexta: 11h às 21h

Sábado: 11h às 18h

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