Começaram as oitavas de final da Copa do Mundo do Catar! Holanda e Estados Unidos protagonizaram o primeiro mata-mata da competição, no Estádio Internacional Khalifa. Líder do Grupo A, a Laranja Mecânica bateu os norte-americanos, vice-líderes do Grupo B, por 3 a 1.

O caminho até as oitavas

A seleção holandesa foi sorteada para um grupo em que era favorita à classificação em primeiro lugar. No jogo de estreia, venceu os senegaleses por 2 a 0, com um gol de Gakpo e outro de Klaassen, ambos no final do segundo tempo. Na segunda partida, empatou com o Equador — cada equipe fez um gol. No último jogo da fase de grupos, derrotou o dono da casa, Catar, que já estava desclassificado por ter perdido os dois confrontos anteriores, por 2 a 0.

Os Estados Unidos, por outro lado, estavam em um grupo em que a segunda posição estava disputada — a Inglaterra era cotada para liderar, enquanto Irã e País de Gales pareciam estar no mesmo patamar dos estadunidenses. A primeira partida, contra a seleção galesa, apresentou um futebol inconsistente dos dois lados e terminou empatada por 1 a 1. O segundo jogo, com os favoritos do grupo, também terminou empatado — desta vez, sem gols. No confronto que definiu a classificação, os norte-americanos venceram os iranianos com um gol de Pulisic, camisa 10 da equipe, aos 38’ do primeiro tempo.

Primeiro tempo: paciência e estratégia

Após o apito inicial, os primeiros minutos da partida entre EUA e Holanda foram dominados pelos americanos. Com maior porcentagem de posse de bola, realizaram ataques com muito mais frequência, mas sem realmente aproveitar as oportunidades e converter suas chances em gols. Nas poucas vezes em que efetivamente chutaram a gol, foram parados por Noppert, goleiro holandês.

A Laranja Mecânica, por sua vez, iniciou com mais calma — e com uma estratégia bem clara. Investindo em passes no campo de defesa, os holandeses incentivaram os adversários a avançar para além do meio do campo e aproveitaram os espaços criados para realizar contra-ataques rápidos. Foi assim que, aos 10’, a Holanda balançou as redes pela primeira vez na partida. A troca de passes iniciada lá atrás terminou nos pés de Dumfries que, do lado direito do gol, cruzou a bola no meio da área para Depay marcar. 1 a 0!

O primeiro tempo continuou sem mais grandes lances: os norte-americanos permaneceram no ataque sem finalização, ao passo que a Holanda defendia-se e buscava contra-ataques. Foi somente no único minuto de acréscimo dado que os europeus puderam novamente pontuar. Em uma jogada parecida com a do primeiro gol, Dumfries cobrou um lateral próximo à grande área, tabelou com os companheiros até cruzar a bola mais uma vez, agora para Blind, que estava na cara do gol. A defesa dos EUA praticamente parou para assistir ao lance dos adversários: 2 a 0 para os holandeses. O cronômetro foi paralisado, e os estadunidenses não conseguiram sequer tentar uma recuperação na primeira metade da partida.

Segundo tempo: expectativas frustradas

O jogo retornou com alterações nos dois lados. Louis van Gaal tirou De Roon e Klaassen para a entrada de Bergwijn e Koopmeiners, respectivamente. Na equipe americana, Berhalter trocou Ferreira por Reyna. Mas as mudanças não deixaram o início do segundo tempo diferente do que foi o primeiro, com os Estados Unidos predominantes no ataque.

Aos 49’, os estadunidenses quase diminuíram a vantagem holandesa. Ream chutou para o gol depois de uma cobrança de Pulisic, mas Gakpo apareceu e tirou a bola em cima da linha. 

O tempo correu com mais tentativas dos dois lados. Um chute de fora da área de Memphis aos 62’ obrigou o goleiro Turner a se esticar para evitar o terceiro gol holandês. Aos 71’, o defensor estadunidense foi acionado de novo e evitou mais um chute e um rebote. Já aos 75’, um passe errado de Memphis deixou Wright cara a cara com Noppert, mas o jogador — que havia entrado oito minutos antes, em uma tentativa de Berhalter de deixar o time mais ofensivo — preferiu chutar pela direita. Dumfries mandou a bola para o escanteio.

Esse escanteio, no entanto, originou a jogada que deu ao torcedor dos Estados Unidos um pouco de esperança. Aos 76’, Pulisic mandou a bola na marca do pênalti. A defesa holandesa até cabeceou para fora da área, mas a posse voltou para o time americano. O camisa 10 cruzou, a bola esbarrou no pé de Wright e encobriu o goleiro. 2 a 1 para a Laranja Mecânica.

O gol estadunidense não intimidou a Holanda, que continuou tentando manter a maior vantagem possível sobre a equipe adversária. No minuto seguinte, quase marcou o terceiro gol, mas que veio só aos 81’. Foi o momento de o homem da partida, Dumfries, fazer o seu: sem qualquer marcação, recebeu assistência de Blind e mandou a bola à direita do goleiro. 3 a 1. Os torcedores norte-americanos viram o esperançoso sonho da classificação morrer mais uma vez.

Próximas partidasEnquanto a seleção dos Estados Unidos retorna para o seu país, a Holanda enfrenta a Argentina de Lionel Messi, que venceu a Austrália nesta tarde, na sexta-feira (9), às 16h (horário de Brasília). O último encontro entre as duas seleções em Copas aconteceu em 2014, nas semis, com os hermanos se sobressaindo na disputa de pênaltis. Caso avancem, os holandeses disputarão as semifinais, com chances de encararem o Brasil.