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Linguagem universal dos bonecos: Teatro de animação é homenageado n’A Praça dos Bonecos

Se da boca podem sair histórias, das mãos também podem. E são as mãos do ator que fazem com que o boneco ganhe vida e nos conte a sua.  A fim de mostrar o quão próximo o teatro de animação pode falar com o espectador, o festival A Praça dos Bonecos, que acontece até 8 …

Linguagem universal dos bonecos: Teatro de animação é homenageado n’A Praça dos Bonecos Leia mais »

O Circo dos Objetos. Foto Su Stathopoulos
O Circo dos Objetos. Foto Su Stathopoulos

Se da boca podem sair histórias, das mãos também podem. E são as mãos do ator que fazem com que o boneco ganhe vida e nos conte a sua.  A fim de mostrar o quão próximo o teatro de animação pode falar com o espectador, o festival A Praça dos Bonecos, que acontece até 8 de dezembro, leva neste ano doze espetáculos e onze companhias ao Itaim Paulista, zona leste de São Paulo. Criado pelo Grupo Sobrevento, o festival chega à sua sexta edição com uma programação variada para mostrar ao público as várias possibilidades do teatro de bonecos, que não se resume apenas a fantoches ou marionetes.

Todos os domingos, palco e cadeiras estarão prontos para receber os objetos que como mágica ganham vida quando a peça se inicia. As possibilidades que o teatro de bonecos proporciona vão muito além do texto aliado à manipulação. “O espetáculo é bem sucedido quando ele descobre a forma certa de se relacionar com o boneco. Ele fica aquém do que pode ser quando fecha possibilidades. Tendem a achar que não se pode aparecer o ator ou que o figurino é sempre preto. Quando as outras opções se justificam na cena é que acontece a magia”, diz Sandra Vargas, uma das fundadoras do Sobrevento. O grupo trabalha atualmente com o Projeto Fragilidade, cue foi contemplado pela Lei Municipal de Fomento ao Teatro. Inserido nessa temática, o festival conversa de modo intrínseco com o ambiente e com a comunidade local. “O bonito de fazer o teatro de bonecos na praça é que vamos para lugares muito hostis. É grande a dificuldade de se achar uma praça. Ele [o festival] conversa com esse tema da fragilidade porque a gente acaba fazendo com que as famílias voltem para a praça como um lugar de encontro”, acrescenta Sandra.

Sidney Bomfim, do Grupo DaCuia enfatiza a abrangência do teatro de animação, comumente associado somente a crianças. “O teatro de bonecos é para pessoas. A importância dele é quase indizível. O boneco tem um poder de grande de comunicação tanto com crianças, com jovens, com idosos. Ele consegue agregar as pessoas”, diz Bomfim. O espetáculo vindo de Americana, O Pastelão e a Torta (amanhã, dia 13, às 15h), adapta para o cotidiano urbano um texto medieval que fala sobre malandragem e o “levar vantagem” dos homens sobre outros.

Apresentam-se ainda companhias como Mamulengo da Folia (Guararema), Cia. Polichinelo (Araraquara), Cia. Mevitevendo (São Paulo), Inventor de Sonhos (Campinas) e outras de mais quatro cidades do estado de São Paulo. A Cia. Mariza Basso, de Bauru, apresenta, no dia 20, O Circo dos Objetos, que faz uso de objetos cotidianos para trazer um espetáculo em homenagem aos números circenses. O fato de utilizarem tijelas e esfregões para criar os bonecos estimula a criatividade e reforça o amplo diálogo que o teatro de animação pode promover. “É um universo muito mágico e lúdico no qual podemos desenvolver não só o lado manual, como o plástico e o intelectual. A relação do manipulador com o boneco é muito íntima. Ele descobre como se entristece, como se alegra, como nasce e como morre. É uma relação que cativa muito”, completa Mariza Basso.

O Pastelão e a Torta. Divulgação
O Pastelão e a Torta. Divulgação

Cidade Frágil

São Paulo, apesar de sua grande variedade cultural e inúmeras opções de teatro, cinema, exposições e afins, apresenta um quadro de centralização artística. Não só a arte em si ainda se encontra majoritariamente no centro da cidade e na região da avenida Paulista, como também o público muitas vezes se concentra nestas áreas. Assim, os locais mais afastados que recebem eventos culturais acabam sendo pouco divulgados, o que traz pouco público. O festival A Praça dos Bonecos, que acontece no extremo leste da capital paulista, age como ponte entre a arte e a periferia da cidade, de forma a incentivar um contato maior com a população local, criar o hábito de frequentar espaços culturais e passar assim a procurar por isso. “É muito fácil você ter uma praça cheia em um domingo e ir embora. Com a continuidade é que a pessoa vai criando referências. Não adianta falar em teatro de grupo e linguagem se você não mostra isso pra essas pessoas”, diz Sandra. Junto dos espetáculos é distribuído um jornal para complementar a informação do público. “Fazemos questão de apresentar uma série de textos sobre o direito à cultura, sobre descentralização e diversidade do teatro de bonecos. Estamos levando o melhor da melhor forma”, completa.

O festival A Praça dos Bonecos acontece até 8 de dezembro, todos os domingos, às 15h (haverá sessão especial neste dia das crianças, 12, às 15h), no Parque Santa Amélia (r. Timóteo Correia de Góes, 30, Itaim Paulista). Grátis. Mais informações em https://www.facebook.com/events/209323825909262/?fref=ts ou www.facebook.com/grupo.sobrevento  

Por Sofia Calabria
sofiacalabria@gmail.com

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