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Medicina holística: tratamento muito além do físico

Por Nairim Liz Bernardo (nairimlizbernardo@gmail.com) Em um mundo tão corrido e estressante como o em que vivemos, é normal e esperado que problemas físicos e mentais acometam as pessoas. No Brasil, a automedicação e prescrição indiscriminada de remédios é uma prática bastante difundida. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 50% de …

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Por Nairim Liz Bernardo (nairimlizbernardo@gmail.com)

Em um mundo tão corrido e estressante como o em que vivemos, é normal e esperado que problemas físicos e mentais acometam as pessoas. No Brasil, a automedicação e prescrição indiscriminada de remédios é uma prática bastante difundida. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou são vendidos de forma inadequada. Nesse cenário, a medicina holística, com suas diversas técnicas alternativas, pode ser vista como uma solução para diversos problemas. O holismo vem do grego holos, que significa todo, inteiro, total.

Um dos diferenciais da medicina holística, quando comparada com a tradicional, é o fato de ela ver a pessoa como um todo. O princípio é o seguinte: os seres humanos são analisados sob quatro aspectos: energético, emocional, mental e físico (que pode ser dividido em físico 1 e físico 2). Todos os problemas atingem primeiro o nível energético e, depois, progressivamente chegam aos outros. Por exemplo: a exposição ao trânsito caótico das grandes cidades começa por nos causar mal-estar (energético), depois desencadeia tristeza, raiva, desespero (emocional), estresse (mental) e, enfim, as conhecidas dores de cabeça e nas costas (físico).

O importante é aprender a manter a calma em situações da vida real (Foto: Wikimedia Commons)

Assim como o trânsito, tudo o que acontece ao nosso redor nos atinge, tudo é energia. E é isso o que a holística faz: analisa não a pessoa como ser isolado, mas todo o ambiente que a circunda. Ela não é uma especialidade médica, mas sim uma abordagem diferente. Além disso, esse tipo de medicina não se restringe às técnicas, mas compreende todo um pensar, uma filosofia que busca estabelecer o equilíbrio do ser humano com ele mesmo e com o meio ambiente.

Segundo a terapeuta holística Simone Kobayashi, os cursos de formação no Brasil são muito poucos, o que dificulta a difusão dos tratamentos alternativos. Em países orientais, o que nós consideramos alternativo já é comum há muito tempo, mas foi só nas últimas décadas do século 20 que uma mudança no comportamento fez com que o mundo oriental passasse a procurar métodos menos agressivos e invasivos do que os praticados pela alopatia. A humanidade está se abrindo para o novo, e com isso, a preocupação em manter a saúde ganha nas técnicas mais suaves e com menos efeitos colaterais uma forte aliada. O que antes era visto como curandeirismo está ganhando espaço quando o assunto é vida saudável.

No consultório de Simone a maioria dos pacientes são mulheres, cerca de 60%. As pessoas chegam até lá bastante estressadas, geralmente em meio a uma crise, e por indicação de amigos ou por causa dos artigos que ela escreve em um site dedicado ao autoconhecimento e o bem-viver. Entre seus pacientes está um número muito grande de publicitários (os mais estressados), gerentes e outros funcionários em cargos de liderança.

As técnicas

Muitas são as técnicas de medicina alternativa. Algumas bastante conhecidas e reconhecidas, outras bem mais exóticas e desprezadas, até mesmo pelos especialistas em holística. Conheça algumas:

 Acupuntura

Técnica alternativa mais famosa no ocidente, a acupuntura consiste na aplicação de pequenas agulhas em pontos específicos do corpo. Esses pontos são minicentros energéticos, que afetam diversos órgãos. Através deles, pode-se manipular a energia do corpo, curando ou prevenindo doenças.

E pra quem tem medo de agulha, há a acupressão, ou do-in, espécie de massagem que estimula esses centros de energia.

  Pedras e cristais

Pedras e cristais sobre um dos Chakras (Foto: Simone Kobayashi)

Esse tipo de terapia é indicada para a harmonia e equilíbrio energético de quem a pratica.

O ideal é colocar a pedra ou cristal sobre o Chakra em desequilíbrio. Além disso, procura-se entender os motivos que levaram a esse desequilíbrio e promover uma maior compreensão de nossa própria essência. Uma dica é sempre ter o objeto por perto, em casa, no escritório, e até mesmo na forma de um acessório.

Cada pedra e cristal tem sua indicação. A ametista, por exemplo, está relacionada ao alívio de tensões mentais, como a ansiedade. Seu uso também é indicado para coibir o egocentrismo.

 Aromoterapia

A arometerapia é feita através da inalação, queima ou contato direto de óleos essenciais pelo corpo. De origem 100% natural, eles são extraídos de plantas, flores, frutos, resinas, cascas ou goma. Amenizam sintomas de algumas doenças e aumentam o bem- estar.

A aromoterapia para o bem-estar e amenização de doenças (Foto: Getty Images)

Vale lembrar que essência não e o mesmo que óleo essencial. A essência sintética só perfuma o ambiente, e por ser um produto artificial pode provocar reações contrárias quando usada por muito tempo.

 Cromoterapia

Baseada na crença de que as cores podem equilibrar e fortalecer o nosso corpo, mente e emoções. O tratamento se dá através da escolha das roupas, alimentação, relação com o ambiente e visualização das cores para fins terapêuticos.

Azul, por exemplo, é conhecida como a cor da calma, tranquilidade e fé.

 Reiki

Terapia na qual a energia do Universo pode ser transmitida para o paciente através da imposição de mãos. Além da cura física, o Reiki possui princípios, ou uma filosofia, que pretende alcançar a  conscientização e evolução espiritual.

Reike, técnica baseada na captação e transmissão de energia através das mãos (Foto: Getty Images)

 Urinoterapia

Na urinoterapia o praticante bebe ou passa o próprio xixi no corpo com o objetivo de prevenir ou curar doenças.

 Auto-hemoterapia

É um recurso em que o sangue do paciente é retirado da veia e colocado no músculo. O objetivo é melhorar a saúde física.

Funciona mesmo?

Segundo a terapeuta Simonhe Kobayashi, a escolha da melhor técnica para cada paciente depende de um análise prévia. Outra opção é combinar várias técnicas para potencializar os efeitos e alcançar os objetivos desejados. As sessões duram uma hora, e a frequência e duração do tratamento variam de acordo com o paciente. O importante é habilitar a pessoa para que ela consiga se manter bem mesmo depois do fim das visitas ao consultório.

A ciência tradicional não encontrou evidências científicas em nenhuma técnica, mas admite que elas podem melhorar o bem- estar, o que é altamente benéfico para a saúde. E  há ainda os que recomendem a associação de técnicas alternativas com a medicina tradicional.

A estudante Tadzia Schanoski é adepta da medicina antroposófica desde criança. Esse tipo de tratamento trabalha com medicamentos semelhantes à homeopatia, mas levam minerais e buscam o equilíbrio de todo o corpo e emocional. Ela estudava em uma escola antroposófica, a Waldorf, que possui uma metodologia também alternativa e possui diversas áreas de pesquisa e atuação, uma delas sendo a medicina . Tadzia garante: funciona sim! “Já tratei uma serie de coisas, das mais variadas. Depressão, pedras na vesícula, dor de garganta, psicologia, todo o acompanhamento da minha infância. Enfim… Tudo!” Quando era criança ela fazia por uma opção da mãe, e depois que cresceu foi por acreditar que era algo mais completo, que fazia sentido para ela. “Me via como uma pessoa, de forma sistêmica e holística, não como um estômago com dor.”

Fato é que a medicina holística e alternativa tem milhares de adeptos espalhados pelo mundo. Alguns preferem as técnicas mais “normais”, outros as exóticas. Por mais que a ciência não garanta a eficácia delas, o importante é que cada um faça aquilo com o que se identifique e se sinta à vontade (tomando os devidos cuidados, é claro). Agora, se você é daquelas pessoas que dificilmente se abre para o novo e alternativo, e não dispensa um remedinho, o jeito é ir de medicina tradicional mesmo.

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