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O drama de grandes catástrofes

Para completar o segundo dia de palestras da 6ª Semana de Fotojornalismo, os fotojornalistas Alan Marques e Filipe Araújo trouxeram para o público suas experiências em cobertura de grandes catástrofes, situações que registram bem o caos da profissão. Araújo, fotojornalista do Estadão, contou sobre sua cobertura das enchentes que inundaram diversas cidades de Santa Catarina …

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Para completar o segundo dia de palestras da 6ª Semana de Fotojornalismo, os fotojornalistas Alan Marques e Filipe Araújo trouxeram para o público suas experiências em cobertura de grandes catástrofes, situações que registram bem o caos da profissão.

Araújo, fotojornalista do Estadão, contou sobre sua cobertura das enchentes que inundaram diversas cidades de Santa Catarina em 2008. Ele relatou a situação grave de diversas famílias e contou alguns casos dramáticos de pessoas que perderam tudo. “Quando a gente perde um celular já entra em desespero, imagina perder tudo o que voce conquistou na vida, sua casa, familia, amigos”, disse.

Em suas viagens, ele acabou se envolvendo nos resgates e fez amizade com os soldados, o que foi uma grande experiência de vida. Mas ressaltou que, como fotojornalista, é importante manter a calma e a consciência de que aquilo é o seu trabalho. “Nunca é bom para um repórter fotográfico entrar nessa parte emocional, se não ele não trabalha mais. Eu fiz o que pude para ajudar, mas nada que pudesse interferir no meu material”, completou.

Já Alan Marques, da sucursal de Brasília da Folha de S. Paulo, relatou a cobertura da queda do voo 1907 da Gol em 2006. Alan viajou junto com a força aérea e presenciou situações fortes do resgate dos corpos das vítimas.

“Eu não pude deixar a emoção e o medo me tomarem em uma cobertura tão complicada. Em alguns momentos, você tenta banalizar a morte para poder superar o evento e tirar aquela ideia forte da cabeca”, afirmou.

Além disso, Alan contou um pouco sobre a situação no Haiti após o terremoto de 2010, sobre a qual realizou uma cobertura de 20 dias para a Folha. Além de vivenciar o drama das pessoas, sentiu o impacto de estar longe do seu país em uma situação em que correu risco de vida.

Questionado sobre até que ponto se envolveu emocionalmente, afirmou: “Estavámos ali como fotojornalistas. Não deixei de lado minha parte humana, mas deixei o resgate com os profissionais porque não sou capacitado para fazer aquilo”.

Por fim, Alan ressaltou a relevância dessas grandes coberturas tanto pessoal quanto profissionalmente. “A fotografia contribui para o crescimento humano. O fotojornalismo me ajudou a entender o mundo, a educar a minha alma a ver o mundo de uma forma mais sensível”, finalizou.

Foto: Luiza Fernandes

Por Larissa Teixeira 

laari.teixeira@gmail.com

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