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O tal filme da Julia Roberts de bruxa

É assim que provavelmente Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror no original) vai ser conhecido daqui um tempo. Afinal, Julia Roberts rouba todo o filme para si, em sua performance de Madrasta Má da Branca de Neve. Logo no começo do filme, a Rainha diz que aquela história não é da Branca de Neve (interpretada por …

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É assim que provavelmente Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror no original) vai ser conhecido daqui um tempo. Afinal, Julia Roberts rouba todo o filme para si, em sua performance de Madrasta Má da Branca de Neve. Logo no começo do filme, a Rainha diz que aquela história não é da Branca de Neve (interpretada por Lily Collins), mas sim a sua história. E mesmo a bruxa se dando mal no final ( como todos nós sabemos, afinal se você nunca assistiu ao clássico da Disney, você teve uma vida muito infeliz), o que importa ali é realmente a Rainha.

Na verdade, o próprio conto dos irmãos Grimm é sobre a Rainha. Como em todo conto de fadas, existem algumas análises psicanalíticas nas entrelinhas. Na história de Branca de Neve o que vemos retratado é o amadurecimento sexual e psicológico da criança e também a disputa entre os pais e seus filhos (em algumas versões do conto, a Rainha não é a madrasta, mas sim a própria mãe de Branca de Neve). Toda mãe ou pai, quando os filhos chegam à adolescência, começam a travar uma disputa inconsciente com o filho. Tentando ser mais atraente, mais sensual, mais bonito, mais esperto, mais viril do que a sua própria cria. E é justamente o que acontece na história, a Rainha não quer ser deixada para trás pela sua enteada, tanto nos quesitos beleza como poder, e por isso manda matá-la, e na história original ainda come os supostos pulmões e fígados da menina.

O filme segue uma onda de refilmagens de contos infantis, como o fantasioso Alice de Tim Burton, e o melodrama adolescente A Garota da Capa Vermelha. E ainda vem por aí mais uma versão de Branca de Neve, desta vez com a garota-sem-expressões Kristen Stewart no papel da heroína, e uma versão de A Bela Adormecida, com Angelina Jolie como a bruxa Malévola. Mas aqueles que esperam rever a história do clássico da Disney, estão muito enganados, o filme é bem diferente, tanto do desenho, como do conto dos irmãos Grimm.

A história se diverge logo no começo, com o surgimento do príncipe (interpretado por Armie Hammer, os gêmeos de A Rede Social), e o romance duplo que ele acaba tendo tanto com a Rainha como com Branca de Neve. E a presença dele durante toda a história gera muitas mudanças, como por exemplo, ele é quem diz que Branca de Neve continua viva e é a mais linda de todas, não mais o espelho. Inclusive, o espelho mágico recebe um mundo particular, e não é mais apenas um pedaço de vidro mágico grudado na parede. E não pense que os Sete Anões continuam sendo aqueles homenzinhos inocentes com nomes graciosos, neste novo filme, eles são sete ladrões que foram expulsos do reino e precisam se esconder na floresta.

É perceptível a vontade do filme de tentar atrair o público pré-adolescente, tanto pelo visual do filme que lembra muito o de Alice no País das Maravilhas e também o do recente Jogos Vorazes, quanto pela música eletrônica no final. Algumas risadas durante a sessão estão garantidas, pois o filme possui um humor irônico ótimo, que brinca consigo mesmo, e até com o clássico da Disney. Mas a única coisa que realmente se destaca é a Julia Roberts, ela é a grande atração do filme, que conta com uma história semi-empolgante e atuações médias. Fica-se até desejando que Branca de Neve realmente morda a maçã no final da história, para que possamos ver a Rainha reinar absoluta novamente.

Por Rafael Aloi

rafael.ca.paschoal@gmail.com

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