Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

45ª Mostra Internacional de SP | ‘Os anos 20’

Vencedor do prêmio de melhor direção de fotografia no Festival de Tribeca, o filme de Elisabeth Vogler é mais um a abordar a beleza de Paris, e único em destacar os parisienses

O filme Os anos 20 (Années 20, 2021), acompanha uma tarde de vários personagens que voltam a percorrer as ruas de Paris durante o contexto pandêmico. A obra destaca as transformações sociais causadas pelo isolamento e pela quarentena na capital francesa, por meio do novo cotidiano das pessoas.

O que desperta a atenção inicial é a multiplicidade de personas, o longa Os anos 20  conta com 24 atores, que aparecem aos pares dialogando. Os que estão em cena são os protagonistas do momento, enquanto os outros somem da trama.

A pluralidade de personagens, de um lado, é extremamente positiva, pois traz um contato com muitas culturas, temas e estilos de vida diferentes e comuns da cidade. Do outro, tal dimensão torna inviável o desenvolvimento das personas com o pouco tempo de filme, assim alguns possuem o risco de parecer desinteressantes ao público.

Cena em um bairro da periferia de Paris. [imagem: Divulgação / 21juin Cinema]
Cena em um bairro da periferia de Paris. [imagem: Divulgação / 21juin Cinema]
A representação de Paris é o ponto máximo de Os anos 20. As escolhas visuais, com uma fotografia e iluminação natural, dão uma imersão total à Cidade Luz. Nesse sentido, o espectador cria laços com a localidade mesmo sem ter nenhuma experiência prévia. O tempo da ficção acompanha o tempo real, ver o filme significa viajar e passar uma tarde por lá.

Tudo isso só é possível porque a seleção dos cenários parisiense também é certeira, os ambientes escolhidos apresentam muitas das suas mazelas: bairros de diferentes classes econômicas, transporte público, o rio Sena e um dos mais famosos ambientes da cidade, a praça da República. 

A narrativa histórica da capital francesa ainda se faz presente na trama de Os anos 20 , Paris é historicamente um símbolo de liberdade e do caos. Dado o contexto da obra, Os anos 20 aproveita bem essa concepção para trazer reflexões dos efeitos do isolamento aos moradores.

Cena no rio Sena. [imagem: Divulgação / 21juin Cinema]
Cena no rio Sena. [imagem: Divulgação / 21juin Cinema]
Na retomada das relações concretas, tanto a liberdade como o caos estão pressupostos nos diálogos entre os personagens. Existe sempre a liberdade de se falar de questionamentos de problemáticas da sociedade e na abordagem de temas tabus, ao mesmo tempo que as angústias das imperfeições da vida e toda efemeridade por trás da existência também estão presentes.

Ambos são responsáveis por criar uma relação intimista com certos personagens, que  diante das falas complexas e ricas, conseguem enunciar ao público aprendizados e boas reflexões sobre a vida.

No entanto, a complexidade nos diálogos também cria outro ponto negativo: há um distanciamento do falar popular. Ao priorizar um roteiro com muitos temas reflexivos, as situações menos abstratas do dia a dia, isso é as conversas menos maçantes, sem profundidade e sem nenhuma finalidade, ficam restritas a poucas cenas.

Esse filme faz parte da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique na tag no final do texto. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Divulgação / 21juin Cinema

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima