*Imagem de capa: [Danilo Moliterno/Jornalismo Júnior]
O problema não é você, sou eu!
Com a frase típica daqueles que querem terminar um relacionamento, tentei dar um basta em meu caso com a Sociedade Esportiva Palmeiras dezenas de vezes. Tive motivos. Enquanto por aqui eu dava tudo, tudo que ela me entregava era nada. Nada além de lágrimas e soluços. A solução era o fim.
Porém, diferentemente da maioria dos que já disseram tais palavras, eu carregava sinceridade. O verde sempre foi gigante, de Palestra a Palmeiras, morreu líder e nasceu campeão. Já eu nasci em 2000, cerca de um ano após Zapata errar sua penalidade e saciar a obsessão de todo um povo.
Eu avisei. O problema sou eu!
A partir dali, dois rebaixamentos, dezenas de frustrações e tentativas de término. Mas quem ama, fica. Eu fiquei.
Vi o Santos nos salvar em 2014; São Prass e o nada santo Dudu nos dar a Copa em 15; Gabriel Jesus brilhar em 16; e o endiabrado Deyverson vencer o deca em 18. No entanto, para me sentir liberto, faltava algo.
Eu sabia o que era: o título que eu nunca vera meu time vencer. Faltava a Libertadores.
Mais uma vez estava o Santos em nosso caminho. A santa estampada na camiseta de Cuca deixava o supersticioso Danilo ainda mais inseguro. Seria tudo ou nada. Nadar, nadar e morrer na praia ou viver um sonho.
Durante o pré-jogo, imaginava se Gabriel e os meninos teriam maturidade para viver a finalíssima. Eu não tive. Diversas vezes durante a decisão desviei meu olhar do campo, em uma tentativa falha de aliviar a tensão.
Confesso que, a partir dos 30 minutos do segundo tempo, não vi o tempo passar, assim como não vi o gol de Breno. Só ouvi os gritos, berros, urros. Fui contagiado instantaneamente.
Pulei, desabafei, chorei.
Por fim, me ajoelhei. Poderia ser um pedido de casamento. Não era. Era um agradecimento aos santos. O problema não sou eu!
Atualmente em lua de mel com a Sociedade Esportiva Palmeiras,
Danilo Moliterno