Por Alinne Maria Aguiar (alinnemariaaguiar@usp.br)
As irmãs paranaenses Débora e Beatriz Carneiro brilharam nas Paralimpíadas de Paris e garantiram dobradinha brasileira na Arena La Defense. Débora conquistou a medalha de prata nos 100m peito SB14, com um tempo de 1min16s02, seguida por sua irmã, Beatriz, que garantiu o bronze ao completar a prova em 1min16s46. O ouro ficou para a britânica Louise Fiddes, que venceu a competição com 1min15s47. A prova faz parte da categoria para atletas com deficiência intelectual.
Presente de aniversário
Na cerimônia de premiação não faltou emoção: as atletas dedicaram suas medalhas ao pai, Eraldo Carneiro, que completava aniversário naquele dia (02/09). Foi ele quem as ensinou a nadar, inicialmente como uma questão de segurança — em entrevista à revista Marta, o paranaense contou que, vivendo em uma fazenda com piscina, sua preocupação era evitar o risco de afogamento das filhas.
A natação só ganhou ares esportivos oito anos depois, quando Eraldo matriculou Débora e Beatriz em aulas especializadas. Foi lá que o talento das irmãs começou a despontar. Com o passar do tempo, vieram os primeiros convites para competições, e o caminho para o sucesso esportivo se abriu.
Eraldo Carneiro é quem gerencia a carreira das filhas [Reprodução/instagram: @eraldoortodontista]
Subir ao pódio juntas tornou-se uma constante para as gêmeas. O feito se repetiu em diversas competições: ouro para Débora e prata para Beatriz nos 100m peito no Mundial de Manchester 2023; ouro para Beatriz e prata para Débora nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; e ouro para Débora e prata para Beatriz nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
De Maringá para o mundo: gêmeas acumulam medalhas em competições esportivas [Reprodução/Instagram: @asgemeasdanatacao]
Natação Brasileira
A equipe brasileira de natação conquistou o maior número de medalhas na história das Paralimpíadas: foram 26 no total — sete ouros, nove pratas e dez bronzes. O elenco formado por Beatriz Carneiro, Ana Karolina Soares, Arthur Xavier e Gabriel Bandeira conquistou o bronze no revezamento 4x100m livre misto, com direito a quebra do recorde das Américas.
Entre outros destaques, Gabriel Araújo, que levou três ouros, e Carol Santiago, que subiu ao pódio cinco vezes nesta edição — a atleta se tornou a brasileira com mais ouros na história das Paralimpíadas. Aposentado das piscinas, Daniel Dias, maior medalhista paralímpico do Brasil, acompanhou de perto a competição e atualizou seus seguidores com boletins diários.
Imagem de capa: [Reprodução/Instagram: @debora.carneirooficial]