Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

“Pelos Caminhos da Imagem e do Som: Narrando situações-limite” – Mesa #Vozes

Jornalistas discutem suas vivências no rádio e podcast em evento promovido pela Jornalismo Junior

O rádio surgiu ainda no século 19 e é a difusão de ondas sonoras por meio de ondas eletromagnéticas em diferentes frequências, já o podcast, tornou-se popular recentemente, consiste em arquivos de áudio produzidos e distribuídos na internet. Mesmo sendo de épocas diferentes, eles são bastantes parecidos e podem ser resumidos em uma palavra: “Vozes”.

Esse foi o tema da segunda mesa do evento “Pelos Caminhos da Imagem e do Som: Narrando situações-limite” que discutiu o jornalismo audiovisual nos formatos da fotografia e som. Organizado pela Jornalismo Júnior com apoio da revista Piauí, o debate aconteceu no dia 20 de novembro e foi apresentado pela repórter Emilly Gondim. A live foi transmitida pelo Youtube e contou com a presença dos jornalistas Cleber Facchi, Lenise Aubrift Klenk e Rodrigo Alves.

Cleber Facchi é jornalista e participa do podcast “Vamos falar sobre música”, seu projeto e de mais três colegas. Em sua apresentação, ele falou sobre seu início de carreira nas revistas de cultura e seu atual trabalho escrevendo conteúdo editorial. Facchi, entretanto, revelou que sua paixão é o jornalismo voltado para música e por isso decidiu criar um podcast sobre o mundo musical.

Lenise Aubrift Klenk foi a segunda pessoa a se apresentar. Jornalista, hoje ela atua como professora de comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e freelancer. Ela já teve experiências em redações e assessorias de comunicação, mas sua grande paixão é o rádio. Ela trabalhou na rádio jornalismo da CBN e da Band News, duas grandes emissoras do formato no Brasil. No último veículo, ela foi setorista da Operação Lava-Jato.

Por fim, foi a vez de Rodrigo Alves se apresentar. Ele é jornalista, criador do podcast “Vida de Jornalista”, um formato de reportagens em áudio, e coordenador e roteirista do podcast “Rio Memória”. Ele já foi comentarista esportivo, mas saiu do cargo para se dedicar aos podcasts e à uma oficina de narrativa em áudio, a qual ministra. 

Evento promovido pela Jornalismo Junior discutiu o radio jornalismo e o podcast, e contou com a presença de jornalistas da área. [Imagem: Reprodução/Youtube]
Questionados sobre a relação entre o rádio e o podcast, e se este poderia vir a substituir o rádio, todos concordaram que isso nunca aconteceria. Para Facchi, apesar da linguagem semelhante, eles traçam caminhos diferentes e que transacionam técnicas entre si. Ele também comentou que o rádio ainda é um meio muito presente, principalmente nas regiões interioranas. A professora Klenk apontou o rádio como um sobrevivente e acredita que o podcast veio para contribuir com o formato: “Ele sobreviveu à TV e à internet”, comentou ela. 

Rodrigo Alves concordou com os outros dois convidados. Ele entende o medo do rádio acabar, mas também acredita que isso não aconteceria porque os formatos conversam muito entre si. Ele pontua que a democratização dos meios por meio do podcast faz com que ele se popularize, mas não extingue outros formatos. “Se você for pensar que vivemos num país que uma grande parcela da sociedade sequer tem acesso à internet, já existe aí uma limitação que não atinge o rádio”, comentou ele. 

O produtor do podcast “Vida de Jornalista” também contou sobre a rotina e escolha de temas para seu programa. A divisão ocorre entre séries e temporadas, no qual as temporadas são os episódios tradicionais e as séries são levas com especiais. A escolha dos temas geralmente é feita antes e leva em consideração o cenário atual e a diversidade. Entretanto, episódios bônus não estão fora de cogitação, como a entrevista com Gabriela Biló, quando postou uma foto icônica de Paulo Guedes, Sergio Moro e Bolsonaro apontando o dedo do meio. Além de detalhar a rotina e esquema de produção, ele ainda explicou que reposta alguns episódios antigos com novas edições e regravações para ficarem melhores.

Sobre seu podcast “Vamos falar de música”, Cleber Facchi disse que mescla entre pautas sérias e mais leves. Apesar da equipe dele ser bem diversa e eles quererem trazer artistas mas influentes e debates diferentes, o desenvolvimento do programa ainda é bem limitado, devido a agenda de contatos.

Outra pergunta que os palestrantes responderam foi sobre como conciliam o que consideram relevante para eles e o que é para o público. Klenk acredita que o jornalista em geral tem que agir como filtro da informação. Ela pontua ainda que esse filtro tem que ser em função das concepções do  jornalista e não do público, porque caso contrário estará sujeito a equívocos.

Facchi concordou com a professora e deu o exemplo do seu podcast, o qual não tinha  audiência no princípio com os programas de entrevista. A partir disso, ele abriu novos espaços para trazer mais vozes como forma de engajar o público a aprender sobre temas  relevantes. Hoje ele enxerga um avanço nos números dos episódios, próximos àqueles que são de interesse do público.

Alves falou sobre essa experiência no “Vida de Jornalista”. Ele tem ciência de que alguns episódios não vão ser muito escutados, mas ele está mais preocupado com a criação de comunidade e não da audiência. 

Falando sobre carreira, a jornalista Lenise Aubrift Klenk falou sobre situações em que teve que realizar tarefas que não se sentia bem. Ela disse que sempre que passou por isso, mas que questionar a sair de algumas situações. Rodrigo assim como a professora também contou que argumentar também o ajudou.

Os convidados falaram também sobre a democratização da produção de podcasts. Rodrigo Alves apontou que o formato não exige uma grande estrutura tecnológica quanto o rádio, tanto na produção quanto na distribuição. Mesmo que a população sem internet seja ainda muito grande, a distribuição do podcast é mais simples porque pode ser feita até por Whatsapp. 

Cleber Facchi chamou atenção para o fato do podcast não exigir a dicção e a narração do radialista. Isso faz com que ele seja mais plural e permite que outras linhas editoriais e de pensamento dos produtores sejam disseminadas, como completou Klenk. 

Alves finalizou o assunto falando que a democratização da produção de podcast permitiu que o jornalismo se apropriasse do formato para produzir bons conteúdos. E, da mesma forma, fez com que grandes podcasts de sucesso também pudessem usar técnicas jornalísticas para produção de seus conteúdos.  

Os convidados discutiram sobre a democratização do podcast [Imagem: Reprodução/Youtube]
Sobre prós e contras de se trabalhar com áudio, Cleber e Rodrigo falaram sobre as falhas técnicas, que vão desde tentar controlar os ruídos do ambiente até perder arquivos de áudios completos. Lenise falou que uma vantagem de trabalhar com o formato é a facilidade de imaginar quem está do outro lado, além de poder ser mais descritiva em comparação com o jornalismo escrito. 

Ao final do evento, os jornalistas convidados deram conselhos aos estudantes da área para prosperarem em suas carreiras. Eles aconselharam aos e futuros profissionais que tenham suas próprias plataformas para funcionar como portfólio e ajudar a construir a identidade, seja por meio de um Instagram, blog, site ou canal. Também incentivaram o consumo de conteúdos de pessoas que estão fazendo a mesma coisa para pegar referências. E ressaltaram algumas características importantes no jornalista: ousadia, coragem, experimentalismo, humildade e curiosidade, além de pediram para que cuidem do jornalismo como ferramenta importante que ele é. 

Você pode conferir isso e muito mais na live do YouTube, acessando aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima