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Sábado de Rock in Rio – Bruce Springsteen, John Mayer, dois ex-Novos Baianos, Elba Ramalho e Skank tocaram no último sábado do festival

Logo que cheguei à Cidade do Rock, só pensava em três coisas: uma sombra, um lugar pra deitar e uma cerveja. Depois de pegar três ônibus e andar alguns quilômetros no sol escaldante do Rio de Janeiro, ninguém tem vontade de ficar de pé. Mesmo que no Palco Sunset estejam tocando os dois (não tão) …

Sábado de Rock in Rio – Bruce Springsteen, John Mayer, dois ex-Novos Baianos, Elba Ramalho e Skank tocaram no último sábado do festival Leia mais »

Logo que cheguei à Cidade do Rock, só pensava em três coisas: uma sombra, um lugar pra deitar e uma cerveja. Depois de pegar três ônibus e andar alguns quilômetros no sol escaldante do Rio de Janeiro, ninguém tem vontade de ficar de pé. Mesmo que no Palco Sunset estejam tocando os dois (não tão) novos baianos Moraes Moreira e Pepeu Gomes, acompanhados de Roberta Sá. Um show muito bom pra ouvir deitado na grama sintética.

Enquanto até as sombras das latas de lixo estavam disputadas, aproveitei pra pegar uma cerveja. O chope Heineken era vendido pelo absurdo de 9 reais nos quiosques do Bob’s (10 reais com os ambulantes), que também vendiam sanduíches e refrigerante, com preços não menos absurdos. Aliás, um dos pontos fortes da estrutura era a variedade na alimentação. Vi gente até com yakissoba.

Ivo Meirelles, Fernanda Abreu e Elba Ramalho deram sequência com um show levado à samba, covers e tom de protesto, numa cena curiosa de músicos com a máscara Guy Fawkes.

Davi Moraes (à direita), seu pai, Moraes Moreira, e Pepeu Gomes durante show. Foto: Luciano Oliveira

Uma chuva de fogos de artifício abriu o Palco Mundo. Era a hora do Skank. O show da banda mineira não acumulava muitas expectativas, até pela presença onipresente da banda nos festivais brasileiros. Talvez por isso tenha sido um dos shows mais divertidos da noite. Descompromissado, sem aperto, e com um setlist impossível de não conhecer e cantar junto.

Phillip Phillips, não tão famoso participante de American Idol, teve a díficil missão de agradar os fãs de John Mayer que esperavam ansiosamente na frente do palco. Com um repertório pouco conhecido, mas de fácil aceitação, conseguiu cumprir seu papel. O misto de pop com folk, aliado à boa presença de palco e dois covers (Thriller, de Michael Jackson e Let’s Get it On, de Marvin Gaye ) conseguiram agradar a platéia, principalmente a feminina.

Assim como o resto do público, preferi continuar na frente do palco esperando o próximo show. O sol já tinha parado de nos castigar e o show do John Mayer não parecia muito distante.

Depois de alguns minutos, aparece no telão um guitarrista cabeludo. E a platéia vai à loucura. Gritaria e choradeira. Emoção à flor da pele. Mas, era apenas um VT do show do Lenine. Com certeza alguém da produção se divertiu muito nessa brincadeira.

Agora era verdade. John Mayer subiu ao palco com um violão cantando No Such Thing e em apenas quatro minutos de música, eu expandi muito meu vocabulário de adjetivos. Palavras como lindo, perfeito, maravilhoso, gostoso (normalmente entre choros e gritos) eram o coro mais ouvido na Cidade do Rock.

O show continuou bem, com equilíbrio entre as baladas mais calmas que agradaram as fãs, e alguns solos de guitarra mais agressivos que impressionavam até os mais leigos. A tatuagem em referência à lenda Stevie Ray Vaughan no braço esquerdo mostra que ele gosta mesmo é de um bom blues. E deixava esse lado escapar entre as músicas, com vários improvisos na guitarra.

Gravity, a última canção do setlist, resume qual é a fórmula do cantor. O equilíbrio perfeito entre as baladas e a pose de guitar hero, dando espaço até para ele tocar a guitarra no chão.

Foto: nethis.com.br
Foto: nethis.com.br

Um ótimo show no geral, mas poderia ser melhor aproveitado em um lugar menor e mais intimista. E também com mais foco na indiscutível qualidade técnica do rapaz, ao invés de seus atributos físicos.

Cinco minutos depois do fim do show, a demografia do Rock in Rio deu uma reviravolta. Todas as pessoas (na maioria bem jovens e do sexo feminino) que ocupavam as grades decidiram, sem pestanejar, sair do aperto. Depois de alguns metros difíceis no contra-fluxo, consegui chegar facilmente até a grade. Estranhei, e até me perguntei se estava no palco certo.

Bruce Springsteen sobe ao palco com sua banda de quase 20 músicos e já abre o show conquistando a platéia com um cover de Sociedade Alternativa, de Raul Seixas, emendando com a conhecida Badlands. Bruce entusiasmou ainda mais a platéia ao anunciar que tocaria o álbum “Born in the USA” na íntegra.

Toda a performance foi construída de forma espetacular, com muita interação com a platéia: fazendo visitas constantes às grades, levando pessoas para cantar e tocar com ele e sua banda, e também dando o microfone para um menino na platéia. O repertório inteiro foi reconstruído para a performance ao vivo, onde as músicas tinham espaço para a performance de palco e também dos músicos de sua banda de apoio, que são um destaque à parte.

O show foi um auge permanente, em que cada uma das canções parecia ser a última. Bruce e a E Street Band mostraram porque foram considerados pela revista Rolling Stone a melhor turnê do ano.

 

Foto: Jo Lopes
Foto: Jo Lopes

Depois de um show de 2h40 de muita energia (surpreendente considerando que ele completou 64 anos), saí cansado, mas principalmente satisfeito, e com um sorriso eterno no rosto. Toda a carreira do Bruce Springsteen parece ter sido construída para um show desse porte. Um músico que vive de grandes platéias e de grandes emoções.

Por Thiago Quadros
thiagoquadrosm@gmail.com

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