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Sevilla conquista o heptacampeonato da Europa League

Após empate com a Roma, o Sevilla conquista seu sétimo troféu da Europa League nos pênaltis

Na última quarta-feira, 31, Sevilla e Roma se enfrentaram em confronto valendo o título da Europa League, na Puskás Aréna, em Budapeste, na Hungria. No duelo entre o time que foi campeão todas as vezes em que chegou na decisão da competição e o treinador que nunca perdeu uma final europeia, os sevillistas triunfaram na disputa de pênaltis depois de um empate aguerrido marcado por polêmicas de arbitragem e se isolaram como os maiores vencedores do campeonato.

The Special One” em Roma

O recente sucesso da Roma nas competições europeias tem nome, sobrenome e até apelido: José Mourinho, “The Special One”. O treinador português chegou ao clube italiano ainda na temporada passada, 2021/22, e logo em sua primeira temporada já foi possível perceber a diferença que o técnico fez para a equipe: a Roma venceu o seu primeiro título internacional na história após bater o Feyenoord na final da Conference League pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi feito pelo Nicolò Zaniolo, jogador de 23 anos que estava no clube desde 2018 e que tinha potencial de tornar-se um grande ídolo da equipe romana. 

Mas o elenco atual não conta mais com o jogador. Ele teve algumas discussões com a diretoria do clube e, com um clima insustentável, forçou sua saída para o Galatasaray. Apesar dessa grande perda, o time conseguiu contratar,a custo zero, o grande jogador argentino Paulo Dybala para a atual temporada. Na sua chegada, o atleta, que já havia tido uma grande passagem no futebol italiano pela Juventus, foi recebido com uma grande festa por mais de oito mil torcedores. E a empolgação da torcida não foi à toa: o atacante se tornou o principal jogador de José Mourinho e conta com 16 gols e oito assistências pela equipe romana.

Trajetória da Roma até a final da Europa League

Ainda na fase de grupos, a Roma ficou no grupo C, que tinha o espanhol Real Betis, o búlgaro Ludogorets e o finlandês HJK Helsínquia. Com três vitórias, um empate e duas derrotas, o time italiano ficou em segundo lugar, com 10 pontos, e viu o Betis ficar em primeiro com 16. Mas não ter passado em primeiro não abalou o time treinado por José Mourinho: nos 16-avos de final, perdeu o jogo de ida para o RB Salzburg, da Áustria, mas um 2 a 0 em casa classificou o time italiano às oitavas. Nelas, mais um 2 a 0 em casa garantiu que o empate sem gols contra a Real Sociedad no jogo de volta classificasse a Roma. 

Nas quartas, o confronto foi mais emocionante: a Roma perdeu o jogo de ida para o Feyenoord, da Holanda, por 1 a 0 e mais uma vez teria que se provar jogando em casa, diante de sua torcida. Até os 89 minutos de jogo, um empate em 1 a 1 eliminava a equipe da competição, mas Dybala fez um gol milagroso para levar a partida à prorrogação. Depois disso, a Roma fez mais dois gols e venceu o jogo por 4 a 1, o que foi mais do que necessário para levar o time à semifinal. 

Contra o Bayer Leverkusen, a Roma aproveitou o jogo de ida, na Itália, para criar uma pequena vantagem de 1 a 0. Assim, no jogo da volta, o time alemão enfrentou uma retranca poderosa do time de Mourinho, o que pode ser provado pelas 23 finalizações do time alemão contra apenas uma da Roma, além de incríveis 72% da posse de bola para o Leverkusen. Mesmo com as estatísticas díspares, o 0 a 0 persistiu no placar, e a tática de Mourinho foi essencial para levar o time italiano a mais uma final europeia.

Sevilla, o rei da Europa League

Do outro lado do confronto, o Sevilla jogava em busca da sétima taça europeia. Em uma temporada pouco animadora — com duas mudanças de técnico e ameaçado de rebaixamento por algumas rodadas —, o time da Andaluzia encontrou a virada de chave no técnico José Luis Mendilibar, que obteve oito vitórias em 15 partidas e a classificação para a final da Europa League.

O caminho para Budapeste

Ao contrário do adversário italiano, o Sevilla conquistou a vaga após ficar em terceiro lugar na fase de grupos da UEFA Champions League, atrás de Manchester City e Borussia Dortmund.

O primeiro adversário no torneio foi o PSV, da Holanda, na fase de playoffs. Na ida, ainda sob o comando de Jorge Sampaoli — agora comandante do Flamengo —, o Sevilla conseguiu uma vantagem de três gols que por pouco não se tornou insuficiente na volta, quando os holandeses venceram por 2 a 0.

As oitavas de final, contra o Fenerbahçe, da Turquia, trouxeram um duelo conhecido pelos brasileiros: Sampaoli, que entre 2019 e 2021 comandou o Santos e o Atlético Mineiro, contra Jorge Jesus, vitorioso com a equipe do rubro-negro carioca. Novamente, o time espanhol trouxe emoção aos seus torcedores, passando de fase com um placar final de 2 a 1.

Nas quartas de final, o Sevilla — já comandado por Mendilibar — enfrentou um velho conhecido: o Manchester United. Eliminados pelos espanhóis na Champions League de 2018 e na Europa League de 2020, os ingleses repetiram a dose nesta temporada. Na ida, no Old Trafford, os reds abriram 2 a 0, porém marcaram dois gols contra e levaram o empate para a Espanha, onde foram derrotados por 3 a 0.

Na semifinal, o Sevilla enfrentou a Juventus, de Turim, também eliminada na fase de grupos da Champions League. Em dois jogos emocionantes — um 1 a 1 na casa da Juve e um 2 a 1 vencido pelos mandantes na prorrogação —, o Sevilla conquistou a vaga para a final do torneio.

O jogo

Após 146 minutos de futebol entre tempo regulamentar e prorrogação, a partida foi decidida somente nos pênaltis, com destaque para o goleiro marroquino Bono, que defendeu a cobrança de Mancini e viu o brasileiro Ibáñez acertar a trave. Coube ao argentino Montiel converter a penalidade derradeira. 

O Sevilla segue com aproveitamento impecável nas finais da Liga Europa com o sétimo título conquistado em sete finais. Já José Mourinho, após levar a Liga Conferência na última temporada, perdeu pela primeira vez uma final europeia após cinco conquistas (duas Liga dos Campeões, duas Liga Europa e uma Liga Conferência — a última com a própria Roma).

Primeiro tempo 

A primeira etapa começou com muito estudo e poucas oportunidades em Budapeste. Aos poucos, as equipes foram se arriscando e conseguindo chegar ao gol adversário. Aos 11’, após boa trama da equipe giallorossa, a boa finalização de Spinazzola obrigou o goleiro Bono a trabalhar. 

O destino quis presentear a aposta de Mourinho ao escalar Dybala entre os titulares, mesmo que o jogador não estivesse em totais condições após uma lesão no tornozelo. O argentino recebeu uma bela assistência de Mancini para abrir o placar aos 34’. Mesmo com muita reclamação da equipe adversária, por causa de uma possível falta na origem da jogada, o VAR validou o lance. O Sevilla, que pouco tinha criado até então, viu-se obrigado a sair para o jogo e começou a criar suas chances.

 

Apesar do ferrolho adversário — característica marcante dos times do técnico português —, a equipe da Andaluzia quase conseguiu chegar ao empate com uma bela finalização de Rakitìc no poste do goleiro Rui Patrício, já nos acréscimos. 

Segundo tempo

Com o resultado parcial, a equipe italiana iniciou cautelosa e pouco produziu no início da segunda etapa. Enquanto isso, a equipe andaluz, sem nada a perder, foi ao ataque com as alterações promovidas pelo técnico Mendilibar. A pressão surtiu efeito e, logo aos 9’, Jesús Navas fez boa jogada pela direita e cruzou buscando En-Nesyri. Mas a bola encontrou Mancini, que colocou contra a própria rede. Jogo empatado na capital húngara. 

A partir daí, o jogo ficou bastante brigado, com poucas chances e muitas polêmicas. Aos 21’, após uma falta na área do Sevilla, Ibáñez finalizou da pequena área para fora após um milagre do goleiro Bono. 

Na parte final do jogo, aconteceram os lances mais polêmicos da partida, ambos envolvendo o VAR. O primeiro, aos 29’, foi quando o árbitro inglês, Anthony Taylor, marcou em campo uma penalidade para o Sevilla. Depois de consultar o VAR, porém, voltou atrás na sua decisão, para revolta de todos no lado andaluz. Poucos minutos depois, a revolta mudou de lado. O segundo lance que gerou muita discussão se originou em um cruzamento de Matìc, onde a bola teria tocado no braço do brasileiro Fernando. Mais uma vez, nada marcado e muita reclamação — que resultou em cartão amarelo para um membro da comissão técnica da equipe italiana. 

A partida se arrastou para a parte final com as duas equipes se expondo menos e tentando chegar ao gol oposto. O Sevilla teve as melhores oportunidades, mas não soube concretizar e liquidar a fatura. Restava agora a prorrogação para definir o campeão. 

Prorrogação

O tempo extra foi uma continuação do que foi a reta final da partida. As duas equipes seguiram buscando oportunidades para furar o bloqueio adversário, mas o principal objetivo era evidente: não tomar o gol. Os treinadores procuraram mexer nas equipes para manter a intensidade e não perder fôlego. 

O que eles não contavam era com que a arbitragem desse de acréscimos quase um terceiro tempo de prorrogação. Os jogadores que estavam desde o início estavam entregues e, no fim, era nítida a exaustão. Porém, seguindo o ritmo de jogo muito pegado e com muita raça durante o tempo normal, a prorrogação não foi diferente. Na segunda etapa do tempo extra, o zagueiro Ibáñez levou uma cotovelada, o que o fez sangrar e gerou muita reclamação do time ítalo. Além desse lance, outros também geraram revoltas de ambas equipes e evidenciaram o clima tenso dessa final. 

Já na parte técnica, com exceção de uma bola cabeceada no travessão por Smalling já no final da segunda etapa, a partida seguiu sem muitas chances claras durante o prolongamento e se encaminhou para as penalidades máximas. O fato curioso ao fim do jogo se deu pelo tempo passado. Ao todo, somando os acréscimos, as equipes jogaram por 146 minutos, ou seja, mais de duas horas de futebol não foram suficientes para definir um campeão.

Penalidades

Com a disputa decidida na marca da cal, após Ocampos e Cristante marcarem para Sevilla e Roma, respectivamente, brilhou a estrela de Bono. O goleiro marroquino, que já havia se destacado no último mundial por sua seleção pelas ótimas atuações, defendeu o chute de Mancini e observou a bola do zagueiro brasileiro Ibáñez bater na trave.

Contando com o bom aproveitamento de sua equipe (Lamela e Rakitìc converteram), o Sevilla viu a bola do título parar nos pés do lateral direito Montiel. O argentino, depois de converter o pênalti do tricampeonato de sua seleção no Catar, repetiu a dose em Budapeste. Ele precisou cobrar duas vezes, pois, na primeira, Rui Patrício fez a defesa no canto esquerdo. No entanto, o árbitro, com a ajuda do VAR, mandou repetir a cobrança. O hermano cobrou no meio do gol e fechou a conta para a equipe da Andaluzia por 4-1 nas penalidades para o heptacampeão da Liga Europa.

Elenco do Sevilla comemorando o heptacampeonato [Imagem/Twitter: @SevillaFC]

Destaques

Sevilla – Bono

Em partida pouco inspirada em oportunidades claras de gol, Bono salvou o Sevilla em dois momentos cruciais. Em chute de Spinazzola na entrada da área no começo do primeiro tempo, o goleiro marroquino salvou a primeira chance da Roma no jogo. Já no fim do segundo tempo, em bate rebate após um escanteio, Bono se atirou na bola e, como um goleiro de futsal, fechou o máximo de espaço possível para impedir a virada romanista. Para coroar a noite de destaque, Bono defendeu dois pênaltis e foi o cara do sétimo título da equipe espanhola na Europa League.

Roma – Dybala

Mesmo com menos posse de bola que o Sevilla, a Roma teve mais chances claras criadas (4 a 3). Em partida de solidez defensiva, bloqueando a criação do Sevilla, as melhores oportunidades foram criadas pelo argentino Dybala que, mesmo não tendo ficado até o fim do jogo, aproveitou grande passe do zagueiro Mancini e marcou na única vez que o goleiro Bono não conseguiu salvar o Sevilla.

Ficha técnica

Sevilla (4) 1 X 1 (1) Roma

Data: 31/05/2023 (quarta-feira)

Horário: 16h (de Brasília)

Local: Puskás Aréna, em Budapeste, na Hungria

Sevilla: Bono, Jesús Navas (Montiel), Badé, Gudelj (Marcao), Alex Telles (Rekik), Fernando, Rakitic, Óliver T (Suso), Ocampos, Bryan Gil (Erik Lamela), En-Nesyri. Técnico: José Luis Mendilibar

Roma: Rui Patrício, Ibanez, Mancini, Smalling, Spinazzola (Llorente), Cristante, Matic (Bove), Celik (Zalewski), Pellegrini (El Shaarawy), Abraham (Belotti), Dybala (Wijnaldum). Técnico: José Mourinho

Gols: Roma – Dybala (35’/1T); Sevilla – Mancini (GC – 10’/2T)

Cartões Amarelos: Matic, Pellegrini, Mancini, Cristante, Celik, Zalewski, Karsdorp (Roma); Rafa Mir, Rakitic, Lamela, Jordán, Montiel, Ocampos (Sevilla)

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @SevillaFC

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