A manifestação cultural que marcou a passagem da Idade Média para a Idade Moderna está exposta em pinturas de famosíssimos italianos por quatro andares do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo. A exposição Mestres do Renascimento –Obras-primas Italianas fica em exibição até 23 de setembro e emociona qualquer espectador. Estar diante de telas pintadas há mais de cinco séculos por nomes que sobreviveram épocas por sua excelência é uma experiência única.
A mostra, que traz nomes como Rafael, Leonardo da Vinci, Botticelli e Michelangelo está distribuída pelos quatro últimos andares do CCBB, muito bem organizada por seções divididas de acordo com as cidades de produção e suas singulares características. A divisão da exposição evidencia a dissipação da influência renascentista por toda a Itália – e não só no eixo florentino – e as particularidades de cada lugar.
As cidades capitais representadas pelas seções são Ferrara, Urbino, Florença, Milão, Roma e Veneza, que faziam parte de uma Itália não unificada e dividida em províncias de diferentes cortes. Algumas dessas apresentam peculiaridades – Ferrara, no segundo andar, carrega fortemente o realismo na ilustração e o detalhamento dos espaços abertos, como é o caso da obra Ritratto di Buffone di Corte de Dosso Dossi. Já a seção Urbino, com grandes nomes como Giovanni Santi e Raffaelo Sanzio, conta com uma grande porta de madeira de autoria anônima, Porta della stanza da letto del Duca che accede alla sala delle udienze, em que são feitas ilustrações de objetos nobres e um castelo geometricamente perfeito, que denuncia a influência e afinação matemática do Renascimento na cidade.
Leonardo da Vinci está exposto na seção Milão, com Leda e il Cigno, que mais do que exponencia a particularidade da região no realismo das formas, na obra a mulher é representada de forma autêntica, fiel às suas curvas. No último andar da exposição há um grande mural cronológico do Renascimento e também algumas pranchas táteis com entalhes em madeira do desenho de algumas obras, como é o caso da última citada de da Vinci, acompanhadas de informações da obra escritas em braile, ampliando o acesso à mostra.
A curadoria foi encabeçada pelos italianos Cristina Acidini e Alessandro Delpriori e patrocinada pelo Banco do Brasil e co-patrocínios. É de alto custo – as 57 obras ali expostas de 50 diferentes artistas vieram de 24 instituições pelo mundo e custaram R$ 6,5mi só para serem transportadas até o local da mostra, segundo a assessoria da exposição. A visitação, no entanto, tem entrada franca e a instituição vem divulgando pelas redes sociais que o horário de menos movimento e filas é às 18h. A exposição segue para Brasília no próximo mês e estará aberta ao público no CCBB – DF de 12 de outubro a 6 de janeiro de 2014.
Serviço:
Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Álvares Penteado, 112, Centro – SPPróximo às estações Sé e São Bento do Metrô Exposição até o dia 23 de setembro
Horário de Funcionamento
Segundas, quartas, quintas das 10h às 22h
Sextas das 10h às 23h
Sábados das 8h às 23h
Domingos das 8h às 22h
Entrada Franca
Informações (11)31133651/31133652
Estacionamento conveniado Rua da Consolação, 228, Ed. Zarvos (R$ 15,00) com traslado gratuito até as proximidades do CCBB.
Por Marcela Campos
marcelacromao@gmail.com