Striking Vipers é um jogo de luta como o Mortal Kombat, em que duas personagens batalham até que saia um vencedor. Danny (Anthony Mackie) e Karl (Yahya Abdul-Mateen II) são amigos que passavam as noites da juventude nesse videogame, e sempre escolhiam para lutar as personagens Lance (Ludi Lin) e Roxette (Pom Klementieff), como uma espécie de ritual. Mas, o tempo os afastou e os amigos passaram a viver vidas diferentes. Danny continuou a sair com várias mulheres e o Karl constituiu uma família com mulher e filho.
Onze anos depois, os antigos amigos se reencontram na festa de aniversário de Danny, e Karl o presenteia com a versão moderna de Striking Vipers que traz um sentimento nostálgico a eles. A atualização os leva para a realidade do videogame sob o controle de ações e pensamentos pelos personagens Roxette e Lance. Logo na primeira rodada que jogam, há uma tensão sexual, e se beijam nos corpos das personagens. Depois disso, ambos ficam sem saber como reagir, pois não entendem o que significou essa atração. Contudo, voltam toda noite para mais uma partida, que sempre termina em sexo.
O jogo passa a ser a plataforma em que os amigos se encontram para ter relações sexuais e dão um novo significado ao Striking Vipers. A ressignificação gera dúvidas a eles sobre sua sexualidade, e traz ao espectador uma forma de quebrar tabus. Contudo, é exibido de uma maneira rasa, e perde-se a oportunidade de abordar a fundo um tema atual como esse.
O espectador é sujeito à reflexão dos efeitos de um mundo virtual na realidade, já que Danny começa a sofrer problemas matrimoniais com Theo (Nicole Beharie), sua esposa. O episódio deixa ao nosso critério avaliar se essa tecnologia é positiva ou não. Ao mesmo tempo que Danny passa por um período de crise em seu casamento, o videogame o proporciona momentos de prazer intenso.
A narrativa deixa a desejar no sentido de não aprofundar nos sentimentos e na relação de Danny e Karl. Dá a entender que eles são ligados emocionalmente já que em determinado momento no jogo, Roxette (Karl) diz amar Lance (Danny) mas, ao mesmo tempo, não sentem atração um pelo outro na vida real. Confunde-se sobre o limite entre o real e o virtual.
Cria-se uma atmosfera característica dentro dos jogos. Os destaques se dão pelos locais escolhidos, que lembram muito os de videogames, pelos trejeitos das personagens e pela edição nos momentos de luta.
A conclusão é boa, mas faltou algo a mais, talvez um toque mais “jeito Black Mirror de ser”.