A final olímpica do Futebol masculino já era cercada de expectativas antes mesmo da bola rolar. Brasil e Espanha eram tratados como favoritos desde o início da competição, muito por conta do elenco repleto de bons jogadores pelos dois lados.
A seleção brasileira nunca poupou seus craques e costuma levar o que tem de melhor para os Jogos Olímpicos. Embora diversos atletas não tenham sido liberados pelos seus respectivos clubes, o Brasil ainda continha muitos talentos.
Do outro lado, a Espanha também apostou com força no futebol masculino nessa Olimpíada. O técnico Luis de la Fuente levou seis atletas que disputaram a Eurocopa pela seleção espanhola, equipe que chegou até as semifinais da competição entre países europeus. Com isso, o confronto que prometia muito, entregou um duelo interessante e cheio de emoção entre a Canarinho e a Fúria no Yokohama Stadium.
A partida teve um início intenso, com a Espanha marcando alto e incomodando muito a saída de bola dos brasileiros. Aos poucos, as equipes foram se ajustando e o jogo passou a ser um pouco mais fluido, apesar do bom posicionamento defensivo das duas seleções.
Do meio para o fim do primeiro tempo, a seleção brasileira cresceu no jogo e conseguiu um certo controle sobre a forte Espanha. A melhora brasileira teve efeito e, aos 37 minutos, o goleiro Unai Simón foi para a disputa de bola de forma imprudente e acabou encontrando apenas o atacante brasileiro Matheus Cunha. Pênalti marcado e esperança de gol para o Brasil.
Richarlison, o destaque brasileiro em Tóquio, chamou a responsabilidade para a cobrança, mas desperdiçou. O Pombo isolou a cobrança de pênalti e a seleção brasileira perdeu a chance de sair a frente do placar.
O Brasil não sentiu o pênalti perdido e continuou atacando. Até que aos 47 minutos do primeiro tempo, Matheus Cunha dominou no peito, com categoria, e bateu com força no canto, para estufar as redes espanholas. A jogada foi resultado de um cruzamento de Claudinho que exigiu o esforço de Dani Alves. O lateral evitou a saída da bola e colocou-a novamente na área, para o vacilo da zaga vermelha e ótima resolução do atacante brasileiro.
Os primeiros minutos do segundo tempo foram equilibrados. Embora o Brasil tenha ameaçado aos 51, com ótima jogada e finalização na trave de Richarlison, logo a seleção espanhola conseguiu se impor e dominou as principais ações da partida.
No tempo regulamentar, o jogo terminou empatado e a prorrogação mais uma vez assolaria o coração dos brasileiros. A torcida brasileira estava tensa pelo bom fim de jogo dos espanhóis e a demora do técnico André Jardine para mexer no time. O Brasil terminou os 90 minutos sem uma mudança sequer.
Se o Brasil não mudou nos 90 minutos, Malcom entrou com o início da prorrogação e, junto disso, a seleção brasileira ajustou-se em campo, ao passo que voltou melhor para o jogo. A equipe Canarinho foi revigorada e o que era tensão transformou-se em alívio aos 107 minutos.
Malcom, o atacante que por muito pouco não ficou de fora das Olimpíadas, resolveu a partida com um gol após o lançamento de Antony e uma arrancada para tomar a frente de Vallejo no lado esquerdo do ataque do Brasil. A velocidade, força e calma para finalizar corroboraram no gol do título de um herói improvável e um grito de explosão do torcedor brasileiro.
O atleta do Zenit foi o último a integrar o grupo para Tóquio 2020. Malcom chegou a figurar na lista inicial, mas não foi liberado pelo clube. No entanto, após a lesão de Douglas Augusto, a liberação veio e o atacante, cria da base do Corinthians, pode ser convocado para defender as cores da seleção.
O jogo não foi fácil, como muitos já previam, mas a vitória emocionante foi o responsável por coroar o ciclo olímpico da seleção masculina de futebol. Com alguns desfalques, diversos problemas de liberação de atletas e adversários competentes no trajeto, o Brasil conquista o ouro pela segunda vez consecutiva e de quebra iguala os 7 ouros conquistados no Rio em 2016.
* Imagem de capa: [Reprodução Twitter/@CBF_Futebol]
Espanha veio bem, mas n tem jeito, Brasil nelees!