A prova dos 100 metros rasos é um dos momentos com mais brilho e atenção do Atletismo e dos Jogos Olímpicos de uma maneira geral. Essa modalidade olímpica de corrida é a mais curta – logo, a mais rápida – e tende a nomear, no caso feminino, a mulher mais rápida do mundo.
É interessante notar como uma prova com finitude tão rápida pode proporcionar tantas emoções. Cada passo das atletas conta muito, desde a largada até a passagem na linha de chegada. A mentalidade, a respiração, o controle do ritmo e a estratégia para saber onde utilizar o ápice da velocidade. Tudo isso é contemplado em pouco mais de 10 segundos.
A prova, que parecia começar disputada, teve Thompson disparando no final para sair com o ouro. Shelly-Ann Fraser não largou muito bem, chegou a ameaçar uma recuperação ao assumir a ponta em determinado momento, mas perdeu força no fim e quase foi ultrapassada. Shericka Jackson também não teve uma ótima largada. No entanto, foi impressionante na reta final ao alcançar a terceira posição e, por muito pouco, não ficou com a prata.
Nas Olimpíadas Tóquio 2020, o pódio foi completamente composto por jamaicanas. Elaine Thompson-Hera, a vencedora, realizou a corrida em 10s61, com direito a quebra do recorde olímpico. O recorde anterior pertencia à estadunidense Florence Griffith-Joyner, desde 1988, com 10s62 conquistados nos Jogos Olímpicos de Seul.
A favorita, Shelly-Ann Fraser, chegou atrás com 10.74 e Shericka Jackson completou o pódio realizando a prova em 10s76 e quase beliscou a medalha de prata. A dominância jamaicana nas provas de velocidade foi representada de uma maneira clássica no dia de hoje.
Elaine Thompson conquistou, pela segunda vez consecutiva, o ouro nos Jogos Olímpicos, igualando a conterrânea e concorrente Shelly-Ann Fraser-Pryce. Fraser tinha a expectativa de fazer história e equiparar feito que só Usain Bolt tem no atletismo mundial: três medalhas de ouro nas Olimpíadas.
O sonho tornou-se praticamente impossível para a atleta vencedora em Pequim 2008 Londres 2012 e, que no momento tem 34 anos e logo deve deixar as pistas. Fraser já havia dado uma pausa na carreira por dois anos, após o nascimento do seu filho em 2017. Agora, é improvável que a corredora esteja com grandes chances de vencer, ou até mesmo presente na próxima edição das Olimpíadas.
Por outro lado, Thompson pode realizar esse feito, a atleta que foi campeã no Rio em 2016, tem 29 anos e, se mantiver o alto nível e a competitividade, tem tudo para chegar com chances nos próximos Jogos Olímpicos.
Em relação às corredoras brasileiras, Rosângela Santos não se classificou para as finais, ficando em 28°, com 11s33, e Vitória Rosa sequer pisou na pista, poupando-se para a prova dos 200 metros rasos.
*Imagem de capa: [Reprodução Twitter/@Olympics]