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O histórico de adaptações do universo da Turma da Mônica

EM MEIO A TANTAS ADAPTAÇÕES AO LONGO DO TEMPO, ‘TURMA DA MÔNICA - A SÉRIE’ LANÇADA NO GLOBO PLAY É MAIS UM SUCESSO DA TURMA DA MÔNICA

Turma da Mônica (Panini, 1970 – 2023)  é a história em quadrinhos brasileira mais publicada no mundo atualmente, abrangendo mais de 30 países. Dos gibis para filmes e série live-action, a narrativa foi adaptada para vários formatos e tem conquistado cada vez mais público. Com Turma da Mônica – A Série (2022), lançada no serviço de streaming GloboPlay , não foi diferente. O seriado teve muita repercussão; apenas a  exibição do primeiro episódio, em uma edição especial na TV Globo, representou a maior audiência do horário no mês de agosto.  Tamanho sucesso levou ao anúncio de novos projetos live-actions no universo da Mônica, como os filmes da Turma da Mônica Jovem, do Chico Bento e uma série protagonizada por Franjinha e Milena.

O início

A primeira tirinha oficial do universo da Turma da Mônica criada por Maurício de Sousa foi publicada no jornal Folha da Manhã em 1959. Nela, foram apresentados os primeiros personagens da turminha: Franjinha, o cientista cujas invenções agitam o cotidiano do Bairro do Limoeiro, e seu cachorro Bidu. O cartunista era repórter policial mas, depois que as primeiras tiras fizeram sucesso, passou a se dedicar inteiramente a elas e desenvolver novos personagens, como o famoso quarteto formado por Cascão, Cebolinha, Magali e Mônica.

A imagem, compartilhada por Maurício de Sousa, mostra a estética de Bidu e Franjinha, influenciada pelo estilo da desenhista Marge, em sua primeira aparição nos quadrinhos. [Imagem: Reprodução/ Twitter] 

Cebolinha foi o primeiro do quarteto a ser criado e aparecia nas histórias de Franjinha e Bidu como personagem secundário. Quando o travesso ganhou mais destaque, surgiram os outros membros do grupo, como o Cascão, em 1961, e Magali e Mônica em 1963. Apesar de hoje ser a protagonista da turma, ela aparecia nas tirinhas como coadjuvante, até que seu jeito bravo e engraçado cativou os leitores e acarretou na criação de suas próprias histórias. 

Em 1970, chegou às bancas de jornal o volume de estreia de Mônica e sua Turma. Nele, todos os personagens criados por Mauricio de Sousa foram reunidos em uma única história, de forma semelhante às produções atuais. Desde então, a Turma da Mônica se expandiu e, à medida que novas narrativas eram publicadas, surgiam mais personagens, como Denise, Carmem, Anjinho, Xaveco e Titi. O cartunista, no entanto, não se restringiu apenas ao núcleo do Bairro do  Limoeiro e, em 1961, criou Chico Bento, menino caipira que, junto com seus amigos, Rosinha e Zé Lelé, formou a Turma do Chico Bento (Panini, 1961 – 2023). Diferentemente dos outros personagens, que eram inspirados em pessoas próximas a Sousa, o caipira tinha suas origens na infância do próprio autor, que cresceu em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo.

A primeira aparição da personagem Mônica ocorreu em março de 1963 em uma tirinha do jornal Folha de São Paulo.  [Imagem: Reprodução/ Twitter]

Com todas essas histórias, Maurício de Sousa se tornou um dos escritores mais famosos da literatura infantil brasileira e passou a fazer parte da Academia Paulista de Letras. Em sua empresa, Maurício de Sousa Produções (MSP), são administrados o desenvolvimento das histórias em quadrinhos e projetos derivados, como os desenhos animados, filmes, produtos temáticos, como alimentos, e tudo o que envolve seus personagens. 

Dos gibis para os mangás e as telas

As tramas do Bairro do Limoeiro se tornaram conhecidas a partir dos gibis, mas não ficaram restritas a eles. Já em 1976 foi desenvolvida a série em desenho animado Turma da Mônica (1976 – 2021), baseada nos quadrinhos. Sem temporadas novas, a produção está em exibição até os dias atuais, ela contabiliza mais de 200 episódios e é transmitida tanto em canais de televisão, a exemplo da TV Cultura, quanto no serviço de streaming HBO Max. Quase 30 anos depois do lançamento do seriado, a turminha foi adaptada para o cinema na franquia Cine Gibi (2004) e atraiu, em um único fim de semana, 31.658 espectadores, número baixo comparado a Shrek 2 (2004), assistido por  709.997 brasileiros em sua estréia . A série de filmes é composta por nove longa-metragens — dos quais apenas um foi exibido nos cinemas — em que os personagens assistem, por meio de uma invenção do Franjinha, às histórias das HQs. 

Em 2008, a MSP deu um passo em outra direção e iniciou a saga literária da Turma da Mônica Jovem (Panini, 2008 – 2021), que hoje em dia possui três séries e soma mais de 150 edições. Com traços e formato que remetem ao mangá japonês, a coleção apresenta o quarteto e seus amigos já crescidos, com cerca de XX anos, passando por situações e conflitos de maior maturidade, em busca de atrair o público adolescente. A primeira série totalizou 100 edições e a segunda e a terceira, publicadas, respectivamente, em 2016 e 2021, dão continuidade às aventuras vividas por Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. A mais recente apresenta algumas novidades em relação às anteriores: as histórias de cada edição possuem linearidade entre si e Milena, uma jovem preta, passou a fazer parte do elenco principal, trazendo maior representatividade para a graphic novel.

A Turma do Chico Bento não ficou para trás. Em 2013 foi lançado o primeiro mangá da série Chico Bento Moço, que mostra os personagens crescidos e se adaptando à vida de adulto. A coletânea, porém, não teve duração tão longa quanto a Turma da Mônica Jovem e a última edição, publicada em 2021, marcou o seu encerramento. 

Exemplares da primeira, segunda e terceira série da Turma da Mônica Jovem, respectivamente, ao lado deles, exemplares da primeira série de mangás Chico Bento Moço. [Imagem: Emanuely Benjamim]

Assim como os gibis, a Turma da Mônica Jovem também ganhou uma série de animação com a mesma estética das H. Transmitida pelo Cartoon Network, ela estreou em novembro de 2019 e, no ano seguinte, venceu a categoria de “Melhor Série de Animação para a TV Paga” do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro. As duas temporadas já lançadas têm seus episódios baseados nos mangás, mas apresentam um foco maior nos desafios da turma à medida que crescem e passam a ter maiores responsabilidades.

Para completar o ano de 2019, a MSP aderiu à tendência dos live actions e lançou o primeiro filme da turminha no modelo, Turma da Mônica: Laços (2019). Dirigido por Daniel Rezende, o longa foi inspirado na graphic novel Turma da Mônica: Laços (Panini Comics, 2013), de Vitor e Lu Cafaggi, premiada nas categorias de “Edição Especial Nacional” e “Publicação Infantojuvenil” do 26º Troféu HQ Mix. O elenco principal, formado por Giulia Benite, Laura Rauseo, Kevin Vechiatto e Gabriel Moreira, voltou às telonas em 2021 com o longa Turma da Mônica: Lições (2021)

‘Turma da Mônica – A Série’

O mais recente lançamento da MSP é a série live-action Turma da Mônica – A Série.  Com  mesmo diretor e elenco dos filmes, os dez episódios apresentam um roteiro original e dão continuidade ao crescimento dos personagens já vistos nos longa-metragens. A chegada na pré-adolescência faz com que o quarteto passe por uma crise de identidade, já que não são mais crianças, mas também não são aceitos no grupo dos mais velhos.

Em meio a esses conflitos, a chegada de Carminha Frufru (Luiza Gattai) agita ainda mais o dia a dia do Bairro do Limoeiro. Ela se torna um aspecto central da trama, que passa a girar em torno da investigação sobre a sabotagem que ocorreu em sua festa e cujos principais suspeitos passam a ser Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Cascão (Gabriel Moreira) e Milena (Emily Nayara) . Além da novata, personagens clássicos dos gibis também constituem o elenco da série, como o Feitosa (Fernando Caruso) e a fofoqueira da turma, Denise (Becca Guerra). “A química entre os atores era tão forte que pareciam eles mesmos vivendo em uma redoma de vidro no Bairro do Limoeiro. Além de tudo isso, o que mais gostei foi a introdução da Denise na trama”, diz Erycles Barros, dono de um perfil no Twitter sobre a Turma da Mônica. “O que atraiu os jovens com certeza foi a ênfase criada em torno dos personagens novos, que agora estariam trazendo um ar mais jovem e nostálgico para a franquia”, conta o fã.

Poster de divulgação da série, mostrando a turminha e os novos personagens, como a Madame Frufru (Mariana Ximenes), Carminha Frufru (Luiza Gattai) e Feitosa (Fernando Caruso). [Imagem: Divulgação]

Poucos dias depois da estreia, a nova produção do “Monicaverso” dominou as redes sociais ficando dias em primeiro lugar nos assuntos mais comentados no Brasil no Twitter e servindo de inspiração para vários edits no TikTok sobre os personagens e os dramas da série, além de se tornar a produção mais assistida do GloboPlay durante seu período de lançamento. Uma notícia, porém, desagradou os fãs: foi anunciada a renovação do elenco para as produções futuras da MSP. Como resposta, Erycles Barros fez uma petição em seu perfil que hoje contabiliza mais de 50 mil assinaturas. “Após a notícia de que o elenco teria sido dispensado e que haveria um novo elenco para os filmes da Turma da Mônica Jovem, o Kevin (ator do Cebolinha) perguntou, no Twitter, o que achávamos e rapidamente vi várias pessoas chateadas e revoltadas também. Uma petição era a solução mais fácil”, conta Barros. “Postei e no outro dia já passava de 10 mil assinaturas, no outro 20 mil, depois 30 mil… até estagnar em 57 mil. Se tornou a maior petição que uma série brasileira já teve, mas pra chegar nesse valor foi muito esforço dos fãs”, ele completa.

A petição não obteve uma resposta efetiva até hoje, mas a comoção causada por ela mostra que a série e seu elenco conquistaram o afeto do público, além de abrirem caminho para que mais pessoas entrem em contato com a Turma da Mônica e seus lançamentos anteriores. Na Comic Con Experience 2022, a série Franjinha e Milena Em Busca da Ciência e o filme da Turma da Mônica Jovem, ambos live-actions, e, a animação Astronauta: Propulsão ganharam teasers, mostrado um pouco do futuro do “Monicaverso”. 

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