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Um desafio do mestre

O diretor dinamarquês Lars von Trier, dos recentes Anticristo (Antichrist. 2009.) e Melancolia (Melancholia. 2011.), sugere uma experiência colaborativa para a produção de um filme experimental e desafia seus fãs a aguçarem a criatividade. O projeto Gesamt convida aos mais aventureiros artistas e admiradores de seu trabalho, a produzirem filmes de até cinco minutos sobre temas diversos – e previamente …

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O diretor dinamarquês Lars von Trier, dos recentes Anticristo (Antichrist. 2009.) e Melancolia (Melancholia. 2011.), sugere uma experiência colaborativa para a produção de um filme experimental e desafia seus fãs a aguçarem a criatividade.
O projeto Gesamt convida aos mais aventureiros artistas e admiradores de seu trabalho, a produzirem filmes de até cinco minutos sobre temas diversos – e previamente listados pelo diretor. Em seu site oficial, Trier já estabelece as regras: é você quem produz o filme, e a diretora Jenle Hallund (Limboland. 2010.) edita.

Lars von Trier, diretor que encabeça o projeto Gesamt

Gesamt, do alemão ‘total’, é palavra base da expressão que dá nome ao movimento gesamtkunstwerk – arte do todo, a arte ideal, global. Esta expressão foi utilizada pela primeira vez ao analisar o trabalho do famoso músico e compositor de óperas Richard Wagner (As Valquírias, Crepúsculo dos Deuses) que se empenhava em combinar diferentes expressões artísticas – poesia, música, artes visuais – em uma única obra.

O cinema é, talvez, uma das poucas formas de arte que consegue unir tantas faces diferentes de um produto único – e completo, por que não dizer? Com esta vontade é que se constrói o projeto. A busca pela síntese de uma arte global é responsável pela construção de maneira colaborativa e próxima.

Agora, aqueles que antes admiravam a arte com certo distanciamento são convidados a reconhecer seu pertencimento como agentes na produção artística.

Todo o desafio se constrói em cima da originalidade dos desafiados. A criatividade e o caráter único da criação são traços que motivam todo o trabalho do diretor desde seu início com o cinema amador. Trier assume, portanto, a importância da criação no trabalho do artista; mas em seu desafio, a proposta é a de reinterpretar aquilo considerado “grande arte” – que todos conhecem e admiram, mas quase nunca se entregam de verdade para senti-las.

Trier selecionou seis obras-primas para induzir e inspirar seus desafiantes. São elas: Where do we come from?, de Paul Gaughin; a Tribuna de Nuremberg, de Albert Speer; uma sonata de Cesar Franck; a imortal Ulisses, de James Joyce; O Pai, de Strindberg e a coreografia de Sammy Davis Jr.

“Este projeto é interessante, porque é baseado na criatividade e imaginação de pessoas comuns” diz Jenle Hallund, diretora do filme Limbo Land (Idem. 2011.) que também participa do projeto, no site oficial. “Há também um potencial para revelar o que está na alma da civilização como um todo. Juntos poderemos testemunhar que a condição humana vai além de do poder e do lucro. Quando estas grandes obras-primas são filtradas por corpo e alma, o que temos? Arregimentação ou revolução? Fanatismo ou inovação?”

A simplicidade é outro ponto de apoio do projeto: “se inspire por um artista, pegue a câmera e saia filmando”, diz Trier. O material pode estar cru, cheio de rebarbas, não importa! A originalidade é que vai falar mais alto.

Qual será o resultado do Gemsamt? Ninguém sabe. Não há roteiros. Tudo é uma experiência cinematográfica baseada em pessoas, imagens e sons que se combinam em inumeráveis formatos e novos significados. As melhores filmagens, integrarão o filme que será apresentado dia 12 de outubro no Copenhagen art Festival. Esta será uma reflexão do nosso tempo e das pessoas. Uma obra-prima comum e colaborativa.

Fabio Manzano
frmanzano1@gmail.com

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