Em 11 de agosto, o Brasil encerrou sua participação no Pan-Americano de Lima. Após 17 dias de competição, a delegação alcançou a marca de 171 medalhas – 45 de ouro, 55 prata e 71 de bronze – o melhor desempenho de sua história. O Observatório faz, agora, um tour pelas principais conquistas dos atletas canarinhos.
Por baixo d’água
Os brasileiros nadaram, nadaram, e felizmente não morreram na praia. Ao fim dos Jogos Pan-Americanos 2019, o Brasil saiu banhado de medalhas, com onze ouros, nove pratas e doze bronzes – totalizando 32 condecorações.
As provas foram marcadas por montantes de emoção. A sorte que faltou quando Guilherme Guido perdeu por 4 centésimos a prova dos 100m costas, sobrou na sua participação no revezamento 4×100 medley misto. Nesta, os americanos chegaram em primeiro lugar, mas perderam o ouro devido a um movimento ilegal de perna realizado por Cody Miller durante o nado peito. Resultado: lugar mais alto do pódio para o Brasil.
Além da medalha memorável de Guido, ainda conquistamos o histórico tricampeonato de Leonardo de Deus nos 100m borboleta, a dobradinha inédita de Breno Martins Correia e a vitória de Marcelo Chierighini nos 100m livre em cima de Nathan Adrien, campeão olímpico em 2012.
Tivemos também um grande marco nos 4x100m livre masculino. Com um tempo de 3min12s61, o quarteto formado por Marcelo Chierighini, Bruno Fratus, Henrique Spajari e Breno Correia conquistou o recorde pan-americano – feito que, com certeza, acentuou o destaque de toda a delegação brasileira.

Por sobre as águas
Se embaixo d’água o desempenho do Brasil foi excepcional, por sobre ela não foi muito diferente. Somadas, as medalhas conquistadas na canoagem, vela, remo e surfe resultam em um total de 24 condecorações. O maior dos méritos veio na vela, onde o país obteve, além de dois bronzes e duas pratas, cinco ouros.
Uma das medalhas douradas foi conquistada pela dupla Gabriel Borges e Marcos Grael na modalidade 49er. “É sensação de dever cumprido, sentimento de que todo o esforço valeu a pena. No momento da conquista foi primeiro um alívio, depois uma felicidade indescritível. Tudo parecia perfeito”, conta Gabriel sobre a emoção da conquista.
Os atletas da canoagem foram responsáveis por trazer para o país mais oito medalhas: um ouro e dois bronzes na disputa em velocidade; quatro ouros e um bronze na categoria Slalom. Já o remo, que dos esportes citados teve menor contribuição, conquistou para o Brasil uma prata e dois bronzes.
Enquanto isso no Surfe – modalidade estreante em Pans – a delegação demonstrou o porquê de o Brasil ser, hoje, protagonista no cenário mundial do esporte. Conquistou um bronze, uma prata e dois ouros (ambos no desporto feminino, por Chloé Calmon e Lena Guimarães).
Por sobre as pistas
Com ampla tradição na área, o Brasil se utilizou do atletismo para saltar no quadro de medalhas. Conquistou 16 ao todo – seis ouros, seis pratas e quatro bronzes.
Duas delas ficaram por parte de Altobeli, que trouxe um ouro e uma prata para casa. Após conquistar o segundo lugar nos 5000m livres, o brasileiro, nos 3000m com obstáculo, manteve um ritmo avassalador desde a largada e garantiu a medalha dourada na prova que é sua especialidade.
Ainda vale destacar a dobradinha de ouros no revezamento 4×100. Em duas grandes performances, tanto o time feminino quanto o masculino alcançaram o lugar mais alto do pódio. Por último, com uma marca 28min27s44, Ederson Vilela conquistou um inesperado ouro nos 10000m, após sofrer muito para manter a vantagem no último quilômetro

Além da arte
Um dos carros chefes da delegação brasileira, a ginástica não decepcionou – embelezou a competição e trouxe medalhas ao país. Na rítmica foram três bronzes, uma prata e um brilhantíssimo ouro. A glória maior foi conquistada pelo quinteto: Beatriz Silva, Camila Rossi, Deborah Medrado, Nicole Pircio e Vitória Guerra na competição por conjunto.
Deborah fala sobre o diferencial responsável por levá-las ao topo do pódio: “O principal foi acertar a série inteira, pois quando erramos perdemos. Essa é a diferença das primeiras para as outras: as primeiras não erram”.
Na ginástica artística, os atletas brasileiros foram ainda mais condecorados. Conquistaram três bronzes, quatro pratas e quatro ouros. Em Lima, o Brasil não só foi o país mais premiado da modalidade, desbancando os EUA, como atingiu o seu melhor desempenho na história dos Pans.
Destaque para a dobradinha na disputa individual por aparelhos (solo, cavalo, argolas, salto, paralelas e barra fixa). Foi ouro para Caio Souza, melhor na prova geral, em que totalizou 83.500 pontos. E prata para Arthur Nory, que ficou em segundo lugar com 82.950 pontos.
Por sobre os adversário
Após muita luta, o Brasil conseguiu, somando todas as artes marciais, um total de 36 medalhas: nove ouros, dez pratas e dezessete bronzes. Um verdadeiro nocaute nas demais delegações sul-americanas.
Destaque para a rainha das lutas, Rafaela Silva, que conquistou o ouro no judô. Em pouco mais de um minuto, aplicou um ippon – equivalente a um nocaute – e ganhou a luta. Esse feito, junto da prata conquistada por Daniel Cargnin e do bronze de Juninho Bomba, consagrou o Judô da delegação.
Além disso, a brilhante Milena Titoneli conquistou o primeiro ouro da história brasileira no Taekwondo pelas mãos, e pés.. Numa luta emocionante, a atleta bateu a medalhista olímpica Paige McPherson. No fim da partida, a americana partiu para o ataque, enquanto Milena administrava o empate em 6 a 6. Contudo, após intervenção do VAR, Paige ficou atrás. Na sequência, recebeu um contra-ataque. 9 a 8, e ouro para a brasileira.

Outros ouros destaques
Além das condecorações já citadas, os atletas brasileiros conquistaram mais 12 medalhas de ouro.
Quadro de medalhas