Na madrugada desta segunda-feira (02), Arthur Zanetti deixou as competições nas Olimpíadas em Tóquio. O atleta executou, com qualidade, uma série complicada em sua apresentação nas argolas, mas falhou na saída e não subiu ao pódio no Centro de Ginástica Ariake.
Campeão olímpico em Londres 2012 e prata na Rio 2016, o brasileiro decidiu arriscar e foi para o “tudo ou nada”. O objetivo era atingir uma nota mais alta do que os 14.900 obtidos na fase classificatória para, então, conquistar a terceira medalha olímpica consecutiva.
Zanetti, primeiro a se apresentar entre os competidores, fez uma boa série, mas o erro na aterrissagem com a tentativa de um mortal grupado fez com que perdesse o equilíbrio. O ginasta se segurou para não cair com o rosto no chão e colocou as mãos no colchão. Essa atitude demonstrou uma queda e houve penalização de um ponto. O brasileiro somou 14.133 e terminou em oitavo lugar.
Em seguida, o chinês Hao You fez uma boa apresentação e liderou a prova por um momento. Com nota de partida 6.600 e com 8.700 da execução, pontuou 15.300. Na sequência, Liu Yang, também chinês, fez uma série muito boa e movimentos com alto grau de dificuldade. Com nota de partida de 6.500, realizou os exercícios com precisão e fez uma saída cravada. Atingiu 15.500 e foi para o primeiro lugar na disputa.
Penúltimo a competir nas argolas, o grego Eleftherios Petrounias, campeão olímpico da modalidade em 2016, não confirmou o favoritismo ao ouro. Com 6.300 da nota de partida e 8.900 da execução, pontuou 15.200 e completou o pódio com a medalha de bronze.
Sem a medalha, em entrevista ao Globo Esporte, o brasileiro se emocionou ao mostrar uma roupinha de bebê e ao falar do filho, Liam, que completa um ano em setembro. “Não deu para mim nessa Olimpíada, mas essa é a minha maior conquista. Nenhuma medalha olímpica vai conseguir tirar essa conquista que tenho que é ele”. O repórter Carlos Gil completou: “nenhuma queda vai apagar sua história”.
Sobre a continuidade da carreira, Arthur Zanetti relatou que, nesse momento, pensa na família e precisa descansar após o ciclo olímpico: “A gente já fez o nosso papel, lá em 2012. O que viesse a partir de então era lucro. Agora eu não penso em mais nada, só estou querendo dar uma descansada. Não sei do ano que vem, não sei desse ano”.
O ginasta também afirmou que sua participação nas Olimpíadas de Paris 2024 ainda não está definida. “Não dá para pensar ainda. Está perto, três anos. Olimpíada é muito bom, mas desgasta muito, principalmente a cabeça. Preciso dar uma relaxada. O corpo está bem, a cabeça precisa dar uma descansada para pensar depois num ciclo olímpico”.
*Imagem de capa: [Ricardo Bufolin / CBG]