Uma década depois do hit Zumbilândia (Zombieland), o elenco original composto por Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Emma Stone e Abigail Breslin, se reúne para uma sequência ainda mais caótica e nonsense que a inovadora comédia zumbi de 2009: Zumbilândia – Atire Duas Vezes (Zombieland – Double Tap, 2019).
Após anos vagando pelas estradas dos Estados Unidos pós-apocalíptico, o grupo decide se estabelecer na Casa Branca. Passando um tempo lá, e curtindo a vida, eles acabam tendo alguns problemas nas relações internas deste núcleo familiar sarcástico e improvisado. Isso faz com que Wichita (Emma Stone) e sua irmã mais nova ー agora não tão nova assim ー Little Rock (Abigail Breslin) partam pela estrada novamente. Deixando Columbus (Jesse Eisenberg), o narrador-protagonista, devastado. Sua, agora ex-namorada, Wichita retorna avisando que sua irmã se apaixonou e fugiu com um músico hippie, que apelidam de Berkeley. Junto com seu icônico “irmão mais velho” Tallahassee (Woody Harrelson), o grupo decide ir atrás de Little Rock.
Além dessa situação, outras hilárias e sem sentido acabam acontecendo e piorando essa relação familiar entre eles, incluindo Columbus encontrar Madison (Zoey Deutch), o famoso estereótipo da loira burra e superficial, e o grupo achar um paraíso hippie onde que é proibido o porte de armas, mesmo estando em um apocalipse. Apesar de parecer que esses clichês seriam sem graça, o filme explora muito bem tais aspectos, como os personagens e suas relações com os protagonistas, principalmente o triângulo amoroso de Columbus, Wichita e Madison.
Esses novos personagens são um ótimo acréscimo ao universo nonsense e “tão 2009” de Zumbilândia. Já que, apesar de ter passado tantos anos, é evidente que o evento apocalíptico congelou os clichês nesta data.
O único momento que o filme peca é quando o grupo encontra dois homens idênticos a Columbus e Tallahassee (Woody Harrelson): Flagstaff (Thomas Middleditch) e Albuquerque (Luke Wilson). Apesar de conter alguns elementos divertidos, é uma cena totalmente descartável e sem graça. A ideia não era ruim, mas com certeza poderia ter sido muito melhor utilizada.
O subtítulo do filme, “Atire duas vezes” (Double Tap, em inglês), tem diversos sentidos relacionados ao enredo. Além de, obviamente, denotar ser o segundo filme, ele faz referência a uma das regras principais de Columbus para sobrevivência, que implica em confirmar a morte do zumbi, para evitar surpresas. Também é possível relacionar o título com os novos personagens, que além de discutir sobre vários tipos relacionamento, se apresentam como almas gêmeas ou espelhos dos protagonistas, gerando diversos conflitos.
Por seguir bastante a receita do primeiro, ele cai um pouco no “mais do mesmo”, mas de qualquer forma, é uma boa sequência, tão boa quanto a obra original. Em especial pelo critério de comédia, o mais importante no caso, por se tratar de um filme pipoca, que cumpre totalmente seu papel sendo hilário. Diversas referências inesperadas, incluindo Walking Dead, Exterminador do Futuro e Simpsons.
Bill Murray aparece novamente, mas dessa vez, em uma cena pós-créditos sensacional, em que testemunha o começo do apocalipse durante uma entrevista de imprensa sobre Garfield 3 (ficcional).
Zumbilândia – Atire Duas Vezes é dirigido por Ruben Fleischer, diretor de Venom e do filme original. No roteiro Rhett Reese e Paul Wernick são a dupla criativa responsável por Deadpool, além de Dave Callaham. A estreia está prevista para o dia 24 de outubro no Brasil. Confira o trailer: