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5 filmes musicais brasileiros que vão te surpreender

Nos últimos anos o gênero musical tem inundado as telonas do Brasil. Filmes como Elis (2016) e Simonal (2018) fizeram sucesso utilizando a biografia de grandes nomes da música brasileira. Porém, existem muitos musicais brasileiros excelentes que foram esquecidos ao longo do tempo ou que nunca receberam a devida atenção do público. A seleção a …

5 filmes musicais brasileiros que vão te surpreender Leia mais »

Nos últimos anos o gênero musical tem inundado as telonas do Brasil. Filmes como Elis (2016) e Simonal (2018) fizeram sucesso utilizando a biografia de grandes nomes da música brasileira. Porém, existem muitos musicais brasileiros excelentes que foram esquecidos ao longo do tempo ou que nunca receberam a devida atenção do público.

A seleção a seguir apresenta cinco filmes subestimados que vão interessar qualquer amante de cinema. Entre eles A Ópera do Malandro e Para Viver Um Grande Amor obtiveram sucesso nos palcos do país e foram transformados em filmes encenados por gigantes da MPB, tais como Elba Ramalho e Djavan. Já Luneta do Tempo e Maré, Nossa História de Amor prendem a atenção com histórias envolventes e inovadoras. E A Moreninha não decepciona com uma adaptação bem feita do livro de Joaquim Manoel de Macedo.


A Ópera do Malandro (1985)
 

[Imagem: Divulgação]
O musical, baseado na peça de mesmo nome de Chico Buarque, narra um triângulo amoroso nada convencional protagonizado por Max (Edson Celulari), típico malandro carioca que tem como profissão o contrabando e que explora sua amante Margot (Elba Ramalho). Entre eles surge Ludmila Strudel, que embora tenha características da típica “mocinha” (rica, jovem e bonita), foge do clichê sendo a filha de um cafetão alemão que se aproxima do protagonista por interesses nada românticos.

É possível ver essa quebra dos padrões tradicionais da época em outros personagens, como Geni (J.C Violla), uma transexual que canta no cabaré da família Strudel, e Tigrão (Ney Latorraca) que é um delegado obsessivo e corrupto.

Outro fator interessante é o contexto no qual o longa se insere, pois, apesar de lançado em 1985, ele se passa na década de 40. Essa época, marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela ditadura de Getúlio Vargas no Brasil, é explorada de forma muito inteligente ao retratar a repressão e exaltar a liberdade de expressão e a democracia.

Isso é mostrado em diversos momentos, de maneira óbvia, como na cena inicial na qual o protagonista passa por uma manifestação contra as tendências fascistas do governo, e também muito discretamente, quando a personagem de Elba Ramalho canta tristemente devido a sua desilusão amorosa e lê-se a palavra “democracia” no muro quase destruído atrás dela.

Além disso, o longa traz uma exímia seleção de músicas bem interpretadas em todas as cenas musicais que, embora pouco originais, são dignas de qualquer musical hollywoodiano clássico.


A Moreninha (1970)

Na cena, Carolina e Augusto dançam em um baile. [Imagem: Representação]
A Moreninha é um romance musical lançado em 1970 e conta com uma trilha sonora inteiramente original. A história acompanha o romance de Augusto (David Cardoso) e Carolina (Sônia Braga), casal que viveu um amor na infância e se reencontra anos depois quando Augusto vai passar férias na casa de seu amigo Felipe (Nilson Condé), irmão da menina, na Ilha de Paquetá.

A narrativa, baseada no clássico do romantismo brasileiro escrito por Joaquim Manoel de Macedo, preservou características essenciais da obra como o idealismo romântico demonstrado, principalmente, na figura de Augusto: o mocinho que ficou anos à espera de seu antigo amor, afastando todas as mulheres que surgiam no seu caminho. A atmosfera romântica é reforçada pelo figurino e pelo cenário que, em conjunto, constroem uma ambientação quase idílica.

O ponto alto, porém, é certamente a performance de Sônia Braga que, além de surpreender com sua voz, traz um tom mais audacioso a sua Carolina.


Para Viver Um grande Amor (1983)

[Imagem: Divulgação/Canal Brasil]
Imagine um futuro utópico no qual, do dia para a noite, acabe a desigualdade social e todos, desde o dono de uma companhia de hotéis até o motorista de ônibus, passem a ser iguais perante a sociedade. Essa é a premissa do roteiro de Para Viver um Grande Amor feito por Miguel Faria Jr. e Chico Buarque. A obra conta com uma trilha sonora composta por Djavan, Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque.

A partir desse contexto fantástico, o filme conta a história de Vinícius (Djavan), músico e poeta que se muda de uma comunidade pobre para um elegante prédio com seus amigos. Lá, ele se apaixona por sua vizinha Marina (Patrícia Pillar), integrante de uma família rica carioca que não quer se adequar à nova realidade do país.

O romance, mais que seu enredo inovador, é acompanhado de grandes interpretações musicais, tais como “Samba do Grande Amor”, “A Violeira” e “Tanta Saudade”.


Luneta do Tempo (2014)

[Imagem: Divulgação]
O longa, ambientado no sertão nordestino, acompanha o cotidiano do bando de Lampião (Irandhir Santos) e Maria Bonita (Hermila Guedes), desde o enfrentamento contra as forças policiais enviadas pelo Estado, comandado pelo ditador Getúlio Vargas, até a sua queda.

A filmagem é muito eficaz em mostrar a atmosfera árida do sertão ao público, através de uma paleta de tons terrosos, além de garantir uma maior carga emocional ao utilizar close-ups nas cenas. Por exemplo, vemos isso na morte de Severo Brilhante (Evair Bahia), o famoso braço direito de Lampião, em que há um close-up no dolorido semblante do líder do bando. Também contribui para a imersão do espectador na história a trilha sonora inteiramente composta por Alceu Valença, um dos diretores da película.

O que mais cativa, no entanto, é a subversão da violência em arte ao longo do filme e a representação da cultura nordestina, inclusive com a utilização de falas rimadas que lembram um cordel.


Maré, Nossa História de Amor (2007)

Na cena os jovens da Maré param o trânsito em um flashmob. [Imagem: Divulgação]
Maré, Nossa História de Amor gira em torno da relação de dois jovens da comunidade da Maré no Rio De Janeiro e a busca deles por seus respectivos sonhos.

Jonathan (D’Black) sonha ser um rapper de sucesso e quando conhece Analídia (Cristina Lago), uma amante da dança, logo se apaixona pela menina. No entanto, o romance é dificultado, pois ambos são relacionados a gangues rivais que atuam na comunidade.

O conflito no filme é sempre representado artisticamente. Em uma das primeiras cenas do longa, por exemplo, as gangues entram em atrito durante um baile funk, o que é demonstrado por meio de uma batalha de dança.

O longa consiste em uma espécie de “Romeu e Julieta” carioca que exalta a arte como forma de superação de preconceitos e estereótipos e ainda mistura estilos clássicos de música e danças populares. Essa combinação forma uma mescla de ballet, hip hop, rap, entre outros.

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