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Gabriel Bortoleto é campeão da temporada 2023 da Fórmula 3 

Piloto brasileiro conquista título inédito de Fórmula 3 e traz esperanças quanto ao futuro do Brasil no automobilismo

Na última sexta-feira (1º), Gabriel Bortoleto sagrou-se campeão da Fórmula 3, primeiro título do piloto e do Brasil na categoria, após a etapa final da temporada, em Monza, na Itália. Com duas vitórias, uma sólida campanha e mentoria de Fernando Alonso ,bicampeão de Fórmula 1, o jovem piloto brasileiro aspira por uma futura vaga na categoria mais prestigiada do automobilismo. 

Em 1983, Ayrton Senna foi campeão da F3 regional do Reino Unido, quando o torneio ainda não era  considerado uma categoria de base institucionalizada pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA), como a atual, fundada cinco anos atrás. Hoje, a F3 funciona como entrada para níveis mais avançados de corridas. Oscar Piastri (atual piloto da McLaren da Fórmula 1), por exemplo, foi campeão em 2020 e evoluiu até disputar na categoria de elite, em 2023. 

Carreira de Bortoleto 

Com apenas 18 anos, a primeira experiência de Bortoleto pilotando foi aos seis, numa corrida de kart, em Aldeia da Serra (SP). Após ver seu irmão mais velho competindo, interessou-se pelo esporte automobilístico e passou por várias etapas e conquistas ao longo dos anos.

O jovem paulistano iniciou sua carreira competitiva em 2011, na modalidade do kart, assim como a maioria dos pilotos. Em 2018, começou a participar de competições na Europa e foi campeão do Sueco de kart, além de ter conquistado ótimas colocações em outros campeonatos. 

Bortoleto passou a pilotar carros de Fórmula em 2020 e, durante os três últimos anos, competiu em categorias regionais europeias com carros monopostos, como a Fórmula 4 italiana, na qual Lando Norris e Lance Stroll, hoje pilotos da Fórmula 1, também já competiram. 

Antes de entrar para a Fórmula 3, meio à disputa destes campeonatos regionais, ainda se arriscou na Stock Car brasileira e entrou para a história ao tornar-se o piloto mais novo a competir na maior categoria do automobilismo brasileiro — ele competiu na etapa da Corrida das Duplas como convidado de Gaetano di Mauro. 

O brasileiro correu por dois anos na Fórmula Regional Europeia (FRECA), passando  por dois times, e  adentrou a divisão com a FA Racing, equipe de Fernando Alonso, bicampeão mundial de F1 e atual piloto da Aston Martin. Após deixar o time do automobilista espanhol, Bortoleto anunciou uma parceria com a agência de gerenciamento de pilotos A14 Management, da qual Alonso também é dono, visando sua evolução para a Fórmula 3. 

Em 2023, o brasileiro entrou para a F3, categoria de base inaugurada em 2019, que funciona como caminho de entrada para a tão cobiçada F1. Diferentemente da FRECA e da F4 Italiana, a categoria é regida pela FIA, também responsável pelos níveis mundiais F2 e F1. 

Como rookie na equipe italiana Trident, Gabriel Bortoleto conquistou o primeiro título brasileiro de F3. 

Jornada ao título em seu ano de estreia 

Bortoleto terminou a etapa de Budapeste com 144 pontos. O brasileiro poderia vencer o campeonato na penúltima corrida, em Spa-Francorchamps, na Bélgica, caso terminasse o final de semana com ao menos 40 pontos de vantagem . No entanto, terminou  em décimo primeiro e nem chegou a concluir a Sprint Race, devido a um incidente na pista, diferentemente de seus competidores para o título, o que resultou em uma diferença de 38 pontos. Esse foi o único circuito da temporada em que Bortoleto não pontuou. 

A confirmação do título veio apenas na última sexta-feira, quando o jovem brasileiro terminou a corrida na quinta colocação do grid. A sessão contou com três bandeiras vermelhas e foi paralisada de vez com 20 minutos restantes por conta de um acidente que obstruiu a pista. 

A pontuação máxima em um final de semana é 39, sendo 2 pontos para quem conquistar a pole position, 10 e 25 pontos para os vencedores da sprint race e a corrida principal, respectivamente. Além de um ponto extra em cada corrida para aquele que fizer a volta mais rápida.

Assim o que lhe garantiu o título antes das corridas foi justamente sua diferença de 38 e 39 pontos na tabela para o segundo e terceiro colocados. Ambos não conquistaram a pole position, só restando 37 pontos na disputa durante o último final de semana da F3 2023, o que estabeleceu a vantagem do brasileiro, que não poderia ser alcançada. 

Com a situação da Classificação interrompida a confirmação veio quando o piloto estava no cockpit da Trident, e por ser na sexta, com o apertado cronograma dos treinos da F1 e da classificação da F2 no mesmo circuito não foi possível uma grande comemoração na hora, além de cartazes comemorativos expostos pela equipe.

Bortoleto ao lado de cartaz de comemoração feito pela sua equipe [Imagem: Reprodução/ Instagram @gabrielbortoleto_ ] 

Em entrevista à Band, o piloto compartilhou estar emocionado: “Me dediquei a vida inteira para esse momento e para um dia, se Deus quiser, conseguir chegar na Fórmula 1. Isso [o título] é fruto da minha dedicação. E ficar longe da família não é fácil, meus pais trabalharam muito para conseguir me manter no esporte. Tudo isso passa pela cabeça agora. Esse é só o começo, tenho certeza, e estou muito feliz”. 

No dia seguinte, sem a pressão de lutar pelo título, Bortoleto terminou em segundo lugar na Sprint Race —  uma corrida de 40 minutos mais uma volta, cujas posições do grid são determinadas invertendo os 12 melhores tempos da qualificação (dessa forma, Gabriel iniciou em oitavo). Os pontos são distribuídos entre os  dez primeiros colocados. 

No domingo, último dia da temporada 2023, aconteceu a corrida principal, na qual o campeão terminou em quinto lugar, mantendo-se na posição em que iniciou. Bortoleto terminou a temporada com 45 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado, Zak O’ Sullivan, piloto da Prema — equipe que ficou em primeiro na classificação dos times. 

Futuro do Brasil na Fórmula 1 

A boa performance e a constância  garantiram a Bortoletto uma vaga na temporada 2024 da Fórmula 2. Por enquanto, o brasiileiro não declarou qual equipe irá defender no próximo ano.

O último campeão da F2, principal categoria para ingresso na elite do automobilismo, foi o brasileiro Felipe Drugovich , que atualmente é piloto de teste da Aston Martin. A conquista de Drugovich permitiu sua participação em programas de teste e uma familiarização com os carros, fazendo-o um candidato elegível para um assento na F1. 

Drugovich parabenizando Gabriel após as classificatórias, na sexta-feira [Imagem: Reprodução/ Instagram @felipedrugovich] 

Os entusiastas do automobilismo no país, que não vêem um brasileiro na F1 desde Felipe Massa, em 2017, ficam animados com a possibilidade de ascensão dos pilotos. Giovana Rezende, fã de Fórmula 1, afirma: “A vitória de Gabriel na Fórmula 3 mostra que o Brasil tem capacidade de ter pilotos bons em categorias de alto nível nos dias de hoje. Ver novos pilotos [Bortoleto e Drugovich] conquistando essas categorias nos dá esperança de que em um futuro próximo poderemos ver  grandes pilotos brasileiros disputando a Fórmula 1, como um dia já tivemos”.

*Imagem de capa: Reprodução/Instagram @fiaf3

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