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O que toca na Sala33: Consciência Negra

Imagem: Gabriela Teixeira – Comunicação Visual / Jornalismo Júnior O Dia da Consciência Negra é o momento de pararmos para pensar aonde estão ou ainda não estão os negros no nosso cotidiano. A música, frequentemente é um meio em que são minimizados a alguns gêneros. O Sala33 juntou músicas que mostram que os negros estão …

O que toca na Sala33: Consciência Negra Leia mais »

Imagem: Gabriela Teixeira – Comunicação Visual / Jornalismo Júnior

O Dia da Consciência Negra é o momento de pararmos para pensar aonde estão ou ainda não estão os negros no nosso cotidiano. A música, frequentemente é um meio em que são minimizados a alguns gêneros. O Sala33 juntou músicas que mostram que os negros estão em todos os lugares, viva a pluralidade!

Os Tincoãs – Deixa a gira girar (Pedro Teixeira)
O Tincoã pode ser um pequeno pássaro, tal como algum dos membros de uma bela banda do sul da Bahia. Ao proclamar um dos símbolos do candomblé, a banda de Mateus Aleluia mostra que tem orgulho de suas raízes, forte traço de todo o trabalho do cantor. Aliás, a percussão quebrada e dançante em soma aos vocais harmonizados talvez sejam ainda mais marcantes como uma homenagem à África.

 

Gilberto Gil – Ilê Ayê (Pedro Teixeira)
Em uma clara referência ao clássico de Mario de Andrade, Gil provoca, desaforado: “Branco, se você soubesse o valor que o preto tem./Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também./ E não te ensino a minha malandragem./ Nem tão pouco minha filosofia, porquê?/ Quem dá luz a cego é bengala branca em Santa Luzia.”

Ao mesmo passo uma guitarra característica dos gêneros africanos compõe swingados riffs ao fundo, à medida que os metais crescem conferindo ainda mais vida à canção.

Maestria negra do início ao fim.

 

Milton Nascimento – Clube da Esquina nº 2 (Pedro Teixeira)
Quiçá meu cd favorito. Portanto, minha obvia admiração à Milton Nascimento. Voz que bastava só por si, porém bem mais brilhante em companhia dos belos e, sobretudo, autênticos arranjos.

Instrumentos que tomam seu espaço de maneira singela, apesar de intimamente transcendentais. Música para inquietar a alma, a uma excelente maneira.

 

Chico César – Respeitem meus cabelos, brancos (Pedro Teixeira)
O Samba é negro, a música popular também, então é claro que o frevo e o reggae seguem a tônica.

A música, recentemente regravada por Xênia França, mostra que não perdeu nem um pouco de seu sentido ao longo dos anos. Cai a cada dia a mentira de que o Brasil não é racista por ser miscigenado.

A composição de Chico não só protesta, como mostra-se um primor estético. A instrumentação cheia e viva destaca realça e amplia a voz do Paraibano para além dos tempos.

 

Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção- Justo Você Berenice (Pedro Teixeira)
A letra é clara: a mulher brasileira média é rebaixada por não seguir um padrão de beleza distante e estrangeiro. A Berenice é posta cada vez mais longe da loira Dóris Giesse. A música de Itamar insuficiente perante ao som do Sting.

Os músicos, entretanto, suportam o contrário com seus trabalhados instrumentos, da percussão ao baixo, que joga não apenas com os metais, mas também com teclados experimentais. A ousadia é a superação do músico periférico novamente.

 

Luiza Lian – Sou Yaba (Pedro Teixeira)
Luiza, por sua vez, usa os sintetizadores do pop para dar luz a cultura negra. Seu doce timbre destaca as divindades e entidades africanas, seja pela dança nas ondas do mar, ou pelas lágrimas que lavam.

A estética mais próxima do exterior tampouco prejudica, somente agrega à universalidade desse povo tão rico.

 

Nina Simone – My Baby Just Cares for Me (Lígia de Castro)
A interpretação de Nina Simone fez da música um sucesso. Alcançou diversos lugares: desde o top 10 hits do Reino Unido, na época em que foi lançada, até a minha casa, quando eu ainda era pequena. Por aqui, posso dizer que sou grata pela canção e pela força da voz de Nina, que me embalaram tão bem e me fizeram crescer um pouco mais perto desse universo bonito e negro do jazz.

 

Lauryn Hill – Doo Woop (That Thing) (Yasmin Oliveira)
Acho que essa é a mais famosa da Lauryn. Essa mulher é fantástica, rainha do R&B, dona da sensibilidade mundial

 

SZA – Supermodel (Yasmin Oliveira)
A SZA lembra muito a Lauryn. Ela descreve os sentimentos da mulher negra sem floreios nem grandes dramatizações. Eu sinto a sinceridade e sensibilidade de uma mulher que lida com emoções cotidianas e as transforma em ARTE maiúscula.

 

Rihanna – Man Down (Yasmin Oliveira)
Porque tem uma sonoridade caribenha. E é Rihanna

 

Jimi Hendrix – Little Wing (Yasmin Oliveira)
A gente associa pouco rock com negritude, mesmo que as origens do estilo sejam negras. Escolhi Jimi pela popularidade.

 

Juçara Marçal – Velho Amarelo (Léo Lopes)
Quando a Juçara canta essa letra eu vejo um amor pelas próprias raízes comparável com poucos. Não que a música seja carregada apenas pela letra, se tivessem lançado uma faixa instrumental só com a guitarra do Kiko Dinucci já ficaria boquiaberto. Mas a dimensão que a Juçara carrega na voz é outro naipe, eu tenho comigo um uma sensação estranha interna – orgulho? sei lá – de poder viver na mesma época que essa mulher está produzindo música.

 

Baco Exu do Blues – Sinfonia do Adeus (Léo Lopes)
Tudo bem que não dá pra fazer uma playlist de consciência negra sem colocar rap. Uma coisa que me chama atenção no Baco é como ele lida bem em usar o rap pra falar de assuntos mais sensíveis também. Não consigo pensar em alguma outra música do gênero servindo de desabafo sobre saudades. Ele é diferenciado, e não só por isso.

 

Alabama Shakes – You Ain’t Alone (Léo Lopes)
Na hora de escolher músicas pra essa playlist eu já tava decidido a colocar Alabama Shakes porque toda exaltação à Brittany Howard é pouca. Escolhi essa porque lembrei do show deles no Lollapalooza de 2016, maior clima melancólico, céu nublado, garoa chata. Aí eles começaram a tocar essa música e abriu uma fresta nas nuvens que bateu sol apenas na banda enquanto a Brittany desabafava o refrão. Eu juro que é verdade, eu tava lá eu era a música.

 

Boogarins – Avalanche (Léo Lopes)
A voz do Dinho deveria ser tombada como patrimônio nacional. Pensando de Mutantes à Tame Impala, eu não tenho muitos nomes na manga de negros que produzem rock psicodélico – ainda mais brasileiros – então né.

 

Liniker e os Caramelows – Calmô (Léo Lopes)
Já faz quase um mês que eu vi o vídeo deles tocando no NPR Tiny Desk, desde então estou travado ouvindo em looping essa música que vai sair no próximo álbum da Liniker. Tem um pouco de tudo: elementos de jazz no instrumental, o soul na voz, até com gospel já vi compararem. Quem sou eu pra negar a divindade disso?

 

Por Equipe Sala33

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