Este filme faz parte da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique aqui.
Três Luzes (Mittsu No Hikari, 2017) é um filme japonês que acompanha a vida de duas garotas que moram em Tóquio, Aoi (Kazuha Komiya) e Michiko (Emi Maki). De forma extremamente delicada e com uma fotografia linda, o longa consegue retratar muito bem a relação que essas duas personagens possuem com o mundo, com elas mesmas e, mais importante, com a música.
Aoi é uma professora de educação infantil que toca piano e acabou de sair de um relacionamento; Michiko trabalha com atendimento, tem um casamento distante e frio, muito tempo livre e um amante. Demora-se para se entender qual a conexão das duas e o que está acontecendo na história, o filme carrega um certo mistério e necessita de muita atenção para o compreendimento.
Há também uma terceira garota, mas essa é tratada de forma tão coadjuvante que é como se nem existisse. O papel dela no filme não fica claro e, se a intenção era justamente que ela fosse uma personagem “perdida na trama”, isso não foi bem trabalhado.
Acima de tudo, Três Luzes é um filme que mostra como a música, ou a relação com alguma arte, pode salvar a vida das pessoas. É encantador a forma como essas garotas se envolvem com os sons que produzem e deixam que isso as ajude a superar seus próprios traumas e conflitos. A fotografia também é linda! As imagens são claras e as cores muito vivas. Acima de tudo, é um filme que transmite delicadeza, suavidade, simplicidade e é bonito de se ver. Os movimentos da câmera são suaves e sutis, e o recorte das cenas também! Às vezes se vê o que está acontecendo apenas por um espelho, ou pela tela de um celular, ou pela luz que sai de uma janela.
Entretanto, toda essa beleza não é necessariamente suficiente para fazer com que o filme seja “bom”. Muitos pontos são deixados em aberto e a história fica confusa, parece que o longa se perde com o excesso de detalhes. Três Luzes será exibido na 41 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, nos dias 21/10 e 1/11.
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por Mariangela Castro
mariangela.ctr@gmail.com